Estação Arqueológica da Pedra de Ouro

Sítio (1347)
  • Tipo

    Povoado Fortificado

  • Distrito/Concelho/Freguesia

    Lisboa/Alenquer/Alenquer (Santo Estêvão e Triana)

  • Período

    Calcolítico, Idade do Bronze - Inicial e Idade do Bronze - Médio

  • Descrição

    Este sítio corresponde a um povoado fortificado, cronologicamente enquadrado na Idade do Bronze e Calcolítico. Situa-se num pequeno planalto, tendo a defesa facilitada pelo declive das encostas, principalmente do lado sul. Nos outros limites existiam três muralhas estreitas, transversais para proteger o lado NO, e a nascente foram localizados restos de um duplo sistema defensivo. O recinto fortificado era aproximadamente retangular, com a entrada a poente. Encostada exteriormente à porta, a poente, foi encontrada uma sepultura, contendo um esqueleto. Foram também identificados fundos de cabana. No canto NW da fortificação detetam-se vestígios dos alicerces de uma construção circular, talvez uma torre. No extremo SW, encontrou-se um monumento funerário, 'tholos' com entrada virada para nascente. As primeiras referências para esta estação encontram-se no artigo: "Figurinha de barro da Pedra do Ouro" (1940) de Afonso do Paço. Neste artigo é mencionada a descoberta e exploração da estação por Hipólito Cabaço na década de trinta do século XX. Na escavação foi recolhido bastante espólio, constituído por pontas de seta, dois machados achatados de cobre, uma ponta de lança e a folha de um punhal, ambos com nervura central, além de cilindros e pinhas de calcário, serras e facas de sílex, machados polidos, furadores de osso, alfinetes e botões, cerâmica muito fragmentada, placas de barro e contas, restos de fauna e sementes, na sua maioria carbonizadas. Em 2017, no âmbito de uma tese de mestrado, Raquel Raposo publica uma carta de Hipólito Cabaço em que este pormenoriza a sua atividade neste local. Durante o resto do século XX e inícios do século XXI o sítio foi amplamente publicado e estudado, principalmente o seu espólio. No âmbito dos trabalhos de prospeção de 2019, para a revisão do PDM de Alenquer, o sítio foi relocalizado. No topo do planalto apenas se recuperaram dois fragmentos cerâmicos de cronologia recente (um vidrado e uma faiança). Devido à densa vegetação não foi possível observar muralhas e outras estruturas mas na vertente sudoeste foi possível identificar alguns blocos pétreos. No caminho de acesso ao sítio arqueológico, que contorna o planalto pelo lado este e norte, foram recuperados quatro utensílios líticos em sílex.

  • Meio

    Terrestre

  • Acesso

    Pela EN 1136 que segue em direcção a Cadafais, cortar à direita por um caminho de terra batida, que se encontra a seguir a uma curva e imediatamente antes da aldeia da Pedra de Ouro. Contornar o caminho sempre para a esquerda até atingir o topo de cabeço.

  • Espólio

    Objetos de uso comum (machados, goivas, polidores, percutores, núcleos, lascas, lâminas, facas, raspadeiras, espátulas em osso, furadores, alfinetes, objectos metálicos, cerâmica domestica e votiva. Conchas, sementes.

  • Depositários

    Museu Municipal de Alenquer

  • Classificação

    Classificado como MN - Monumento Nacional

  • Conservação

    Mau

  • Processos

    S - 01347, 2000/1(847), 2001/1(095) e S - 03036

Bibliografia (14)

3º Congresso Espanhol de Arqueologia. Revista de Guimarães (1953)
A fortificação eneolítica da Columbeira - Bombarral. O Arqueólogo Português (1969)
Campaniforme da Barrada do Grilo (Torrão - Vale do Sado). O Arqueólogo Português (1972)
Culto e Superstição: representações do religioso e do simbólico no espólio arqueológico exumado no Castelo de Alenquer. Al-madan (2019)
Die Kupferzeittliche Befestigung von Pedra do Ouro - Portugal. Madrider Mitteilungen (1966)
Escavações na fortificação da idade do cobre do Zambujal/Portugal 1970. O Arqueólogo Português (1971)
Figurinha de barro da Pedra de Ouro. Congresso do Mundo Português, Lisboa, 1940 - Memórias e Comunicações apresentadas ao Congresso da Pré e Proto-História de Portugal (I Congresso) (1940)
Las fortificaciones eneoliticas de Zambujal e Pedro do Ouro, em Portugal. Actas do 10º Congreso nacional de Arqueologia, Mahon, 1967 (1969)
Las primeras edades del metal en el Sudeste (1890)
O Castro da Pedra do Ouro (Alenquer). O Arqueólogo Português (1956)
O grupo de Palmela no quadro da cerâmica campaniforme em Portugal. O Arqueólogo Português (1977)
O povoado fortificado neo e eneolítico da Serra das Baútas (Carenque, Belas). O Arqueólogo Português (1972)
O povoado fortificado neo e eneolítico do Penedo de Lexim (Mafra). Campanha preliminar de escavações - 1970. O Arqueólogo Português (1971)
Subsídios para a História do Museu Etnológico do Dr. Leite de Vasconcellos. O Arqueólogo Português (1964)

Fotografias (7)

Localização