Fragas do Diabo 5

Sítio (3019)
  • Tipo

    Arte Rupestre

  • Distrito/Concelho/Freguesia

    Bragança/Mogadouro/Vilarinho dos Galegos e Ventozelo

  • Período

    Indeterminado

  • Descrição

    As Fragas do Diabo são um pequeno desfiladeiro rochoso de xistos-grauvaques na ribeira da Veiga, um pequeno afluente do Douro. Esta ribeira corre de Norte para Sul, formando um pequeno vale muito aberto, entre campos agrícolas. Chegando às Fragas do Diabo, faz uma curva abrupta para Leste, abandonando a veiga e entrando num pequeno mas inclinado desfiladeiro, seguindo cerca de 200 metros para Leste até fazer nova curva abrupta para Sul, ainda em desfiladeiro, o qual abandona algumas centenas de metros mais à frente, voltando a ter um vale mais aberto. A maioria dos abrigos conhecidos com gravuras concentra-se na zona mais a Norte, no troço orientado a Leste, havendo no entanto pelo menos um abrigo no troço orientado a Sul. A designação dos abrigos segue a ordem em que eles aparecem, de montante para jusante, tal como foi definida pelos autores que se lhes referem, Sande Lemos e Domingos Marcos em primeiro lugar, e também Maria de Jesus Sanches. Há algumas discrepâncias na descrição do abrigo 6, sendo possível que haja na realidade um sétimo abrigo, identificado por M. J. Sanches, mas que não conseguimos localizar. Todos os abrigos se situam na margem esquerda com excepção do abrigo 1 e, se existir, do abrigo 7. Todos eles apresentam gravuras tipo unhadas do diabo, com excepção do abrigo 2, que não tem gravuras visíveis, e que foi incluído na listagem pelo possibilidade de ter vestígios de ocupação ou gravuras escondidas pelos sedimentos que contém. Todas as gravuras se apresentam em painéis de tamanho variável, todos verticais ou subverticais, e são todas unhadas do diabo, isto é, pequenos traços verticais ou oblíquos, com apenas uns escassos traços horizontais, alguns isolados mas geralmente em densas associações, em que surgem frequentemente sobreposição de traços, sendo problemático distinguir motivos específicos, para além dos alinhamentos horizontais de múltiplos traços. Os traços são geralmente pequenos, entre 2 e 5 cm aproximadamente, bastante profundos e de perfil em V, geralmente, apresentando-se também muito patinados. Há diferenças notórias entre os vários abrigos. Os abrigos 3 e 5 tem grande quantidade de painéis, com grande variedade de tamanho e quantidade de traços. Os abrigos 4 e 6 tem apenas um único painel com poucos traços. E o abrigo 1, e também o possível abrigo 7, a julgar pela descrição de M. J. Sanches, tem um único painel de grandes dimenões, com grande quantidade e densidade de traços. O abrigo 5 está na margem esquerda junto à ribeira, orientado para jusante e para a água, por baixo dos abrigos 3 e 4. Tal como a maioria dos restantes, é mais uma pala, inclinada para dentro do que propriamente um abrigo. Apresenta uma grande quantidade de painéis, espalhados ao longo das paredes do fundo, havendo painéis que ostentam um só traço, e outros com grande quantidade de traços. É neste abrigo que alguma população local afirma existir uma pintura, que consideram ser a figuração do Diabo, mas parece-nos tratar-se simplesmente de pigmentos naturais da rocha. O interior da pala e a plataforma em frente tem boa potência sedimentar, que pode chegar a mais de 1 metro, e este é o único dos abrigos em que se fez uma sondagem arqueológica, com parcos resultados, mas que indicam uma ocupação antiga: apareceram duas manchas de terra com grandes quantidades de carvões, possívelmente lareiras, várias pedras com fracturas térmicas, duas peças de quartzo atípicas e dois fragmentos de cerâmica, muito pequenos e difícil classificação, mas considerados como sendo de fabrico manual.

  • Meio

    Terrestre

  • Acesso

    Quem segue pela estrada municipal em direcção a Vila dos Sinos, chega a uma longa recta imediatamente antes da aldeia. No princípio da recta encontra-se à direita um caminho de terra batida, que segue para Oeste. Percorre-se cerca de 2 Km, passando por duas bifurcações em V, nas quais se segue sempre pela esquerda. Logo antes de se passar a ribeira da Veiga, está-se no sopé Norte de um cabeço aplanado e rochoso, sobranceiro à ribeira, a partir do qual se pode aceder a pé aos abrigos. Também é possível chegar à ribeira e descer por um carreiro ao longo desta, atingindo em primeiro lugar os abrigos 1 e 2. O abrigo 5 fica na margem esquerda, junto à água, por baixo dos abrigos 3 e 4, perto da curva acentuada que a ribeira faz para Sul.

  • Espólio

    -

  • Depositários

    Sala Museu de Arqueologia de Mogadouro

  • Classificação

    Classificado como IIP - Imóvel de Interesse Público

  • Conservação

    Regular

  • Processos

    S - 03019

Bibliografia (3)

As gravuras rupestres das Fragas do Diabo (Mogadouro). Cadernos de Arqueologia (1984)
Catálogo dos monumentos e sítios arqueológicos do Planalto Mirandês (Pré-História). Brigantia (1993)
Pré-História recente no Planalto Mirandês (Leste de Trás-os-Montes). Monografias Arqueológicas (1992)

Fotografias (0)

Localização