Relocalização/Identificação (2003)

Trabalho arqueológico
  • CNS

    15919

  • Tipo

    Relocalização/Identificação

  • Ano do trabalho

    2003

  • Projeto

    Relocalização, identificação e inspecção de sítios pela Extensão do IPA - Macedo de Cavaleiros

  • Estado

    Outros

  • Data de Início

    04/12/2003

  • Data de Fim

    04/12/2003

  • Objetivos

    Relocalizar e avaliar o estado de conservação dos sítios na extensão de Macedo de Cavaleiros

  • Resultados

    O castelo de Penas Roias tem duas fases distintas de ocupação. A primeira é da Pré-História recente, provavelmente Calcolítico e/ou Idade do Bronze. A segunda fase é a do castelo medieval, fundado em 1166 pelos templários. O local é um cabeço rochoso, que faz o término de uma crista quartzítica, tendo uma excelente posição estratégica e boas condições de defesa natural. É um cabeço destacado na paisagem, com falésias por todos os lados, sendo os lados Norte e Oeste quase inacessíveis. O acesso natural faz-se pelo lado Sudeste, virado para a aldeia. Na vertente do lado Sudoeste fica o abrigo com pinturas da Fraga da Letra, sobranceiro ao habitat do Valado, o qual deverá ser a continuação da ocupação pré-histórica no topo do morro do Castelo. O topo do cabeço é uma grande plataforma aplanada, subdividida em diversas outras plataformas entre rochedos. O ponto mais elevado localiza-se sobre o acesso a Leste, e é um grande rochedo, em cima do qual se ergueu a torre de menagem do castelo. Esta é quadrada, com 3 andares, com janelas de frestas, e a porta no 1º andar, virada a Norte, hoje em dia não acessível. À semelhança das restantes estruturas do castelo, a torre de menagem está em mau estado de conservação, sem telhado e com o topo a ruír. Da muralha do castelo quase nada resta. Algum alicerces e talude pelos lados Norte, Oeste e Sul. Apenas a Sudeste, sobre o acesso, resta ainda um pano visível da muralha, quase arruinado, entre dois torreões, um deles quadrado só com uma parede, a ameaçar ruína eminente, e o outro circular, de base troncocónica, também a caminhar para a ruína. No desenho de Duarte d'Armas é bem visível uma segunda linha de muralha abaixo da primeira, de que não restam vestígios. Os materiais de época medieval e moderna são abundantes, sobretudo telhas de meia cana, com as cerâmicas comuns a serem bastante mais raras. Os materiais pré-históricos aparecem um pouco por toda a área, mas são particularmente abundantes nas zonas de escorrimento de águas no acesso do lado Leste, junto à torre de menagem. Muitas das plataformas ao longo do topo do cabeço parecem ter boa potência estratigráfica, e é possível que os níveis de ocupação pré-histórica se mantenham ainda bem conservados, provavelmente melhor que os vestígios de época medieval. Pelas características do cabeço, é plausível que na Pré-História fosse um povoado fortificado, ainda que disso não sejam visíveis quaisquer indícios, tendo sequência de ocupação no sopé Sudoeste, na zona do Valado, estando ainda por se determinar qual a relação entre o povoado e o abrigo com pinturas da Fraga da Letra.

  • Responsável

    Mário Rui Oliveira dos Reis Soares

  • Co-Responsáveis

    -

  • Pessoas (relação)

    -

Relatórios (-)