Torre Velha de Castro de Avelãs

Sítio (1307)
  • Tipo

    Povoado Fortificado

  • Distrito/Concelho/Freguesia

    Bragança/Bragança/Castro de Avelãs

  • Período

    Idade do Ferro, Romano e Idade Média

  • Descrição

    O local designado por Torre Velha desenvolve-se sobranceiramente à actual aldeia de Castro de Avelãs, na margem direita da Ribeira de Castro. As condições de defesa natural não são as melhores, podendo considerar-se como razoável o controlo estratégico sobre a área envolvente. Nenhuma estrutura defensiva pode actualmente ser observada, apenas no sectores norte e leste se desenvolve um talude que descai no sentido da Ribeira de Castro, que é a zona que possui melhores condições de defesa natural. Os sectores oeste e sul abrem-se em campo aberto sobre uma área com morfologia planáltica. Num espaço superior a 2 hectares são patentes grandes quantidade de vestígios arqueológicos constituídos sobretudo por cerâmica de construção, tégula, imbrices, tijolos, e cerâmica de uso comum com cronologias balizáveis entre o período romano e a Idade Média. Este sítio arqueológico foi intervencionado nos finais do século XIX por Henrique Pinheiro, que conforme refere no seu relatório (PINHEIRO:1888), colocou a descoberto ruínas da ocupação romana, uma necrópole medieval e os alicerces de uma igreja também medieval. Do mesmo local são provenientes dois marcos miliários reutilizados como sarcófagos, duas aras e doze estelas, espólio que colocam a Torre Velha e a aldeia de Castro de Avelãs como um importante núcleo da epigrafia romana da região de Trás-os-Montes. Alguns autores admitem a hipótese de a Torre Velha de Castro de Avelãs ter sido a sede da civitas Zoelarum, ou um importante centro religioso dos Zoelas. Tal suposição baseia-se principalmente no facto de no local ter aparecido uma ara cuja inscrição foi interpretada do seguinte modo: DEO / AERNO / ORDO/ ZOELAR (um) / EX VOTO. Não há provas seguras de que o sítio tenha tido ocupação da Idade do Ferro, embora haja referências bibliográficas à existência de muralhas deste período.

  • Meio

    Terrestre

  • Acesso

    A partir da aldeia de Castro de Avelãs por caminho de terra batida. O povoado fica sobranceiro à aldeia.

  • Espólio

    Cerâmica de construção, tégula, imbrices, tijolos, e olaria de uso comum . 2 marcos miliários reutilizados como sarcófagos, 3 aras votivas, 11 estelas funerárias e 1 inscrição indeterminada

  • Depositários

    Câmara Municipal de Bragança , Fundação para a Salvaguarda e Reabilitação do Património Arquitectónico e Museu da Sociedade Martins Sarmento

  • Classificação

    -

  • Conservação

    Mau

  • Processos

    S - 01307 e 2010/1(202)

Bibliografia (23)

A Cultura Castreja no Noroeste de Portugal (1986)
Apontamentos Arqueológicos (1987)
Aqvae Flaviae I. Fontes Epigráficas da Gallaecia Meridional Interior (1997)
Archeologia Bragançana. O Arqueólogo Português (1901)
Bragança e Benquerença (1983)
Catálogo do Museu de Arqueologia da Sociedade Martins Sarmento: secção de epigrafia latina e de escultura antiga (1985)
Estudo da estrada militar romana de Braga a Astorga (1895)
Fíbulas de sítios a Norte do Rio Douro. Lucerna (1984)
Inscripções inéditas. Revista de Guimarães (1887)
La Galice romaine: recherches sur le nord-ouest de la penínsule ibérique dans l'Antiquité (1981)
Lápide romana. O Arqueólogo Português (1897)
Lápides a divindades indígenas no Museu de Guimarães. Revista de Guimarães (1970)
Memórias arqueológico-históricas do distrito de Bragança: arqueologia, etnografia e arte (1934)
Memórias arqueológico-históricas do distrito de Bragança: arqueologia, etnografia e arte (1938)
Museu Regional. Era Nova (1936)
Notícias Archeologicas de Portugal. Memórias da Academia Real de Sciências de Lisboa. Classe de Sciências Moraes, Políticas e Bellas-Artes (1872)
Notícias epigráphicas. Portugália (1908)
O Leste do Território Bracarense (1975)
Povoamento Romano de Trás-os-Montes Oriental (1993)
Relatório sobre as ruínas romanas descobertas junto da povoação de Castro d'Avellãs no mez de fevereiro de 1887 e sobre o reconhecimento que nas referidas ruinas fez José Henriques Pinheiro por conta da Sociedade Martins Sarmento. Revista de Guimarães (1888)
Roman Portugal (1988)
Uma notícia archeologica. Castro de Avellâs. O Arqueólogo Português (1896)
Vias romanas das regiões de Chaves e Bragança. Revista de Guimarães (1956)

Fotografias (0)

Localização