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DIAS, Ana Carvalho (2010) - Trabalhos Arqueológicos prévios ao projecto de reabilitação de edifício a restaurante no Pátio dos Carrascos do Convento de Cristo. Acedido em: 27 de setembro, 2015 em:http://arqueologia.patrimoniocultural.pt/
Povoado Fortificado
Aveiro/Santa Maria da Feira/Romariz
Idade do Ferro, Romano e Romano, República
Povoado fortificado situado no Monte do Crasto, a noroeste da igreja paroquial de Romariz, encontrando-se implantado numa plataforma com cerca de 1.6 hectares com um amplo domínio visual do território envolvente. O castro tem vindo a ser intervencionado arqueologicamente desde o séc. XIX, inicialmente sob a direção do Presidente da Câmara J. Correia (c. 1843), no século seguinte por M. dos Santos, pároco de Romariz, e a partir da década de 80, pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto. Os trabalhos realizados, que abarcaram uma área com cerca de 2500 m2, puseram a descoberto um sítio arqueológico com uma cronologia entre o Bronze Final (c. 900-700 a.C.) e o século I/II d.C, ainda que os dados disponíveis apenas possibilitem uma melhor caracterização da fase de ocupação mais tardia. Os resultados dos trabalhos desenvolvidos no povoado parecem indicar que, inicialmente, num período anterior ao século II a.C., as habitações seriam construídas recorrendo a materiais perecíveis, verificando-se, a partir desse momento, uma alteração para o uso do granito. Estas habitações posteriores, de formato circular, encontravam-se organizadas em torno de pátios, estando delimitadas por arruamentos irregulares mal definidos. Com a transição do período romano republicano para o período romano imperial o povoado sofre um conjunto de alterações, nomeadamente no que diz respeito ao urbanismo - melhor definição e pavimentação de alguns arruamentos - e às habitações - nas quais se incluem a introdução, nas casas, de divisões e elementos tipicamente romanos (construção de espaços ortogonais, o rebocamento e pintura das paredes, assim como o recurso mais frequente ao uso de tegula e imbrex na elaboração da cobertura dos edifícios). Estas modificações nas espaços habitacionais são visíveis na casa mais emblemática do castro - a domus - uma casa castreja, que foi romanizada durante este período, atingindo, na sua fase final, 385 m2 (em que 228 m2 eram de área coberta). Aquando da sua construção, que se estima que terá ocorrido nos finais do século II/inícios do século I a.C., a casa dispunha de três compartimentos em granito que ocupavam uma área de c. de 42 m2. Na fase imperial procedeu-se à remodelação dos espaços pré-existentes e construção de novos, criando-se uma disposição marcada pela convergência para um pátio lajeado. Foram utilizados blocos esquadriados, as paredes foram revestidas com reboco pintado e em quase todos os espaços foram construídas coberturas com tegula e imbrex. A casa dispunha de duas entradas, a entrada principal, que permitia o acesso direto ao pátio; e uma entrada secundária, interpretada como "de serviço", marcada pela presença de dois umbrais. Relativamente à organização dos espaços, os dados disponíveis parecem indicar para a existência de uma cozinha, de espaços destinados à receção de visitas, de uma zona de estar, bem como de uma área que terá servido para guardar animais. Um dos compartimentos destaca-se pela presença, no seu interior, de vestígios de bancos que se encontrariam encostados à parede, o que poderá indiciar que este espaço terá servido, numa primeira fase, como zona de reuniões familiares. O castro de Romariz dispunha de um sistema defensivo, composto por uma primeira linha de muralhas, que nalguns tramos atingia os 5m de largura, e que se destinava maioritariamente à defesa da zona mais desprotegida - a zona poente; uma segunda linha de muralhas; e um fosso, com aproximadamente 500m de comprimento, localizado na área Oeste/Sudoeste. É possível que, à semelhança de outros povoados castrejos no noroeste peninsular, tenha existido, no interior do povoado, um balneário. A identificação, no início do século XX, de um forno e de uma pedra de grandes dimensões, possivelmente uma pedra formosa, contribuem para esta hipótese.
Terrestre
Monte Crasto, sobranceiro à povoação de Romariz.
Escultura antropomorfa, cerâmicas do bronze final, cerâmicas gregas e fenício/púnicas, cerâmica micácea de fabrico regional, cerâmica micácea feita à roda, cerâmica cinzenta fina, terra sigillata itálica, terra sigillata sudgálica, terra sigillata hispânica, cerâmica "bracarense", cerâmica de imitação de "paredes finas", cerâmica de engobo branco, cerâmica pintada, cerâmica comum romana, ânforas romanas, recipientes de vidro, contas de vidro, fíbulas, patelas em argila, fusaiolas, pesos de tear, moedas.
Instituto de Arqueologia da Faculdade de Letras da Universidade do Porto e Museu da Arte Sacra do Porto
Classificado como IIP - Imóvel de Interesse Público
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S - 00023 e 2004/1(554)