Aldeia do Penedo

Sítio (1150)
  • Tipo

    Villa

  • Distrito/Concelho/Freguesia

    Lisboa/Torres Vedras/Dois Portos e Runa

  • Período

    Romano

  • Descrição

    A Aldeia do Penedo localiza-se no topo de uma elevação, a cerca de 105 m de altitude. Este sítio está registado desde o início do século XVIII, quando, ao abrirem-se os alicerces para a construção de uma adega, se descobriram diversos elementos arquitetónicos de relevo, "que indicavam cousa de templo da antiguidade". No início da década de 30 do séc. XX, Aurélio Ricardo Belo realizou diversas escavações arqueológicas na localidade, não documentadas, tendo registado o que identificou como uma sepultura argamassada com opus signinum, em cujo interior recolheu uma lucerna. Num largo, descobriu também "restos de edifícios com seus alicerces ainda visíveis, seus pavimentos de mosaico" e um espólio que permite afirmar a existência, naquele lugar, de uma villa rústica, da qual a atual povoação do Penedo é a sucessora. Um capitel paleocristão e outros achados denunciam a continuação da ocupação da villa rústica durante o período visigótico. No início do século XVIII, acharam-se vários elementos arquitetónicos, como "bases, colunas, capitéis, pedestais e outras [pedras] diversas, com seus lavores antigos". Ricardo Belo recolheu aí o mais vasto espólio romano do concelho, designadamente materiais de construção (quadrantes de coluna, tijoleiras, tijolos, tesselas, estuque pintado, o fuste de uma coluna de mármore, a base moldurada de um cipo prismático e capitéis coríntios), peças de terra sigillata (hispânica, galo-romana e africana), metais (bigorna, armelas e asas de sítulas, elemento de fivela, anel de prata), cerâmica comum, ânforas, pesos de tear, lucernas, moedas e vidros. Do Penedo provém, ainda, perto de meia centena de moedas, cunhadas entre os séculos I e IV. Durante o acompanhamento de saneamento das águas do oeste, em 2005, na zona sobranceira ao monte contíguo à aldeia, foram identificados mais vestígios da ocupação romana do local, descontextualizados (CNS 41846).

  • Meio

    Terrestre

  • Acesso

    Na aldeia do Penedo, Runa.

  • Espólio

    Fragmentos de cerâmica comum e de construção, fragmentos de sigillata, colunas e capitéis, pedestais, metais (bigorna, armelas e asas de sítulas, elemento de fivela, anel de prata), ânforas, pesos de tear, lucernas, moedas e vidros.

  • Depositários

    -

  • Classificação

    -

  • Conservação

    Mau

  • Processos

    S - 01150, 2001/1(148), 2001/1(547), 2005/1(021) e S - 01187

Bibliografia (11)

Cerâmicas finas romanas do Museu Municipal Leonel Trindade (Torres Vedras) II: a terra sigillata. Revista Portuguesa de Arqueologia (2003)
Circulação monetária na Estremadura portuguesa até aos inícios do séc. III. Nvmmvs (1997)
Dois recipientes da Antiguidade Tardia da Aldeia do Penedo (Runa, Torres Vedras). Al-madan (2021)
Extractos archeológicos das "Memórias Parochiaes de 1758". O Arqueólogo Português (1902)
Inventário do Património Natural e Cultural - Fichas do Património Arqueológico de Torres Vedras (2021)
Pesos de tear romanos com grafitos, provenientes de Torres Vedras. Antrope (2019)
Romanos e Bárbaros na região de Torres Vedras. Torres Vedras - Nova História Local (2018)
Testemunhos da Presença Romana na Villa do Penedo (Runa, Torres Vedras). Al-madan (2021)
Uma Ocupação da Antiguidade Tardia na Aldeia do Penedo (Runa, Torres Vedras). Al-madan (2020)
Vestígios Romanos no Território de Torres Vedras. O Ager Olisiponensis e as estruturas de povoamento (2021)
Zur Besiedlungsgeschichte des Sizandrotals. Ergebnisse aus der Küstenforschung. Madrider Mitteilungen (1990)

Fotografias (0)

Localização