Monte dos Castelinhos

Sítio (3923)
  • Tipo

    Povoado Fortificado

  • Distrito/Concelho/Freguesia

    Lisboa/Vila Franca de Xira/Castanheira do Ribatejo e Cachoeiras

  • Período

    Neolítico, Idade do Ferro e Romano

  • Descrição

    O sítio de Monte dos Castelinhos regista ocupação entre o Calcolítico e é um povoado fortificado com uma diacronia de ocupação Romano Republicano e Romano Alto-Imperial. Este sítio localiza-se numa área de portela de ligação natural entre as margens do Tejo e o interior da Península de Lisboa, através do vale do Rio Grande da Pipa. As características da sua implantação, com ampla visibilidade e defensibilidade, levam a que a sua localização assuma uma posição geoestratégica de controlo de uma zona de fronteira natural. O povoado romano foi construído de raiz, em meados do Sé. I a.C. (Fase I), constituindo um estabelecimento de dimensões consideráveis, com mais de 10 hectares. Alguns anos (entre uma a duas décadas) depois da edificação, meados da segunda metade do século I a.C. (50/30 a.C.) (Fase II), assiste-se à sua brusca destruição, resultante de um conflito bélico. Nestes níveis surgem diversos elementos de armamento militar itálico, como um projétil de catapulta, um scutum romano, glandes de funda em chumbo, um pilum e uma lança em ferro. E também militaria, ou seja elementos de equipamento militar itálico, típica dos legionários da república, como fíbulas, fivelas de armadura, fechos de cinturão e tachas de cáligas. Sob a destruição, regista-se nova fase de urbanismo no século I d.C. (Augusto - fase III), com a construção de um novo traçado de ruas e de habitações, revelando que o sítio continua a ser ocupado e que é considerado suficientemente relevante para ser dotado de um novo projeto urbanístico. A Fase III, corresponde assim um novo desenho urbano, que se sobrepõe e anula o preexistente, e que ainda que mantenha aproximadamente as orientações, reestrutura de forma distinta o espaço. A Fase 4 corresponde a uma ampla remodelação do urbanismo Augustano, em meados da segunda metade do século I d.C.. Todo este conjunto de cariz urbano é alvo de um abandono, não sendo ainda claro se concertado ou não, em cerca de 40/60 d.C. (no final do período Júlio/Cláudio). A localização do sítio, num ponto de grande valor estratégico e implantado de forma equidistante em relação aos dois principais núcleos urbanos do vale do tejo, Olisipo e Scallabis, não despicienda, nem casual, parecendo ter sido escolhida após o conflito Sertoriano (80-72 a.C.), para fundação de uma base operacional de apoio logístico à movimentação de tropas e ao controlo das vias de comunicação. Este estabelecimento surge assim no contexto de uma efetiva reorganização da estratégia das áreas ocupadas, que começa a desenhar-se como um processo de apropriação do território, verdadeira "refundação" do poder de Roma no extremo ocidente.

  • Meio

    Terrestre

  • Acesso

    Através da estrada que conduz ao topo.

  • Espólio

    Fragmentos de cerâmica neolítica. Cerâmica anfórica, cerâmica campaniense, terra sigillata, paredes finas, lucernas, almofarizes cerâmica comum; pesos de tear e cossoiros; tegulae, tijolos; moedas, objecto em bronze figurativo. Armamento militar itálico, como um projétil de catapulta, um scutum romano, glandes de funda em chumbo, um pilum e uma lança em ferro. E também elementos de equipamento militar itálico, típica dos legionários da República, como fíbulas, fivelas de aramadura, fechos de cinturão e tachas de cáligas.

  • Depositários

    Museu Municipal de Alenquer

  • Classificação

    Inventariado

  • Conservação

    Em Perigo

  • Processos

    S - 03923 e 2006/1(622)

Bibliografia (31)

A Arquitetura do Monte dos Castelinhos. Catálogo Exposição Monte dos Castelinhos (Castanheira do Ribatejo). Vila Franca de Xira e a conquista romana no Vale do Tejo (2013)
A investigação em torno de Monte dos Castelinhos. Em busca de Ierabriga. O sítio arqueológico de Monte dos Castelinhos, Vila Franca de Xira (2015)
A presença romana no concelho de Vila Franca de Xira: investigar, divulgar, animar. Actas das 1ªs Jornadas sobre Romanização dos estuários do Tejo e do Sado (1996)
A respeito do nome de Vila Franca de Xira. Boletim Cultural (1997)
A sequência estratigráfica de Monte dos Castelinhos. Catálogo Exposição Monte dos Castelinhos (Castanheira do Ribatejo). Vila Franca de Xira e a conquista romana no Vale do Tejo (2013)
Carta Arqueológica de Vila Franca de Xira (2016)
Catálogo Exposição Monte dos Castelinhos (Castanheira do Ribatejo). Vila Franca de Xira e a conquista romana no Vale do Tejo (2013)
Catálogo de Peças. Em busca de Ierabriga. O sítio arqueológico de Monte dos Castelinhos, Vila Franca de Xira (2015)
Cerâmicas de verniz negro itálico e imitações em pasta cinzenta de Monte dos Castelinhos - Vila Franca de Xira. Atas do Congresso de Arqueologia Conquista e Romanização do Vale do Tejo (2014)
Considerações em torno do faseamento da ocupação. Em busca de Ierabriga. O sítio arqueológico de Monte dos Castelinhos, Vila Franca de Xira (2015)
Em busca de Ierabriga. O sítio arqueológico de Monte dos Castelinhos, Vila Franca de Xira (2015)
Em torno dos mais antigos modelos de ânfora de produção lusitana. Os dados do Monte dos Castelinhos - Vila Franca de Xira. Actas do Seminário Internacional e Ateliê de Arqueologia Experimental A Olaria Romana (Seixal, 17 a 20 de Fevereiro de 2010) (2017)
Estudo das faunas do período republicano do Monte dos Castelinhos (Vila Franca de Xira, Portugal). Cira Arqueologia (2018)
Inscrições romanas e moedas visigóticas no Museu Municipal de Vila Franca de Xira. Boletim Comemorativo da biblioteca-Museu Municipal Dr. Vidal Baptista (1972)
Inventário do património arqueológico e construído de Vila Franca de Xira. Notícia da parcela 390-2. Boletim Cultural da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira (1990)
Las ánforas del Guadalquivir en Scallabis (Santarém, Portugal). Una aportación al conocimiento de los tipos minoritarios (2008)
Lisboa e Arredores. Roteiros da Arqueologia Portuguesa (1986)
Monte dos Castelinhos - Vila Franca de Xira. Um sítio singular para o estudo da romanização do Vale do Tejo. Actas da II Reunião Cientifica As Paisagens da Romanização - Fortins e ocupação do território no séc. II a.C. - I d. C. (2014)
Monte dos Castelinhos e a conquista romana na Ulterior. Em busca de Ierabriga. O sítio arqueológico de Monte dos Castelinhos, Vila Franca de Xira (2015)
Monte dos Castelinhos no quadro da província Romana da Lusitânia. Em busca de Ierabriga. O sítio arqueológico de Monte dos Castelinhos, Vila Franca de Xira (2015)
Novos dados sobre o urbanismo de Monte dos Castelinhos (Vila Franca de Xira). A campanha de escavações de 2017. Cira Arqueologia (2018)
O Domínio Romano em Portugal (1988)
O Povoado Tardo-Republicano do Monte dos Castelinhos - Vila Franca De Xira. Al.-Madan (2008)
O escudo romano de Monte dos Castelinhos. Catálogo Exposição Monte dos Castelinhos (Castanheira do Ribatejo). Vila Franca de Xira e a conquista romana no Vale do Tejo (2013)
O povoamento romano em torno do Monte dos Castelinhos. Em busca de Ierabriga. O sítio arqueológico de Monte dos Castelinhos, Vila Franca de Xira (2015)
Os projéteis de funda de Monte dos Castelinhos e a dispersão destes materiais no território português. Catálogo Exposição Monte dos Castelinhos (Castanheira do Ribatejo) Vila Franca de Xira e a conquista romana no Vale do Tejo (2013)
Sobre o povoamento romano ao longo da via de Olisipo a Scallabis. Actas da Mesa Redonda de Olisipo a Scallabis. A rede viária romana no vale do Tejo (2012)
Subsídios para a história do Concelho de Vila Franca de Xira (1997)
Trabalhos realizados 2008 e 2014. Em busca de Ierabriga. O sítio arqueológico de Monte dos Castelinhos, Vila Franca de Xira (2015)
Três bronzes romanos da região de Alenquer. Conimbriga (1984)
Um conúbio de sabedoria técnica e novas modas conviviais: as taças em pasta cinzenta imitante TSI de Monte dos Castelinhos (Vila Franca de Xira). Cira Arqueologia. (2015)

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