Vipasca

Sítio (18)
  • Tipo

    Povoado Mineiro

  • Distrito/Concelho/Freguesia

    Beja/Aljustrel/Aljustrel e Rio de Moinhos

  • Período

    Romano e Contemporâneo

  • Descrição

    Povoado mineiro de grandes dimensões localizado na faixa Piritosa Ibérica, na área mineira de Aljustrel. Conhecem-se desde o século XIX numerosos vestígios de mineração romana: antigas galerias e poços, ruínas de edifícios e extensos escoriais. Entre os achados mais importantes destacam-se as duas tábuas de bronze, encontradas em 1876 nos escoriais, inscritas com legislação regulamentar da actividade mineira, em vigor no tempo de Adriano. Em 1981 e 1982 foi efectuada uma escavação de emergência no local onde se presumia estarem as ruínas da povoacão e onde iria ser construído um conjunto de edifícios pela empresa Pirites Alentejanas. Os trabalhos incidiriam principalmente na área onde se previa maior destruição. Foram postos a descoberto restos de habitações de época romana, com paredes em pedra, canalizações e um pavimento de "opus signinum". Algumas das habitações tiveram sucessivas fases de construção, a mais antiga incluindo materiais perecíveis como a madeira. Numa das áreas escavadas e a avaliar pelos materiais encontrados, os elementos de construção parecem corresponder na maioria ao século III, embora se tenham recolhido objectos com uma cronologia variável entre os séculos I a.C. e IV d.C. Foram identificadas as ruínas da Igreja do sec. XVI, utilizada até ao XVIII com reparações do pavimento e cemitério anexo, a partir da documentação escrita coeva, como correspondentes à Capela de S. Bartolomeu. As sondagens realizadas em 2011 permitiram demonstrar a existência de um escorial de maiores dimensões e volume, ficando aquém daquele foi estimado anteriormente. Esta intervenção permitiu ainda identificar e caracterizar novas estruturas (localizadas numa área mais próxima da Barragem) relacionadas com os processos complementares de mineração de época moderna e contemporânea. Trata-se de uma estrutura de células de cementação e outra, de tanques de lixiviação, comunicantes por meio de canais (canaleus) de forma a permitir a produção de cemento ou precipitado de cobre. Entre o material arqueológico recolhido encontram-se maioritariamente fragmentos de cerâmica de construção de época romana (tegulae e imbrices), tendo-se ainda identificado escassos fragmentos de ânfora e cerâmica doméstica comum, bem como um fragmento de terra sigillata hispânica. De modo geral a intervenção forneceu um número muito reduzido de fragmentos cerâmicos (28 fragmentos) e, na sua maioria, muito deteriorados pelo ambiente de oxidação do escorial a que estavam sujeitos. Os resultados laboratoriais das amostras de escórias recolhidas durante a intervenção de 2011 demonstraram uma elevada presença de cobre, em detrimento da prata, contribuindo para um melhor conhecimento do tipo de exploração mineira efectuada.

  • Meio

    Terrestre

  • Acesso

    Seguir em direcção a Este na Rua de Santa Bárbara (Aljustrel) até à portaria da empresa Almina S.A.

  • Espólio

    Cerâmica de construção romana (tegulae e imbrices); fragmentos de ânfora e cerâmica doméstica comum; fragmento de terra sigillata hispânica; metais (incluindo moedas); vidros; líticos.

  • Depositários

    Escola Profissional de Restauro Artístico de Sintra , Museu Nacional de Arqueologia e Museu das Minas de Aljustrel

  • Classificação

    -

  • Conservação

    Regular

  • Processos

    S - 00018, 2003/1(291), 2019/1(456), 91/1(330)-A e S - 01966

Bibliografia (14)

A Cidade Romana de Beja. Percursos e debates acerca da "civitas" de PAX IVLIA (2003)
A actividade mineira em Portugal durante a idade média (tentativa de síntese). Actas de las I Jornadas sobre Minería y Tecnología en la Edad Media Peninsular : León, 26-29 de septiembre 1995 (1996)
A lavra romana das Minas de Algares e na Herdade do Montinho. Actas e Memórias do 1º Congresso Nacional de Arqueologia, Lisboa, 1958 (1970)
A presença romana no Concelho de Aljustrel. Vipasca (2001)
Algumas marcas de oleiro em "terra sigillata" de Vipasca (Aljustrel). Revista de Guimarães (1964)
Epigrafía jurídica de la España romana (1953)
Exploração das minas de Aljustrel pelos romanos. Arquivo de Beja (1956)
Intervenção de emergência no povoado mineiro romano de Vipasca. Informação Arqueológica (1984)
La mine antique d' Aljustrel (Portugal) et les tables de bronze de Vipasca. Conimbriga (1983)
Minerações romanas de Aljustrel. Comunicações dos Serviços Geológicos de Portugal (1954)
O azeite da Bética na Lusitânia. Conimbriga (1995)
Roman Portugal (1988)
Salvamento arqueológico de Vipasca. Arquivo de Beja (1982)
Sondage 1967 et 1969 a Aljustrel (Portugal). Note preliminaire. Conimbriga (1971)

Fotografias (33)

Localização