Castro de Santiago do Monte/Crastas de Santiago

Sítio (3343)
  • Tipo

    Povoado Fortificado

  • Distrito/Concelho/Freguesia

    Vila Real/Chaves/São Pedro de Agostém

  • Período

    Idade do Ferro, Romano e Idade Média

  • Descrição

    Povoado fortificado de grandes dimensões, assente em dois cabeços em esporão na borda Oeste do planalto da serra do Brunheiro. Os dois cabeços situam-se lado a lado, de Sul para Norte, separados por uma baixa aplanada e pouco larga. As condições defensivas naturais são fracas, pois só a Norte e Oeste apresenta pendentes elevados, tendo acesso fácil pelos lados Sul e sobretudo Leste, onde uma larga plataforma se estende no sopé de ambos os cabeços. Tem no entanto uma excelente posição estratégica sobre a veiga de Chaves, que domina visualmente em grande parte. O sistema defensivo é composto por uma linha de muralha, antecedida do lado Leste por um campo de pedras fincadas. A muralha rodeia o povoado na íntegra, sendo bem visível o seu amplo talude, e forma um largo recinto de forma oval, que se estende de Norte para Sul, com dimensões aproximadas de 250 metros de comprimento por 100 de largura. O cabeço Norte, o mais elevado dos dois, é ainda defendido por uma outra linha de muralha interna, que lhe defende o flanco Sul, virado para a baixa, unindo-se de um e outro lado à muralha principal. Nalguns pontos desta é possível observar a sua face, notando-se a existência de dois tipos de construção distintos: um com grandes blocos de forma irregular, formando faces muito perfeitas, e outro com pequenas pedras de forma rectangular, formando um aparelho quase regular, mas de face tosca e pouco perfeita. Detectamos pelo menos três possíveis entradas na muralha, havendo notícia de mais uma quarta no cabeço Sul, que não vimos, talvez por estar coberta de mato. Duas situam-se frente a frente, nos lados Leste e Oeste, na zona baixa entre os cabeços, e a terceira no cabeço Norte. Uma quinta entrada tinha forçosamente que existir na muralha interna do cabeço Norte, e parece efectivamente notar-se a sua existência, ainda que de forma pouco clara. Do lado Leste, o talude da muralha adossa-se à comprida plataforma que acompanha o povoado deste lado, de um cabeço ao outro. Nesta plataforma há ainda vestígios evidentes de um campo de pedras fincadas, mas estes vestígios quase que se restringem actualmente à extremidade mais a Norte da plataforma, logo por baixo do cabeço Norte. Aqui ainda existem bastantes pedras fincadas in situ, mas é notório que o campo foi muito afectado pela extracção das suas pedras para a construção dos vários muros de propriedade que dividem a plataforma. No entanto, é quase certo que o campo se deveria estender para o resto da plataforma, e há ainda alguns ténues indícios disso, pois nas proximidades do talude da muralha ao longo de todo o seu comprimento no lado Leste notam-se num ou outro sítio algumas pedras que poderiam estar fincadas, ainda que o matagal que cobre estas zonas não permita ter certezas. Ainda na plataforma Leste, aparecem mais duas zonas distintas com vestígios de ocupação. Uma fica sensívelmente a meio da plataforma, em frente à entrada da muralha e à baixa entre os dois cabeços, e caracteriza-se pelos parcos vestígios de derrube de um pequena estrutura, acompanhados de algumas tegulas. A outra zona fica na extremidade Sul da plataforma, quando esta dá lugar a uma suave encosta voltada a Sul. Numa terra lavrada detectam-se à superfície diversos materiais, tegulas e imbrices, pelo menos um pedaço de escória de ferro, e alguma cerâmica comum, essencialmente cerâmica cinzenta medieval, com algum material possívelmente romano pelo meio, e até algumas cerâmicas manuais da Idade do Ferro, talvez resultantes de escorrimentos do cabeço Sul. Por toda a a área interna do povoado encontram-se à superfície numerosos materiais, tegulas e imbrices, e cerâmicas comuns da Idade do Ferro, romanas e medievais. A ocupação medieval está claramente atestada pela sepultura escavada na rocha situada a meio do cabeço Norte, tendo ao lado restos de uma estrutura que tudo indica tratar-se da igreja de São Bartolomeu, mencionada ainda em fontes do século XVIII.

  • Meio

    Terrestre

  • Acesso

    A partir da aldeia de Santiago segue-se por um caminho de terra batida que leva directamente ao sopé Leste do povoado, que fica a cerca de 500 metros de distância a Noroeste da aldeia

  • Espólio

    -

  • Depositários

    Museu da Região Flaviense - Chaves

  • Classificação

    Classificado como IIP - Imóvel de Interesse Público

  • Conservação

    Regular

  • Processos

    80/1(018)

Bibliografia (13)

A Cultura Castreja no Noroeste de Portugal (1986)
Arte rupestre em Sanjurge. Revista Aquae Flaviae (1995)
Breves Notas sobre a região do Alto Tâmega (1984)
Castelos e organização dos territórios nas duas margens do curso médio do Douro (Séculos IX-XIV). Actas do Simpósio Internacional sobre Castelos: Mil anos de fortificações na Península Ibérica e no Magreb (500-1500) (2001)
Crastas de Santiago do Monte (Nogueira da Montanha - Chaves). Notícias de Chaves (1990)
Cultura castreja: evolução e problemática. Arqueologia (1983)
De Aquae Flaviae a Chaves. Povoamento e organização do território entre a Antiguidade e a Idade Média (1996)
Extractos archeológicos das "Memórias Parochiaes de 1758". O Arqueólogo Português (1901)
Fíbulas de sítios a Norte do Rio Douro. Lucerna (1984)
Inventário de sítios com interesse arqueológico do Concelho de Chaves (1984)
Novos dados sobre a organização social castreja. Portugália (1982)
Os castros do concelho de Chaves (1985)
Visita a Castros nos arredores de Chaves (1971)

Fotografias (0)

Localização