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DIAS, Ana Carvalho (2010) - Trabalhos Arqueológicos prévios ao projecto de reabilitação de edifício a restaurante no Pátio dos Carrascos do Convento de Cristo. Acedido em: 27 de setembro, 2015 em:http://arqueologia.patrimoniocultural.pt/
Povoado Fortificado
Lisboa/Alenquer/Ota
Neolítico, Calcolítico e Medieval Cristão
O "Castro da Ota" ou "Sítio da Ota" localiza-se na elevação mais proeminente sobre o vale do Canhão Cársico, a cerca de 185 metros de altitude, na margem direita da ribeira da Ota. Esta configuração atribui àquele lugar um grande controlo territorial e de visibilidade e permitiu o fácil acesso fluvial às vias comerciais e às correntes culturais provenientes de outros lugares. Terá sido descoberto e explorado por Hipólito Cabaço nos anos 30 do século XX mas foi dado a conhecer por Ernâni Barbosa em 1956. A elevação é quase inacessível por todas as vertentes exceto pela do lado ocidental, onde foram construídas duas linhas de muralhas. A entrada localiza-se a sul, onde foi identificada uma estrutura negativa no interior muralhado, que cedo se propôs que fosse para defender, mas que atualmente é vista como possível estrutura funerária. Segundo Barbosa (1956) também teriam sido encontrados fundos de cabana circulares e retangulares no interior do recinto (que não foram ainda identificados no trabalho de campo). Conhece-se hoje, um total de oito estruturas arqueológicas. Apesar de ter características semelhantes com outros locais, onde estruturas muralhadas assumem o papel defensivo, ainda não existem certezas de qual seria o uso do "Sítio da Ota". Isto deve-se à inexistência de contextos claramente habitacionais, à existência de espólio tipicamente funerário e à presença da estrutura negativa, não adoçada à muralha. O "Castro da Ota" terá tido três ocupações principais: no Neolítico/Calcolítico; um período de menor visibilidade, até ao Período Romano Republicano, e cessa no Período Romano Imperial. O espólio aqui encontrado permite entender que o espaço terá tido uma longa diacronia de ocupação. Foram recolhidos materiais de tradição neolítica mas também do período campaniforme. Existe também espólio enquadrado no Bronze Final e Idade do Ferro, bem como de período Romano e Época Medieval. O espólio também permitiu constatar que estas comunidades tinham contacto com outras regiões nacionais mas também mantinham uma certa independência ao nível das matérias-primas. O estudo aprofundado do local só começou a ser feito efetivamente a partir de 2015 com prospeções sistemáticas no âmbito do projeto COTA - "Canhão Cársico da Ota" e a identificação, localização, caracterização e valorização do património arqueológico do mesmo local, com o projeto interdisciplinar Caracterização e plano de ação do Canhão Cársico de Ota. Mais recentemente, através do projeto plurianual de investigação "Detecção remota na prospecção arqueológica: os sítios fortificados do 3º milénio a.C. na região Oeste (Estremadura, Portugal) " foram realizadas campanhas de escavação nos anos 2019, 2020 e 2021. Estas incidiram sobretudo nas estruturas e espaços identificados na Ota, através de variados métodos de prospeção. Os resultados permitiram afirmar que é percetível no local a manipulação do natural por parte das comunidades que por ali passaram, que adaptaram o espaço para seu proveito e utilizaram os recursos disponíveis. Ficou também claro que a potência estratigráfica do sítio arqueológico é extremamente reduzida.
Terrestre
Estradão florestal a partir do parque de merendas da Ota, em direção a Norte, ao próximo cabeço.
Machados, polidores, percutores, núcleos, raspadeiras, lascas, lâminas, pregos, chumbo, pontas de punhal ou lança, pontas de seta, espátulas, furadores, alfinetes de osso, machados votivos, figura zoomórfica, dentes com orifício, placas de barro, cerâmica campaniforme, folha de acácia e motivos geométricos, peças de adorno, restos de fauna, terra sigillata, numismas, fragmento de asa vidrada e uma peça estampilhada (séculos XII e XIII).
Museu Municipal de Alenquer
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Regular
2000/1(847), 2001/1(095) e S - 03036