Relocalização/Identificação (2004)

Trabalho arqueológico
  • CNS

    19988

  • Tipo

    Relocalização/Identificação

  • Ano do trabalho

    2004

  • Projeto

    Relocalização, identificação e inspecção de sítios pela Extensão do IPA - Macedo de Cavaleiros

  • Estado

    Outros

  • Data de Início

    29/04/2004

  • Data de Fim

    29/04/2004

  • Objetivos

    Relocalizar e avaliar o estado de conservação dos sítios na extensão de Macedo de Cavaleiros

  • Resultados

    A antiga igreja da Senhora da Veiga fica em zona planáltica, acima e a Sudeste da aldeia de Roalde. É um pequeno templo em ruínas, de nave e capela-mor rectangulares, com o interior preenchido por derrubes e por mato. As paredes são construídas em tosco aparelho de xisto, recorrendo-se a cantarias de granito nos cunhais e nos arcos. O arco de entrada é um simples arco em ogiva, ligeiramente apontado, denunciando assim uma origem medieval para este templo. O arco triunfal é mais recente, é um arco circular rebaixado, que já deverá ser dos séculos XVII ou XVIII, e encontra-se com grandes fissuras e a ameaçar ruína eminente. A tradição local afirma que os terrenos contíguos à igreja do lado Norte constituiam o antigo cemitério da freguesia, não só de Roalde mas também de outras aldeias nas imediações, e fala-se no aparecimento de ossos, nomeadamente por altura da florestação desta zona específica, a qual poderá ter destruído todos os vestígios desta necrópole. Nos restantes terrenos em volta da igreja não se encontram vestígios de superfície. Estes existem um pouco abaixo, iniciando-se cerca de 200 metros a poente da igreja, numa zona de encosta suave, parcialmente baldia, parcialmente florestada com pinheiros. Os vestígios visíveis estendem-se por uma área apreciável, e consistem em numerosas estruturas e respectivos derrubes, na sua maioria de difícil visualização devido ao denso matagal que os cobre. A tradição local de Roalde assinala este sítio como sendo o antigo local de implantação da aldeia, explicando o seu abandono pela comum lenda do ataque das formigas. Esta lenda, extremamente frequente no Norte e Centro de Portugal, está quase sempre associada a antigos habitats romanos e/ou medievais, e também assim é neste caso. Para além da associação deste habitat a uma igreja medieval, os únicos materiais de superfície que se assinalaram foram uns fragmentos de tegula, perto de um pequeno casebre agrícola dentro da zona do habitat. Assim, teremos um habitat aberto de encosta, provavelmente fundado em época romana e com sequência de ocupação durante a Idade Média, e cujo abandono final, ou pelo menos o da igreja, deverá ocorrer já em plena época moderna.

  • Responsável

    Mário Rui Oliveira dos Reis Soares

  • Co-Responsáveis

    -

  • Pessoas (relação)

    -

Relatórios (-)