Torres Vedras - Igreja de Santa Maria do Castelo

Sítio (6112)
  • Tipo

    Necrópole

  • Distrito/Concelho/Freguesia

    Lisboa/Torres Vedras/Santa Maria, São Pedro e Matacães

  • Período

    Idade Média e Moderno

  • Descrição

    A Igreja de Santa Maria do Castelo localiza-se no morro do Castelo de Torres Vedras, na margem esquerda do rio Sizandro, a cerca de 72m de altitude. É o único edifício do concelho que contém vestígios românicos, o seu estilo original. No seu lugar existiria a mesquita árabe, sobre a qual foi reconstruído o edifício atual, ainda no século XII. Em seu redor estabeleceu-se uma ampla necrópole cristã, no local onde já os árabes terão enterrado os seus mortos, como atesta o achado, em 1718, de uma sepultura contendo um grande alfange mourisco. Na igreja sepultavam-se as pessoas mais eminentes, sendo exemplo Mestre Mendo, o arquiteto do templo, cuja inscrição funerária, no pórtico lateral, data de 1208. Entre 1983 e 1989 decorreram sete campanhas de escavações arqueológicas, que incidiram na área contígua ao troço sul da muralha, para onde se estendia a necrópole. Foi escavada uma ampla zona da necrópole de Santa Maria, numa área total de 169 m2. Registaram-se 70 enterramentos, em sepulturas delimitadas por esteios e cobertas por lajes (uma das quais antropomórfica) e inumações em covacho, todas orientadas no sentido poente-nascente, com uma única exceção. Detetou-se uma elevada percentagem de indivíduos do sexo feminino e de crianças. Foram ainda identificadas 16 estelas funerárias, duas das quais in situ e uma não gravada. As inumações caracterizavam-se pela ausência de espólio acessório. A necrópole foi datada de entre a segunda metade do século XII e o século XV. Detetaram-se, igualmente, indícios da prática de atividades de entretenimento, atestada pelos vestígios de fogueiras, a que surgem associados fragmentos de cerâmica comum queimada e restos alimentares (conchas de moluscos), bem como de um tabuleiro do jogo do moinho, dados em osso e inúmeras marcas de jogo. Recolheu-se um vasto espólio, ainda que não diretamente associado às inumações, constituído por cerâmica doméstica, desde o período romano (tégulas), ao islâmico (cerâmica de bandas pintadas), medieval e moderno, incluindo azulejaria. Existe ainda a referência que, na escadaria de acesso à Igreja, existisse, em tempos, uma árula funerária, que foi retirada do seu muro esquerdo. A árula, em calcário lioz, teria 52,5 x 34,5 x 22.

  • Meio

    Terrestre

  • Acesso

    No interior das muralhas do Castelo de Torres Vedras.

  • Espólio

    Dezasseis estelas funerárias, fragmentos de cerâmica comum queimada, fauna malacológica, tabuleiro de jogo do moinho, dados em osso, marcas de jogo, cerâmica doméstica romana, islâmica, medieval e moderna. Existiria também uma árula funerária retirada do muro da escadaria.

  • Depositários

    -

  • Classificação

    Classificado como MN - Monumento Nacional

  • Conservação

    -

  • Processos

    2001/1(148) e S - 01231

Trabalhos (0)

    Bibliografia (6)

    A urbe de Torres Vedras e a sua cerca medieva. Fortificações e território na Península Ibérica e no Magreb (séculos VI a XVI) (2013)
    Castelo de Torres Vedras: cabeceiras de sepultura medievais (1984-2004). O Arqueólogo Português (2006)
    Inscrições romanas do Museu Municipal de Torres Vedras. Conimbriga (1982)
    Inventário do Património Natural e Cultural - Fichas do Património Arqueológico de Torres Vedras (2021)
    Romanos e Bárbaros na região de Torres Vedras. Torres Vedras - Nova História Local (2018)
    Uma perspectiva sobre a epigrafia funerária latina da região de Torres Vedras. Turres Veteras - História da Morte (2004)

    Fotografias (0)

    Localização


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