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DIAS, Ana Carvalho (2010) - Trabalhos Arqueológicos prévios ao projecto de reabilitação de edifício a restaurante no Pátio dos Carrascos do Convento de Cristo. Acedido em: 27 de setembro, 2015 em:http://arqueologia.patrimoniocultural.pt/
Villa
Beja/Serpa/Serpa (Salvador e Santa Maria)
Romano, Baixo Império e Alta Idade Média
Villa / Lagar / necrópole (Alta Idade Média; Romano, Baixo Império). As referências bibliográficas associam-no a um lagar que terá funcionado nos séculos III-IV d.C. Foi alvo de escavação arqueológica de diagnóstico / salvamento (Cunha, 1997) (condutas do Sistema Adutor do Enxoé ou construção de estrada?), que identificou uma necrópole de inumação datável do século VII d.C.. Duas realidades estruturais e funcionais distintas que ocupam o mesmo espaço, mas em épocas diferentes. No lagar foram recolhidas duas inscrições funerárias romanas reaproveitadas como pedras de lagar. Identificaram-se sete sepulturas, das quais apenas uma parece ter sido reutilizada contendo dois esqueletos. As restantes inumações continham apenas um esqueleto. Como espólio entre tegulae; terra sigillata sudgálica, hispânica e clara C e D; dolia; cerâmica comum; destaca-se um colunelo visigótico, moedas e cerâmica romana de importação. Deverá estar em associação com o depósito junto dos edifícios do monte de 5 pesos de lagar cilíndricos. A escavação (1997) que se efectuou pôs a descoberto um lagar cujos pesos são cupae reaproveitadas. A necrópole paleocristã estaria associada a uma basílica de que se escavou apenas uma parte e reconheceu-se ainda uma ocupação medieval no local. Na construção da Estrada Municipal ficaram visíveis nos seus cortes vários pavimentos de opus signinum, tendo-se recolhido uma pedra com decoração de cachos de uvas visigótica. As referências a elementos arquitetónicos visigóticos (pedra com decoração de cachos de uvas e colunelos), associados a pavimentos de opus signinum, parecem remeter-nos para ambientes atinentes à pars urbana de uma Villa romana em continuidade de ocupação no período Tardo-Romano/Alto Medieval. A localização deste sitio resultou numa discordância na georreferenciação do sítio no Plano de Ordenamento da Albufeira do Enxoé e no PDM de Serpa. Com os trabalhos de prospeção/acompanhamento de 2019, concluiu-se que a villa/necrópole é aproximada à localização cartografada no POAE (P-1) e necrópole recentemente intervencionada (2019), porém designada enquanto Alpendre de Lagares 2. Nesta área identifica-se ainda uma mancha de ocupação (coordenadas latitude 37.9834810° N e longitude 7.4642860° W CMP 523) de cerca de 3000m2, onde se verifica a presença de cerâmica comum, terra sigillata africana (?), dolia, tegulae e imbrex em abundância, lateri, fragmentos de opus signinum, fragmentos de mármore branco e alguns blocos de granito bem esquadriados que poderão corresponder a silharia romana. Deste modo o cruzamento dos dados recolhidos nas intervenções das necrópoles em 1997 e 2019 com as evidências identificadas no decurso dos trabalhos de prospeção arqueológica, permitem-nos avançar que a totalidade da mancha de dispersão de materiais deste sítio arqueológico ocupa uma área aproximada de 6500m2. correspondendo esta localização ao sítio arqueológico classificado como a Villa romana, designado de Alpendres de Lagares 1, com continuidade de ocupação no período Tardo-Romano/ Alto Medieval, e a que deve ser ainda associado as referências de Pias (CNS 2576). Acresce em informação recolhida (Marques, Maria João 2018) junto de locais aquando da abertura da estrada (anterior à construção da Barragem do Enxoé) havia já sido identificado pelo menos um individuo do outro lado da atual estrada, sendo que uma parte considerável da necrópole foi cortada aquando das obras de construção da mesma. É possível que a parte identificada possa corresponder a um dos limites da necrópole (zona Oeste). Em 2019 a abertura da vala contigua à zona de exclusão arqueologica do olival registou ainda (latitude 37.9840890° N e longitude - 7.4641820° W) uma estrutura em alvenaria pétrea, aparentemente ortogonal, acompanhado do derrube de blocos pétreos e cerâmica de construção (Tegulae). A identificação das estruturas positivas implicou o desvio do troço da vala, de forma a preservar o contexto arqueológico preservado.
Terrestre
Variante da EN 392. Suave encosta voltada a leste junto a uma nascente e a pequenas linhas de água.
Tegulae; terra sigillata sudgálica, hispânica e clara C e D; dolia; cerâmica comum; ossadas humanas; colunelo visigótico; moedas; cerâmica romana de importação.
Museu Municipal de Arqueologia de Serpa
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S - 06290, 2001/1(289), 2001/1(289)-B, 2002/1(047), 2021/1(349) e 93/1(176)