Relocalização/Identificação (2004)

Trabalho arqueológico
  • CNS

    1573

  • Tipo

    Relocalização/Identificação

  • Ano do trabalho

    2004

  • Projeto

    Relocalização, identificação e inspecção de sítios pela Extensão do IPA - Macedo de Cavaleiros

  • Estado

    Outros

  • Data de Início

    02/08/2004

  • Data de Fim

    02/08/2004

  • Objetivos

    Relocalizar e avaliar o estado de conservação dos sítios na extensão de Macedo de Cavaleiros

  • Resultados

    Há alguma confusão e ambiguidade na bibliografia a propósito dos sítios da Tróia e do Muro. Segundo o que apuramos, o topónimo Muro aplica-se exclusivamente ao povoado fortificado. No entanto, este situa-se dentro da área do macrotopónimo Tróia, o qual se aplica a uma vasta área, incluindo todo o cabeço onde se situa o povoado fortificado, e ainda às encostas e plataformas adjacentes, já do outro lado das ribeiras que rodeiam o povoado fortificado. Este parece ter apenas ocupação da Idade do Ferro, mas há alguns vestígios de épocas posteriores dentro da área do topónimo Tróia, sendo provavelmente a estes que se aplicam as referências a achados de moedas e outros materiais de época romana ou medieval. O povoado situa-se num cabeço em esporão numa encosta, um pouco abaixo e a Oeste do cabeço onde está a capela de Santiago. Tem apenas uma razoável implantação estratégica, não tendo grande amplitude visual em redor, e as condições defensivas naturais são também razoáveis, com encostas inclinadas, mas não demasiado abruptas, sobre pequenas linhas de água, que o rodeiam por quase todos os lados menos a Nordeste, na plataforma de acesso. O sistema defensivo inicia-se aqui com um fosso, bastante colmatado e pouco visível, seguido imediatamente pela primeira linha de muralha. Esta atinge aqui a sua maior altura e espessura, sendo possível que formasse um torreão, mas o mau estado de conservação da muralha nesta zona, atingida pela abertura de um caminho e pela extracção de pedra, não permite ter certezas sobre este ponto. Logo após a muralha surge um pequeno cabeço, que forma uma pequena acrópole rochosa, de topo aplanado, sobranceira à zona de acesso. Esta acrópole era também rodeada por uma segunda e interna linha de muralha, da qual restam ténues vestígios, pois foi em tempos quase integralmente destruída para extracção de pedra, para utilizar no paredão da barragem das Nogueirinhas. Quanto à primeira linha, atinge a sua cota mais elevada na zona de acesso, descendo depois abruptamente para o flanco Sudoeste, onde forma uma larga plataforma de ocupação, contida entre a encosta da acrópole e a muralha, voltando depois a subir a encosta para o lado oposto, de encontro à acrópole e à zona de acesso. A vasta plataforma de ocupação no flanco Sudoeste é cortada a meio por um talude, que forma duas plataformas distintas, e que poderá ser eventualmente uma terceira linha defensiva. Os materiais de superficie são escassos, e resumem-se a fragmentos de cerâmica manual da Idade do Ferro, não havendo indicações de ocupações de época posterior no interior da zona muralhada. No entanto, tanto na encosta Sudoeste abaixo da muralha como nas encostas adjacentes do outro lado das ribeiras há vários vestígios dispersos de ocupações de época romana e medieval.

  • Responsável

    Mário Rui Oliveira dos Reis Soares

  • Co-Responsáveis

    -

  • Pessoas (relação)

    -

Relatórios (-)