Villa da Quinta da Fórnea

Sítio (11867)
  • Tipo

    Villa

  • Distrito/Concelho/Freguesia

    Castelo Branco/Belmonte/Belmonte e Colmeal da Torre

  • Período

    Romano

  • Descrição

    A escavação levada a cabo no local em 1998, pela empresa de arqueologia "Arqueohoje", no quadro do projecto de construção de um lanço do IP 2, permitiu "exumar cerca de 1 hectare de ruínas (...) de um complexo de edifícios centrados em torno de um pátio." A área edificada caracteriza-se por ser constituída geralmente por pequenos compartimentos, alguns deles precedidos de um corredor, apresentando muros com "um aparelho em pedra vã" e "pisos de terra compacta", com a utilização pontual de colunas para suportar os madeiramentos dos telhados; foram identificadas canalizações, lareiras, "uma estrutura presumivelmente relacionada com um lagar" e fossas abertas no saibro; algumas destas fossas, delimitadas por "paredes argamassadas de barro cozido" e geralmente associadas a escórias e cinzas, foram interpretadas como forjas ou fornos, outras destinavam-se simplesmente ao acondicionamento de dolia. O espólio exumado "é constituído por fragmentos de cerâmica de construção, abundância de grandes recipientes de armazenagem (dolia), cerâmica diversa comum, alguns vidros, diversos tipos de sigilatas - predominando as formas abertas, típicas do Baixo Império - pesos de tear, significativa presença de elementos de moinhos manuais, elementos de colunas, uma cornija fragmentada, abundância de pregos, dobradiças de portas, uma sítula e um sestércio." Segundo os responsáveis pela escavação, os materiais exumados parecem sugerir que este local terá sido inicialmente ocupado "nos finais do séc. II / inícios do séc. III e intencionalmente abandonado no século IV". Numa primeira abordagem, o sítio da Fórnea foi interpretado como quinta, "todavia, uma apreciação atenta das estruturas exumadas e a sua correlação com o contexto arqueológico envolvente" fez com que os responsáveis pela escavação interpretassem antes o sítio como a pars rustica de uma villa (a pars urbana desta encontrar-se-ia a algumas centenas de metros para nordeste; cf. sítio das Marradas).

  • Meio

    Terrestre

  • Acesso

    Estrada municipal Caria/Belmonte de 1,20m de comprimento e 0,60m de largura, na encosta voltada a Leste.

  • Espólio

    Fragmentos de dollium, cerâmica comum, vidros, sigillatas, pesos de tear, mós, elementos de colunas, cornija, pregos, dobradiças de portas, uma sítula e um sestércio.

  • Depositários

    ARQUEOHOJE - Conservação e Restauro do Património Monumental, Lda.

  • Classificação

    -

  • Conservação

    Regular

  • Processos

    S - 11867 e 2000/1(069)

Bibliografia (2)

O assentamento romano da Quinta da Fórnea (Belmonte, Castelo Branco). Uma intervenção de emergência. Actas do 1º Encontro de Estradas e Arqueologia (1999)
Subsídios para a carta arqueológica do concelho de Belmonte (Castelo Branco). Beira Interior - História e Património. Actas das I Jornadas de Património da Beira Interior (2000)

Fotografias (1)

Localização