Castro dos Mouros

Sítio (14755)
  • Tipo

    Povoado Fortificado

  • Distrito/Concelho/Freguesia

    Bragança/Vimioso/Vimioso

  • Período

    Romano, Idade Média e Indeterminado

  • Descrição

    Povoado fortificado de grandes dimensões, localizado num cabeço em esporão sobre a pequena ribeira do Vale de São Miguel, afluente do rio Angueira. O cabeço é pouco pronunciado, tem uma reduzida amplitude visual em redor, e fracas condições de defesa natural, pois as vertentes do cabeço são pouco pronunciadas, ainda que a defesa seja melhorada por estar rodeado por pequenas linhas de água por todos os lados menos a Oeste, por onde se faz o acesso natural. O povoado é cercado por uma única linha de muralha, que forma um grande recinto de forma ovalada, de aproximadamente 160 por 120 metros, com o eixo maior estendendo-se de Oeste para Leste. Este muro ou muralha mantém-se razoavelmente conservado, com a face visível em quase toda a extensão, e mantendo uma altura entre 2 e 4 metros. Tem uma construção algo tosca, em pedra seca, de pequenas lajes de xisto e blocos de quartzito, que parece resultar da reconstrução de uma anterior muralha, cujo derrube se mantém bem visível. Não se detectaram entradas, mas a vegetação densa impede uma adequada visibilidade em muitos troços. A acumulação sedimentar impede igualmente a percepção da largura da muralha, e permite dizer que o interior do sítio deverá estar bastante bem conservado, pois a diferença de cotas da superfície do solo entre o interior e exterior da muralha oscilará entre os 2 e os 4 metros. O interior do povoado encontra-se ocupado por mato, e apresenta bastantes pedras soltas de construção. Num certo ponto localizou-se uma pequena aglomeração de pedaços informes de barro cozido, talvez a denunciar a existência de alguma estrutura. Os materiais de superfície são escassos, mas encontram-se diversos fragmentos muito rolados de cerâmicas que aparentam ser feitas a torno, e cujas pastas apontam para uma cronologia da Baixa Idade Média ou princípios da Época Moderna. Por outro lado, é de realçar o aparecimento de outro tipo de cerâmicas, sobretudo no lado Norte, que são cerâmicas manuais, geralmente brunidas, que deverão ser pré-históricas, talvez da Idade do Bronze, ainda que uma cronologia proto-histórica não se possa excluir. Assim, os dados apontam para a existência de um povoado antigo, pré ou proto-histórico, com o qual se poderá talvez relacionar o primitivo derrube de muralha, e que a ser assim apresenta dimensões pouco usuais para esta região. Na Idade Média ou Época Moderna terá havido uma reocupação do local, com a tosca reconstrução, por cima do derrube, do largo muro que é hoje visível. No decurso de visita realizada em 2006 apenas se observaram alguns troços duma possível muralha e vários blocos de xisto que poderiam ter feito parte de algumas estruturas habitacionais. A densa vegetação só permitiu que se descobrisse um pequeno fragmento cerâmico de cozedura oxidante e com inúmeros elementos não plásticos integrados na pasta.

  • Meio

    Terrestre

  • Acesso

    Por caminho de terra batida, que arranca a partir de Vimioso, da zona entre a atalaia e a capela de São Sebastião, e que liga a Caçarelhos.

  • Espólio

    -

  • Depositários

    -

  • Classificação

    -

  • Conservação

    Bom

  • Processos

    2011/1(399) e 99/1(524)

Bibliografia (4)

Memórias arqueológico-históricas do distrito de Bragança: arqueologia, etnografia e arte (1934)
Memórias arqueológico-históricas do distrito de Bragança: arqueologia, etnografia e arte (1938)
O Leste do Território Bracarense (1975)
Vimioso. Notas Monográficas (1968)

Fotografias (0)

Localização