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DIAS, Ana Carvalho (2010) - Trabalhos Arqueológicos prévios ao projecto de reabilitação de edifício a restaurante no Pátio dos Carrascos do Convento de Cristo. Acedido em: 27 de setembro, 2015 em:http://arqueologia.patrimoniocultural.pt/
Basílica
Braga/Braga/Real, Dume e Semelhe
Romano, Alta Idade Média, Moderno, Contemporâneo, Antiguidade Tardia e Baixa Idade Média
As ruínas arqueológicas de São Martinho de Dume estão localizadas no lugar do Assento, a cerca de 3 km da cidade de Braga. Englobam um conjunto de vestígios que vão desde o período romano à época contemporânea, destacando-se a parte de uma villa romana, de uma basílica cristã, e de um mosteiro e de uma necrópole alto-medieval. Os trabalhos arqueológicos (1987-2010) revelaram que a ocupação do espaço teve início com a fundação de uma villa romana, no século I-II, que se manteve ocupada até ao século VI. Deste período foi identificada uma área com compartimentos ortogonais (alguns pavimentados com argamassa tipo opus signinum), parte do sistema hidráulico de abastecimento de água e um balneário, de planta ortogonal e orientada a E-O, datado do século III-IV. Em meados do século VI (cerca de 550), é referido na documentação medieval a construção de uma basílica, pelo rei suevo Charrarico, como voto de agradecimento pela cura do filho. A existência deste edifício, consagrado a S. Martinho de Tours, foi comprovada arqueologicamente, ocupando, as suas ruínas, uma área superior a 750 m2. O edifício, construído em granito (33 m de comprimento e 21m de largura máxima) e planta em cruz latina, estava orientado a O-E, possuía cabeceira trilobada e uma só nave. A divisão interna dos espaços revelava a existência de três espaços bem diferenciados: a nave retangular, a quadra central e a capela-mor, distinção esta que estaria intrinsecamente relacionada com as práticas de culto em época suévica, que acentuavam a separação do santuário e do coro, reservado aos sacerdotes, da zona da nave, destinada aos fiéis. A basílica ostenta uma solução planimétrica baseada no modelo das igrejas orientais, perpetuado a partir do século VI, com bastante expressão pelo território ocidental europeu. A sua grande dimensão transmite a necessidade de afirmação do poder suevo e revela a conversão do rei ao cristianismo católico. C. de 558, São Martinho de Dume eleva a basílica a sede episcopal e a villa romana é adaptada a mosteiro, transformando o local num centro de difusão religiosa e cultural. A construção do mosteiro foi feita através da manutenção da estrutura pré-existente da villa, com algumas reformulações. Entre os testemunhos materiais deste momento cronológico encontra-se o pátio da entrada, no piso térreo, pavimentado com lajes monolíticas de granito e delimitado por tanques de água, bem como as escadas que davam acesso ao piso superior. É ainda de mencionar a manutenção do sistema hidráulico romano, de transporte e distribuição de água. Em torno da igreja foi identificada uma necrópole de inumação, atribuível ao período alto-medieval, caracterizada por enterramentos em caixa pétrea bem estruturada, de morfologia retangular e orientação E-O. Os leitos eram de terra ou tegulae e as coberturas compósitas ou de lajes graníticas. Destaque para a reutilização de uma tampa de sepultura com mosaico (datável dos sécs. V-VI), que serviu de cabeceira a três das sepulturas identificadas; e para um sarcófago monolítico de granito com decoração em baixo relevo nos frontais (datável dos sécs. VIII-XI). A arqueologia e as fontes documentais levam a crer que o mosteiro terá sido ocupado de forma ininterrupta até ao século IX. Em 911 o termo de Dume é delimitado por Ordonho II da Galiza e, no século XII, é restituído à diocese de Braga, altura marcada pela reedificação da igreja e da implementação do culto do santo dumiense. As obras ocorridas na igreja não modificaram o traçado geral da planta, tendo as alterações se materializado essencialmente na ampliação do templo, recorrendo a uma tecnologia construtiva e a uma organização do espaço interior distinta da que se verificava anteriormente. O complexo continuou a sofrer alterações ao longo do tempo, nomeadamente no século XVII-XVIII, aquando se dá a demolição da igreja medieval e a construção de um novo edifício no mesmo local. (atualizado S.Pereira 20-07-2020)
Terrestre
A partir de Braga seguindo a EM589 até ao cruzamento com a EN205-4. Neste, vira-se à esquerda, estando a Igreja Paroquial de Dume a cerca de 120m.
Cerâmica romana (maioritariamente comum; fragmento de sigillatta hispânica do séc. I-II d.C.); Cerâmica medieval (do tipo "Senhora do Leite"; cinzenta; e grosseiras com pastas de cor variável entre o castanho avermelhado e o cinzento); vidro romano; algum metal (pregos de ferro; moedas de difícil leitura); elementos arquitetónicos (bases de coluna, um "cancel", um capitel de pilastra).
Museu Regional de Arqueologia D. Diogo de Sousa e Universidade do Minho - Unidade de Arqueologia
ZEP - Zona Especial de Protecção
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S - 03658, 2010/1(490) e 2021/1(721)