Castro do Cabeço

Sítio (3739)
  • Tipo

    Povoado Fortificado

  • Distrito/Concelho/Freguesia

    Vila Real/Boticas/Boticas e Granja

  • Período

    Idade do Ferro e Romano

  • Descrição

    Povoado fortificado de grandes dimensões, localizado num grande e destacado cabeço em esporão na vertente Sul da serra do Leiranco, tendo uma excelente implantação estratégica e boas condições defensivas naturais. O cabeço tem uma forma elíptica alongada, estendendo-se de Nordeste para Sudoeste. Do lado Norte e Leste, virado para a serra, tem uma vertente inclinada mas pouco elevada. O topo do cabeço é uma vasta plataforma aplanada, com encostas declivosas a Noroeste e sobretudo a Sudeste, o lado mais inacessível. Pelo contrário, do lado Sudoeste, o topo do cabeço dá lugar a um esporão alongado, que vai descendo suavemente em direcção à estrada 103. Assim, este povoado tem duas zonas de acesso natural, em lados opostos, uma no colo de acesso da serra ao cabeço, pelo lado Norte, e outra a Sudoeste, no remate do esporão alongado, cerca de 60 metros abaixo do topo do cabeço. O sistema defensivo é complexo, adaptando-se às condições naturais. A linha de muralha interna segue pela linha de cumeada do topo do cabeço, estando presente em todos os lados, definindo o recinto superior do povoado, uma vasta plataforma aplanada de forma aproximadamente rectangular, com cerca de 140 por 120 metros de dimensão. A segunda linha de muralha apenas não está presente do lado Sudeste. Dos lados Noroeste ao princípio do lado Sudeste, passando pelo acesso Norte, esta muralha externa segue paralelamente e a curta distância da primeira muralha, a meia encosta. No entanto, quando chega ao esporão a Sudoeste, esta segunda muralha afasta-se da primeira e segue pela linha de cumeada do esporão, adoptando assim uma forma de "pêra", apenas incompleta do lado Sudeste. O espaço entre as duas linhas de muralha é desta maneira grandemente aumentado na zona do esporão Sudoeste, e a plataforma descendente que assim é formada é complementada pela presença de mais duas linhas de muralha, que apenas existem aqui, e que formam outros dois recintos internos. O sistema defensivo é ainda complementado pela existência de fossos e de campos de pedras fincadas. Todo o lado virado para a serra apresenta dois fossos, colocados um logo abaixo do outro, seguindo paralelamente às duas linhas de muralha. Dos lado Oeste e Noroeste, o segundo fosso, do lado externo, encontra-se ocupado por um caminho de terra batida. Um terceiro fosso, mais pequeno e menos profundo, e sem comunicação com os outros, apesar de estarem pouco distantes, encontra-se na zona de acesso no esporão Sudoeste. Por fim, o povoado tem duas zonas distintas com pedras fincadas. Uma ficava no acesso do esporão Sudoeste, logo abaixo do fosso, e todo o campo terá sido destruído pela abertura da EN 103 e do caminho de terra batida que aqui se inicia, não se encontrando actualmente vestígios. O outro campo de pedras fincadas fica na outra zona de acesso, e a julgar pela dispersão dos parcos vestígios visíveis, deveria ocupar toda a zona em frente às muralhas e aos fossos, desde o lado Oeste até, provavelmente, ao lado Leste. Para além do caminho de terra batida que segue paralelamente aos fossos, e que deverá ter destruído grande parte deste campo de pedras fincadas, a sua detecção é ainda dificultada pelo denso matagal que ocupa toda a zona lateral ao caminho. No entanto, numa pequena aberta na zona mais elevada do acesso encontram-se algumas pedras tombadas que deveriam integrar o campo. Já na vertente Noroeste encontra-se mesmo alguns pequenos núcleos de pedras fincadas ainda in situ. Toda a área interna do povoado, bastante afectada pelas florestações de que já foi alvo em tempos, encontra-se densamente preenchida por derrubes de estruturas, e os materiais de superfície são abundantes, avultando sobretudo as cerâmicas de época romana, com algumas cerâmicas manuais da Idade do Ferro à mistura. Na plataforma superior encontra-se uma casa circular escavada em 1955 por Avelino Miranda Júnior. No primeiro dos recintos do esporão Sudoeste encontram-se lado a lado outras duas outras casas circulares escavadas.

  • Meio

    Terrestre

  • Acesso

    O povoado fica do lado direito da estrada 103, ao Km 146, de quem segue de Sapiãos em direcção a Montalegre. Pode aceder-se por qualquer um dos dois caminhos de terra batida que arrancam da estrada neste ponto, que contornam cada um o povoado por lados opostos e levam ambos ao mesmo ponto no sopé Norte. Pode-se também aceder directamente a partir da estrada 103, pela entrada mais baixa do povoado no esporão do lado Sudoeste, passando-se ao lado da rocha com arte rupestre.

  • Espólio

    -

  • Depositários

    -

  • Classificação

    Classificado como IIP - Imóvel de Interesse Público

  • Conservação

    Regular

  • Processos

    S - 03739

Bibliografia (8)

A Cultura Castreja no Noroeste de Portugal (1986)
Breves Notas sobre a região do Alto Tâmega (1984)
Castros do concelho de Boticas. Trabalhos de Antropologia e Etnologia (1983)
Concelho de Boticas. Zonas de interesse arqueológico, histórico e turístico. Notícias de Chaves (1989)
De Aquae Flaviae a Chaves. Povoamento e organização do território entre a Antiguidade e a Idade Média (1996)
Extractos archeológicos das "Memórias Parochiaes de 1758". O Arqueólogo Português (1898)
Subsídios para o estudo arqueológico de Montalegre, Mealhada e Viseu. Ethnos (1969)
Visita a Castros nos arredores de Chaves (1971)

Fotografias (0)

Localização