Soure - Ara romana

Sítio (2705)
  • Tipo

    Inscrição

  • Distrito/Concelho/Freguesia

    Coimbra/Soure/Soure

  • Período

    Romano

  • Descrição

    Segundo o "Diario de Noticias" de 22.01.1981, seria datada do sec. II a.C. e encontrava-se a servir de cepo para o esquartejamento de carnes no matadouro municipal de Soure. Teria sido encontrada quando se fizeram escavações arqueológicas na Quinta da Madalena em Soure. Em 1825 foi encontrada uma árula com a inscrição BM PR/ VASECO/ MARI/ NIANVS/ S ANIA/ OIPBE/ S PONO/ MER/ MA, segundo a leitura de Castello Branco, [CASTELLO BRANCO, 1861] posteriormente depositada na Academia das Ciências de Lisboa e na Biblioteca Nacional. [ENCARNAÇÃO, 1975, pp. 296 - 297] Hubner [CIL II, 363] corrige a leitura para "B(ene) MER(ito) /VASECO / MARI/NIANV/S ANIM/O LIBE/S PONO/ MER(enti) MA(xime). Leite de Vasconcelos [VASCONCELOS, 1905, pp. 313 - 314] nada acrescenta à leitura de Hübner; diz contudo que se trata de uma ara muito pequena, 0,18m x 0,05 m (0,07m) que a viu várias vezes no museu da Academia. José Encarnação, [ENCARNAÇÃO, 1975, p. 297] realça unicamente a incerteza do nome e dos atributos desta "divindade". Cardim Ribeiro, [RIBEIRO, 1989, p. 121] após um longo historial sobre o estudo da árula ou da divindade, pelos diferentes investigadores, dá-nos a sua localização nas reservas museológicas da Academia das Ciências de Lisboa (peça nº 245) donde, afinal, nunca terá saído. Descreve-a como uma pequeníssima mas bem proporcionada - e bem conservada - árula, em calcário oolítico amarelado, apresentando-nos a leitura: B(ene) MER(enti)/ VASEGO/ MAR/NIANV/S ANIM/O LEBES/ S(olvit) PONO/ MER(ito)/MA(xime) //. que traduz: "Ao bem merecedor Vasegus, Marinianus de boa vontade cumpriu (este voto); coloco(-o) muito merecidamente [RIBEIRO, 1989, pp. 132 - 134]. O cognomen Marinianus é bastante raro; em todo o Império Kajanto [KAJANTO, 1965, p. 308] regista-o apenas 31 vezes, em que mais de 1/3 são indivíduos já cristãos. Quanto ao radical de Vasecus, podem apontar-se três interpretações: 1 - do ide. *UES - "humedecer", "molhado" , seria uma divindade de expressão aquática. 2. - do ide. * UES - "brilhar"/*aues - seria uma divindade de cariz astral. 3 - Porém, o verdadeiro sentido de Vasegus parece a Cardim Ribeiro encontrá-lo no ide. *UESU, "bom", radical que se reflecte em múltiplos antropónimos hispânicos. Seria assim uma divindade essencialmente benfazeja [Idem, pp. 138 - 139], que coloca entre finais da 1ª metade do século III e inícios do século IV. O mesmo significado teria Endovélico, segundo A. Coelho, "o melhor" (optimus) derivado da sua etimologia:( = *nd, (superlativo) + Wellos ("bom", "benevolente", benfazejo") [SILVA, A. Coelho, 1990, p. 282, nota 110]. Além da árula também apareceu cerâmica de construção, mós, moedas dos séc. III e IV [CONCEIÇÃO, 1942, pp. 9 - 12]. Das várias visitas que efectuámos ao local apenas recolhemos um tijolo de sector de coluna e fragmentos de tegulae.

  • Meio

    Terrestre

  • Acesso

    -

  • Espólio

    -

  • Depositários

    -

  • Classificação

    -

  • Conservação

    -

  • Processos

    S - 02705

Trabalhos (0)

    Bibliografia (0)

    Fotografias (0)

    Localização