Vale da Mata

Sítio (3358)
  • Tipo

    Estação de Ar Livre

  • Distrito/Concelho/Freguesia

    Lisboa/Torres Vedras/São Pedro da Cadeira

  • Período

    Magdalenense, Neolítico Antigo e Calcolítico

  • Descrição

    O sítio do Vale da Mata localiza-se na margem esquerda do rio Sizandro, em plena faixa costeira, numa vertente suave, a 47m de altitude. O sítio foi descoberto por Leonel Trindade e escavado por Manuel Heleno, que aí realizou duas campanhas de escavação, entre 1951 e 1952. A jazida devia abranger originalmente uma área de cerca de 200 m² e encontrava-se embalada em areias eólicas. A intervenção permitiu verificar a estratigrafia do sítio e recolher um importante conjunto de espólio. Concluiu-se que os materiais identificados correspondem a duas ocupações distintas: entre o Paleolítico Superior (Madalenense) e o Epipaleolítico, o sítio teve uma função residencial, marcada pela elevada presença de micrólitos epipaleolíticos e durante o Neolítico Antigo existiria já uma nova ocupação humana, numa zona bastante mais delimitada da jazida. Das 4.093 peças recolhidas por Manuel Heleno, 3.361 foram datadas do Paleolítico Superior/Epipaleolítico, 711 pertencem à ocupação do Neolítico Antigo e 9 enquadram-se no Neolítico Final/Idade do Cobre. A primeira ocupação do sítio é caracterizada por uma indústria lítica de transição, com elementos característicos do Paleolítico Superior (folhas de loureiro do Solutrense e buris e outras peças típicas do Madalenense Final), mas integrando já novas tipologias epipaleolíticas. Cerca de 75% dos utensílios são formados por microgravettes e utensilagem lamelar (lamelas de dorso, denticuladas, com entalhe e truncadas). Os restantes 25% são constituídos por buris e truncaduras, peças de gume lateral retocado, raspadeiras e furadores. Da ocupação neolítica destacam-se as peças microlíticas, dois elementos de mó (movente e dormente), uma conta discoide de grés e fragmentos de cerâmica do Neolítico antigo evoluído, com decoração epicardial. As escassas peças do Neolítico Final/Idade do Cobre integram pontas de seta, fragmentos de foliáceos e um fragmento de cerâmica decorada com caneluras e um motivo solar.

  • Meio

    Terrestre

  • Acesso

    Na margem esquerda do Sizandro, cerca de 1 km a sul da respectiva foz, a cerca de 750 m do mar e cerca de 750 m a norte do marco geodésico Casalinho.

  • Espólio

    Folhas de loureiro do Solutrense, buris do Madalenense Final, microgravettes e utensilagem lamelar (lamelas de dorso, denticuladas, com entalhe e truncadas), buris e truncaduras, peças de gume lateral retocado, raspadeiras, furadores, dois elementos de mó (movente e dormente), uma conta discoide de grés, fragmentos de cerâmica do Neolítico antigo evoluído, com decoração epicardial, potas de seta, fragmentos de foliáceos e um fragmento de cerâmica decorada com caneluras e um motivo solar.

  • Depositários

    Museu Nacional de Arqueologia

  • Classificação

    -

  • Conservação

    -

  • Processos

    2001/1(148), 2019/1(426) e S - 05869

Trabalhos (0)

    Bibliografia (8)

    Inventário do Património Natural e Cultural - Fichas do Património Arqueológico de Torres Vedras (2021)
    More data for an archeological map of the county of Torres Vedras. Arqueologia (1989)
    O Mesolítico inicial da Estremadura. Muita gente, poucas antas?. Origens, espaços e contextos do Megalitismo. Actas do II Colóquio Internacional sobre Megalitismo (2003)
    O Neolítico Antigo de Vale da Mata (Cambelas, Torres Vedras). Terra e água, escolher sementes, invocar a Deusa: estudos em homenagem a Victor S. Gonçalves (2016)
    O Paleolítico Superior da Estremadura portuguesa (1997)
    O Paleolítico Superior do Concelho de Torres Vedras. Turres Veteras IV - Actas de Pré-história e História Antiga (2002)
    Um quarto de século de investigação arqueológica. O Arqueólogo Português (1956)
    Zur Besiedlungsgeschichte des Sizandrotals. Ergebnisse aus der Küstenforschung. Madrider Mitteilungen (1990)

    Fotografias (0)

    Localização