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DIAS, Ana Carvalho (2010) - Trabalhos Arqueológicos prévios ao projecto de reabilitação de edifício a restaurante no Pátio dos Carrascos do Convento de Cristo. Acedido em: 27 de setembro, 2015 em:http://arqueologia.patrimoniocultural.pt/
Povoado Fortificado
Coimbra/Figueira da Foz/Ferreira-a-Nova
Neolítico, Idade do Ferro, Romano, Medieval Islâmico e Medieval Cristão
Também designado: Castro de Santa Eulália / Povoado fortificado de Santa Eulália / Povoado fortificado de Santa Olaia. O sítio de Santa Olaia (Ferreira-a-Nova/Figueira da Foz/Coimbra) implanta-se numa pequena elevação na margem direita do rio Mondego, 3,2 km a poente do castelo de Montemor-o-Velho e 2 km a nascente da povoação de Maiorca. O cerro encontra-se rodeado por terrenos de aluvião (actualmente arrozais), excetuando a nascente, onde uma depressão o separa do monte do Ferrestelo (CNS 4387). Localizado no antigo estuário do Mondego, Santa Olaia seria uma pequena ilha, protegida a sul por uma encosta íngreme. No séc. XVIII é construída a capela dedicada a Santa Eulália, e ao longo dos tempos a área foi utilizada para agricultura, exploração de mós e sucessivamente afectado pela construção de estradas - Estrada Real nº 49, EN111 (1937), IP3 e a actual A14. As primeiras intervenções arqueológicas, sob a direção de A. dos Santos Rocha, realizaram-se entre 1893 e 1907, incidindo na área NE e junto ao talude norte. A partir de 1983, sob a égide do Museu Municipal Dr. Santos Rocha e sob a direcção de I. Pereira, o sítio volta a ser intervencionado, realizando-se campanhas de escavações que visavam identificar os limites do povoado e clarificar e datar as estruturas existentes. Em 1992/93, no âmbito da construção do IP3, foram efectuadas escavações de emergência na área a norte, nos limites da antiga laguna. Desde 2003, têm sido efectuadas acções de arqueologia preventiva. Implantado num local estratégico, com variados recursos naturais, Santa Olaia foi escolhida para o estabelecimento de populações desde o Neolítico. Os vestígios desta época resumem-se a materiais dispersos e descontextualizados, recolhidos nas caldeiras das árvores ou em valas de alicerce. O principal momento de ocupação de Santa Olaia ocorre durante a I. do Ferro, principiando entre o séc. IX - VIII a.C. com a colonização fenícia e o início da construção da muralha, prolongando-se longo do séc. VIII a.C.. Entre o VII/VI a.C. e o séc. IV a.C., a fase de ocupação mais intensa, a presença fenícia consolida-se, com a construção de habitações e a presença de cerâmicas importadas, na que terá sido. A última fase de ocupação terá ocorrido entre o séc. IV - III a.C. A presença de época romana parece ter sido residual, não tendo sido possível caracterizar o tipo de povoamento. De período medieval restam tramos de muralha e duas torres quadrangulares, localizadas no sector NW, que indicam a presença de estrutura militar. Pela sua posição estratégica, no período de alternância de poderes durante a conquista cristã, Santa Olaia deverá ter desempenhado um papel importante na conquista/defesa do território. Estão presentes cerâmicas típicas do mundo cristão alto-medieval e produções enquadráveis em época emiral/califal e reinos de taifas, atestando a presença islâmica durante o séc. IX-XI. O término temporal coincide com a data da menção mais antiga ao castelo de Santa Olaia - 1087, e tal como acontece em Coimbra, também estão presentes cerâmicas com decoração mista, de filiação cristã e islâmica. Desconhece-se a época de abandono, que terá ocorrido no séc. XII - XIII, coincidente com a gradual perda de importância defensiva da linha do Mondego. As estruturas, identificadas apenas na área norte do cerro, correspondem a um povoado protegido por muralha, que se desenvolvia em socalcos ao longo da encosta, durante a I. do Ferro. As habitações, de média/pequena dimensão e planta rectangular, teriam paredes de adobe com base em pedra e pavimentos em argila sobre os locais assentavam lareiras. As construções, localizadas em áreas alagadiças, possuíam enrocamento pétreo, que servia como impermeabilizante. A norte, na margem da laguna, correspondente à "zona ribeirinha", foi escavada uma zona de fornos de fundição, revelador da vocação metalúrgica do povoado. [atualizado por I. Inácio, 25/07/19]
Terrestre
Acesso pela M601 a partir da N111 - num extremo da Quinta da Foja, perto das pontes de Maiorca.
Núcleos de quartzite; machados; punhal de osso; ponta de dardo em osso; punção em osso; alfinetes; cabos de instrumento; lasca de sílex; cerâmica manual. Artefactos em ferro, cobre e bronze - ponta de lança; fíbulas; alfinetes; braceletes; anéis; arrecadas/argolas/brincos/pinças e objectos diversos, entre outros. Escória; pontas de armas de arremesso. Cerâmica de construção, de cozinha e de armazenamento e transporte. Vidro, Objectos de adorno (cerâmica, vidro, metal e osso); Mós em pedra (de vários tipos). Restos de cozinha: ovi-caprídeos; bovídeos; coelho, veado e javali.
Museu Municipal Dr. Santos Rocha, Figueira da Foz e Museu Nacional de Arqueologia
Classificado como IIP - Imóvel de Interesse Público
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S - 00118, 6A/028, 98/1(456) e JN8/1(020)