Horta do Pombal

Sítio (6034)
  • Tipo

    Villa

  • Distrito/Concelho/Freguesia

    Beja/Beja/Beja (Santiago Maior e São João Baptista)

  • Período

    Romano, Medieval Islâmico, Moderno e Antiguidade Tardia

  • Descrição

    Presença de diversos núcleos de edificados domésticos, estruturas negativas de tipo fossa, uma área termal, uma área de fornos e ainda de um núcleo de necrópole de inumação. A estas realidades romanas acresce a presença de vestígios islâmicos e de época moderna. Os contextos intervencionados incidiram numa grande parcela de uma villa fundada algures em meados do século II e cuja ocupação se terá estendido até aos finais do IV d.C. Existe ainda uma necrópole associada, localizada numa área baixa e periférica, situada a norte. Foram identificadas 16 sepulturas e 11 escavadas, num conjunto delimitado, a sul, por um valado que se inferiu anterior à abertura de uma das sepulturas. Em termos arquitetónicos, esta necrópole revelou-se muito pobre. Alguns dos covachos abertos no substrato apresentam cobertura horizontal de tégulas e outros muretes laterais. Apenas num caso foi possível observar restos de um revestimento em mármore indiciando um sepultamento mais distinto, mas infelizmente, esta sepultura foi alvo de saque. Alguns materiais enquadram este espaço num intervalo temporal entre meados do século II e meados do IV d.C (prato de sigillata forma Hayes 48B; Lucerna e Asse ou dupôndio de Adriano anos 134-138). Registo ainda de uma estrutura onde foram exumados quatro canídeos junto à necrópole. Imediatamente a sul da área da necrópole foram escavados dois fornos e respetivas áreas de despejos, registado um terceiro que não foi escavado e ainda uma área de despejos que deverá corresponder a um quarto forno que se situará do lado este da área não escavada. O Forno 2 foi implantado numa interface aberta em sedimentos resultantes da acumulação de despejos de outro forno que se deverá localizar a Este, na área não intervencionada. Este forno cuja parte preservada corresponde à área da fornalha apresenta uma planta sub-retangular com os cantos muito arredondados e é constituída por uma parede de argila refratária. Os níveis de tégula e os buracos de poste no interior da fornalha e a inexistência dos arcos de suporte da grelha leva-nos a ponderar a possibilidade deste espaço - a fornalha - ter sido reformulado e reutilizado com outra finalidade, com uma cobertura com tégulas suportada por postes. O forno 3 encontrava-se cortado por uma fossa e encontrava-se preservada a área da fornalha, a boca e o seu corredor de acesso abobadado e os arcos de suporte da grelha. No interior verificou-se depósitos argilosos que cobriam um expressivo nível de fragmentos pequenos de tégulas e ladrilhos. Neste "complexo industrial" parece existirem mais fornos do que os que foram identificados. Na área mais a sul foi registada uma sequência de depósitos heterogéneos (caracterizados pela presença de cinzas e carvões) que preenchiam uma grande interface e que foi cortada para implantar o forno 2. Foi identificado parte de um edifício pertencente a um complexo "termal". Na sua parte preservada, abaixo da cota do topo do substrato geológico, foi possível identificar os pilares que compunham o hipocausto. A fornalha que fornecia o ar quente para este hipocausto deveria encontrar-se a norte, onde foi identificada uma pequena parte de outro ambiente, cujos depósitos de colmatação eram constituídos por cinzas e carvões. Este complexo não foi destruído com a implantação da conduta. A área da domus intervencionada contemplou duas áreas residenciais, muito embora na Área II surja um contexto que remete para armazenagem. Não foi possível aferir que áreas residenciais são essas: proprietário ou trabalhadores. Observada a planta geral surgem conectadas, encontrando-se o centro desta unidade na área atualmente ocupada pelo Monte hoje existente. A área I da domus localiza-se a sul desse atual edificado. Aí foram registados restos de construções de cronologia moderna.

  • Meio

    Terrestre

  • Acesso

    -

  • Espólio

    -

  • Depositários

    -

  • Classificação

    -

  • Conservação

    -

  • Processos

    S - 06034, 2001/1(487) e 2009/1(336)

Bibliografia (3)

A Cidade Romana de Beja. Percursos e debates acerca da "civitas" de PAX IVLIA (2003)
Notas históricas, arqueológicas e etnográficas do Baixo Alentejo (1957). Arquivo de Beja (1957)
Roman Portugal (1988)

Fotografias (0)

Localização