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DIAS, Ana Carvalho (2010) - Trabalhos Arqueológicos prévios ao projecto de reabilitação de edifício a restaurante no Pátio dos Carrascos do Convento de Cristo. Acedido em: 27 de setembro, 2015 em:http://arqueologia.patrimoniocultural.pt/
Povoado Fortificado
Setúbal/Alcácer do Sal/Torrão
Calcolítico
O sítio arqueológico Monte da Tumba localiza-se no topo de um esporão, de vertentes ingremes e topo aplanado, que se eleva a cerca de 55 m altitude, na confluência de dois cursos de água, afluentes do rio Xarrama, próximo do regolfo da barragem do Vale do Gaio, a cerca de 1,2 km da vila do Torrão e a 55 km do litoral. Esta implantação confere-lhe um amplo domínio visual sobre um território diversificado. Os vestígios arqueológicos dispersam-se por uma área de cerca de 2500 m2. Este sítio foi identificado em 1982 durante a realização de obras para a edificação de um vivenda, que afetou alguns dos contextos arqueológicos. Entre 1982 e 1986 realizaram-se cinco campanhas de escavação arqueológica, numa área de cerca de 750 m2, promovidas pelo Museu de Arqueologia e Etnografia do Distrito de Setúbal, dirigidas por Carlos Tavares da Silva e Joaquina Soares, que permitiram recuperar uma grande quantidade de quantidade de informação estratigráfica arquitetónica e artefactual do sítio. O povoado do Monte da Tumba foi ocupado entre os finais do 4º milénio a. C. e grande parte do 3º milénio a. C. (3500 - 2300 a.C.), de que resultaram três grandes fases de ocupação, marcadas pela presença de grandes estruturas perimetrais de fortificação. A primeira fase de ocupação do Monte da Tumba caracteriza-se pela construção de uma ampla muralha, formada por blocos calcários e certamente revestida por adobes, com cerca de 1,2 a 1,5 m de espessura e que se elevaria em altura, a que se associavam várias torres ocas de planta circular, com cerca de 7 m de diâmetro externo. Estas estruturas, com várias fases de reformulações, foram destruídas no final desta fase de ocupação. Em termos artefactuais, esta fase caracteriza-se pela presença de pontas de seta de base côncava ou rectilínea e recipientes cerâmicos com características morfológicas diversificadas, alguns dos quais integrados nas tradições do Neolítico final (taça carenada ou vasos esféricos com mamilos), mas com uma grande expressão de pratos de bordo almendrado. As decorações cerâmicas são muito reduzidas, enquadrando-se nas tradições calcolíticas do sudoeste peninsular. A segunda fase de ocupação corresponde à edificação de uma nova estrutura de delimitação, com vários troços de muralhas que desenham uma planta ovalada, a que se associam várias torres ocas de morfologia subcircular, com cerca de 3,5 - 4,5 m de diâmetro. Os materiais líticos e cerâmicos apresentam semelhanças com a fase anterior, diminuindo o peso dos elementos neolíticos e surgindo peças em cobre. Após o abandono destas estruturas, em particular da fortificação, desenrola-se a terceira fase de ocupação, que se individualiza pela construção, no centro da elevação, de uma torre subcircular, com cerca de 12 m de diâmetro. O conjunto artefactual associado a esta ocupação do cabeço de São Pedro apresenta características típicas das ocupações do final do 3.º milénio a.C., com a presença de um pequeno conjunto de cerâmica campaniforme pontilhada. Estas três grandes fases de ocupação evidenciam uma certa heterogeneidade arquitetónica e espacial, que se enquadram nas dinâmicas de povoamento dos territórios em que se insere, nomeadamente o Alentejo litoral e o Sudoeste peninsular. (atualizado por C. Costeira, 21/12/18)
Terrestre
Pelo caminho em terra batida que sai do Torrão, para SW, em direcção ao povoado calcolítico Monte da Tumba, seguindo em frente 100 metros, depois de passar pelo caminho que vira para este povoado fortificado. O caminho de pé posto é denominado por Estrado do Torrão.
Artefactos líticos em sílex, quartzo leitoso e xisto silicioso (denticulados, pontas de seta, lascas, lâminas), mós manuais, percutores de quartzo e machados de pedra polida. Recipientes cerâmicos: pratos de bordo simples e espessado, taças de perfil simples e carenado, vassos esféricos, globulares e potes. Os recipientes apresentam alguns elmentos plásticos (mamilos e pegas) e reduzidas decorações (motivos solares, linhas incisas quebradas, caneluras, triângulos preenchidos, folhas de acácia, campaniforme pontilhado). Os componentes de tear, sobretudo os de tipo crescentes apresentam uma expressão significativa. Identificam-se fragmentos de queijeiras e de suportes. Artefactos em cobre: espátula, serra, cinzel e machado. Artefactos simbólicos: recipiente de calcário, ídolos cilíndricos de calcário, pequenas figurinhas antropomórficas em cerâmica e fragmentos de placas de xisto decoradas.
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ZEP - Zona Especial de Protecção
Bom
S - 01823, 81/1(151), 86/1(190) e 99/1(601)