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DIAS, Ana Carvalho (2010) - Trabalhos Arqueológicos prévios ao projecto de reabilitação de edifício a restaurante no Pátio dos Carrascos do Convento de Cristo. Acedido em: 27 de setembro, 2015 em:http://arqueologia.patrimoniocultural.pt/
Relocalização/Identificação
2004
Relocalização, identificação e inspecção de sítios pela Extensão do IPA - Macedo de Cavaleiros
Outros
13/01/2004
13/01/2004
Relocalizar e avaliar o estado de conservação dos sítios na extensão de Macedo de Cavaleiros
Apesar de algumas obras e reconstruções ao longo dos tempos, a igreja de Vila dos Sinos conserva ainda no essencial uma traça medieval, mantendo-se razoavelmente bem conservada. O portal de entrada é um arco românico de volta perfeita, enquanto que o portal Sul é gótico, de arco levemente apontado. Há referências à existência de um terceiro portal medieval na parede Norte, que foi eliminado numa obra. Em ambas as paredes laterais se mantém a cachorrada medieval, que ostenta motivos decorativos diversos. No interior, o arco triunfal é também gótico, enquanto que no chão da igreja se observam algumas poucas tampas de sepulturas decoradas, que poderão também ser medievais. Refere-se também a existência de uma cisterna, que estará entulhada dentro da sacristia, que é um anexo recente. Para além de se poder presumir desde logo a existência de uma necrópole medieval associada à igreja, a presença também de uma necrópole de época romana começou a ser suspeitada com o aparecimento avulso e espaçado no tempo de diversos achados, entre os quais materiais romanos e esculturas zoomorfas associados a sepulturas, assim como o aparecimento de um outro berrão, que ainda hoje se encontra exposto no adro da igreja, e de uma estela funerária dupla romana, de mármore, descoberta casualmente na instalação de um poste de electricidade na área que viria a ser escavada (ver CNS 5651). A intenção de realizar obras no adro levou à realização de duas campanhas consecutivas de escavação arqueológica, em 1981 e 1982, que puseram a descoberto uma extensa e importante necrópole medieval, assim como alguns materiais que confirmavam a existência anterior de uma necrópole romana, ainda que desta não tenham surgido vestígios directos. As escavações incidiram numa larga área a Leste da igreja, logo por detrás da cabeceira. A primeira campanha de escavação descobriu 36 sepulturas, 14 das quais foram escavadas, e a segunda descobriu 31 sepulturas, das quais 10 foram escavadas, fazendo um total de 67 sepulturas, 24 das quais forarm integralmente escavadas. O espólio descoberto foi escasso e pouco significativo, não se registando espólio funerário nos túmulos, com excepção de um anel de ferro numa sepultura. Os vestígios osteológicos são igualmente escassos, com alguns vestígios de dentes ou fragmentos de ossos em algumas sepulturas ou nas terras em redor, com apenas um esqueleto quase inteiro numa sepultura e três crânios depositados intencionalmente noutra sepultura. Alguns dos túmulos parecem ter sido reutilizados como ossários, havendo aliás indícios que apontam para a reutilização intensiva das diversas sepulturas da necrópole. Há alguma diversidade tipológica nas sepulturas, mas dividem-se essencialmente em sepulturas escavadas na rocha, de diferentes formas, forradas ou não com lajes, e sepulturas de lajes, tipo caixa. Os autores propõem uma datação para a necrópole entre os séculos VIII e XIII, sendo de realçar o aparecimento de pelo menos uma sepultura que se prolonga para baixo dos alicerces da igreja, sendo-lhe assim anterior. Para além dos materiais avulsos já referidos, são de realçar o aparecimento de alguns materiais romanos. A escavação forneceu alguns fragmentos de tegula, ainda que a cronologia destas não seja necessáriamente romana, mas os achados mais significativos foram o aparecimento de um fragmento da parte superior de uma estela funerária romana, junto ao poste de electricidade onde já anteriormente tinha aparecido isoladamente a estela dupla de mármore, e também de outras 3 estelas funerária romanas, incluindo uma dupla, que estavam reutilizadas como lajes de cobertura de sepulturas, indicando assim claramente que a necrópole medieval reutilizou elementos de uma anterior necrópole romana.
Mário Rui Oliveira dos Reis Soares
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