Anta do Pinheiro dos Abraços/Bobadela

Sítio (3012)
  • Tipo

    Anta/Dólmen

  • Distrito/Concelho/Freguesia

    Coimbra/Oliveira do Hospital/Bobadela

  • Período

    Neo-Calcolítico e Idade do Bronze

  • Descrição

    A Anta do Pinheiro dos Abraços, também designado por Dólmen da Bobadela ou Pinhal da Coitena, situa-se no pinhal da Tapada do Pinheiro/ Tapada do Pinheiro dos Abraços, à entrada da povoação da Bobadela, junto à Estrada Municipal 230-6 que liga a Oliveira do Hospital. Está implantada num pequeno cabeço que desce suavemente para o Rio de Cavalos, que corre 70m abaixo e a 900m do monumento. O monumento foi identificado por J. de Castro Nunes que, com a colaboração de V. Leisner, intervencionou o sítio arqueológico, levando a cabo a escavação do corredor e da câmara (1966/67). Ainda nos anos 60, H. Schubart levanta a planta do monumento. Na década de 80, no âmbito do estudo do megalitismo na bacia do Médio e Alto Mondego, J.C. Senna-Martinez publica em 1982 uma análise do espólio cerâmico recolhido durante a intervenção de J. de Castro Nunes, continuando a estudar o monumento nos anos subsequentes, em paralelo com outras antas da zona Beirã. Em 1989 o sítio é novamente alvo de trabalhos arqueológicos, da responsabilidade de A. Leite da Cunha, na sequência de um programa de estudo, valorização e protecção de estações arqueológicas promovido pelo Serviço Regional de Arqueologia da Zona Centro, em colaboração com a Câmara de Oliveira do Hospital. Passados 17 anos foi relocalizado no decorrer de uma prospeção que antecedeu a construção infraestruturas de abastecimento da água e, em 2017, no âmbito de um projeto de consolidação, conservação, reabilitação e divulgação dos monumentos megalíticos de Oliveira do Hospital, foi sujeito a uma intervenção de limpeza e recuperação, promovida pela ArqueoHoje. A anta possui uma câmara de planta poligonal alargada, com 2,5m de diâmetro máximo e oito esteios. O corredor de acesso atinge os 7m de extensão e 1,25m de largura média, restando atualmente nove esteios conservados no lado norte e quatro no lado sul. Atualmente apenas uma das lajes de cobertura da anta permanece preservada no local (a laje que liga os dois esteios do corredor, logo a seguir à câmara). A mamoa no qual se encontra inserida a Anta do Pinheiro dos Abraços possui aproximadamente 18m no sentido WNW-ESSE e 12m no sentido NNE-SSW. Os trabalhos de escavação realizados levaram à identificação de um espólio maioritariamente composto por materiais líticos - pontas de seta, lâminas, micrólitos, enxós, machados, contas de colar - bem como cerâmicos, lisos e decorados - como três recipientes campaniformes (foram identificados dois na câmara e um no corredor), taças de carena baixa e média, tigela de base plana, pote em forma de tambor, vasos tronco-cónicos invertidos. Foi ainda registada uma ponta de seta em cobre A anta terá sido construída/utilizada no neolítico final/calcolítico e reutilizada em períodos posteriores, nomeadamente durante a idade do bronze, como parecem atestar alguns dos materiais identificados (ex: vasos tronco-cónicos invertidos). Atualizado por S. Pereira 09-07-2019.

  • Meio

    Terrestre

  • Acesso

    Saindo de Oliveira do Hospital, ir em direcção a Bobadela pela Estrada Municipal 230-6. O monumento localiza-se 500m a nordeste do cruzamento com a estrada que segue para Travanca de Lagos.

  • Espólio

    Materiais líticos: pontas de seta, lâminas, micrólitos, enxós, machados, contas de colar; Materiais cerâmicos lisos e decorados: recipientes campaniformes, taças de carena baixa e média, tigela de base plana, pote em forma de tambor, vasos tronco-cónicos invertidos; ponta de seta em cobre

  • Depositários

    -

  • Classificação

    Classificado como IIP - Imóvel de Interesse Público

  • Conservação

    -

  • Processos

    S - 03012, 2000/1(275) e JN7/1(011)

Bibliografia (9)

Contribuições para uma tipologia da olaria do megalitismo das Beiras: olaria da Idade do Bronze (I). CLIO/Arqueologia (1984)
Do espaço doméstico ao espaço funerário: ideologia e cultura material na pré-história recente do centro de Portugal. OPHIUSSA (1995)
Do mundo das sombras ao mundo dos vivos: Octávio da Veiga Ferreira e o megalitismo da beira alta, meio século depois. Estudos arqueológicos de Oeiras (2008)
Duas contribuições arqueométricas para o estudo do Bronze Antigo/Médio do Centro e Noroeste de Portugal. Trabalhos de Arqueologia da E.A.M. (1993)
Materiais campaniformes do concelho de Oliveira do Hospital (Distrito de Coimbra). CLIO, Revista do Centro de Historia da Universidade de Lisboa (1983)
Monumentos Megalíticos de Oliveira do Hospital: Crença na Eternidade
O megalitismo da bacia do médio e alto Mondego: Uma primeira proposta de faseamento. Actas do 1º Colóquio Arqueológico de Viseu (1989)
Parasitic frequentation or cultural continuity? The re-use of megalithic monuments in the Ancient / Middle Bronze Age of the Mondego's Platform. Parasitagem ou continuidade cultural? A reutilização de monumentos megalíticos no Bronze Antigo / Médio. De Gibraltar aos Pirinéus: Megalitismo, Vida e Morte na Fachada Atlântica Peninsular (2018)
Pré-história recente da bacia do médio e alto Mondego: algumas contribuições para um modelo sociocultural (1989)

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Localização