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DIAS, Ana Carvalho (2010) - Trabalhos Arqueológicos prévios ao projecto de reabilitação de edifício a restaurante no Pátio dos Carrascos do Convento de Cristo. Acedido em: 27 de setembro, 2015 em:http://arqueologia.patrimoniocultural.pt/
Escavação
1998-1999
PNTA/98 - O Paleolítico da Gruta do Almonda e a Extinção dos Neandertais Ibéricos
Relatório Aprovado
12/12/1998
07/01/1999
Escavação de emergência de um esqueleto humano infantil parcialmente exposto por terraplanagem ocorrida em finais de 1998 e determinação de seu contexto arqueológico.
Escavação de emergência de uma sepultura do Paleolítico Superior incial. Tornou-se claro que, apesar de ter estado coberta por apenas alguns centímetros de terra desde há mais de sete anos, a fossa sepulcral se encontrava praticamente intacta. A continuação dos trabalhos viria a revelar que o esqueleto estava parcialmente danificado: a mão, o antebraço e o pé esquerdo tinham sido deslocados, ou pelo animal escavador da toca ou no acto da descoberta; o crânio tinha sido partido em pequenos fragmentos, dispersos em redor da fossa num raio de algumas dezenas de centímetros; o ombro e o braço direitos estavam esmagados in situ. A caixa torácica, a coluna vertebral, a cintura pélvica, as pernas, o braço esquerdo e o pé direiro, no entanto, estavam intactos e na posição original. Os ossos pertenciam a um único indivíduo, uma criança de pouca idade, que por as dimensões dos ossos e o estado de desenvolvimento da dentição permitem calcular em cerca de 4 anos a idade da criança, que tinha sido enterrada de costas, com a cabeça para Este e os pés para Oeste, no fundo de uma pequena fossa propositadamente escavada para o efeito. O esqueleto foi escavado em fossa sepulcral in situ, permitindo a reconstituição do ritual funerário: enterramento do cadáver amortalhado em pele tingida a ocre vermelho, sobre fossa purificada pela quima de uma ramada de pinheiro-silvestre, acompanhado de oferendas (coelho juvenil, partes de carne de veado) e de objetos de adorno (pendentes em concha perfurada de Littorina obtusata, diadema sobre a testa com quatro caninos de veado perfurados). Do lado direito o contorno da fossa estaba marcado por um alinhamento de pedras e de ossos de veado, existindo ainda uma acumulação idêntica junto aos pés. A datação de amostras do contexto e a reconstituição da estratigrafia do local antes da terraplanagem permitiu situar o enterramento entre cerca de 24500 e cerca de 25000 BP.
João Carlos Teiga Zilhão
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Cidália Maria Pereira Duarte (Antropólogo)