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DIAS, Ana Carvalho (2010) - Trabalhos Arqueológicos prévios ao projecto de reabilitação de edifício a restaurante no Pátio dos Carrascos do Convento de Cristo. Acedido em: 27 de setembro, 2015 em:http://arqueologia.patrimoniocultural.pt/
Sondagem
2009
EIA - Linha de Interligação entre o PE de Armamar e Subestação de Valdigem
Relatório Aprovado
06/07/2009
14/08/2009
A realização dos trabalhos pretendeu cumprir as medidas de minimização - medida nº 26 - respeitantes aos impactos sobre o património preconizadas no Plano de Acompanhamento Ambiental, Anexo 3 - Plano de Implementação das Medidas de Minimização dos Impactos Ambientais - 10. De igual forma, visou o registo, a caracterização, a contextualização crono-estratigráfica e a devida avaliação da ocorrência 8, mencionada no Estudo de Incidências Ambientais (EIncA) (ATKINS 2008) procurando, deste modo, minimizar dos potenciais impactos negativos da execução do projecto de construção das Linhas - Armamar - Valdigem 1 e Armamar - Pocinho 2 - sobre o património arqueológico.
O arqueosítio da Tapada revelou que nos encontramos perante uma ocupação humana do local, marcada de forma mais ou menos continuada desde a Idade do Bronze até ao período Contemporâneo, como se poderá aferir, não somente pelas sequências crono-estratigráficas, mas igualmente pelo acervo artefactual exumado no decorrer da intervenção. Os trabalhos executados revelaram que nos encontramos perante realidades marcadas essencialmente, além da prática agrícola que se realizou no local ao longo dos tempos, por uma ocupação do espaço em período romano. São disso testemunhos os pisos de circulação e a reestruturação operada no espaço identificados na sondagem 6, e, as grandes unidades de derrube identificadas nas sondagens 2, 4 e 6. É igualmente de destacar a profusão de espólio de cronologia romana, nomeadamente materiais de construção e fragmentos relacionados com grandes recipientes, provavelmente destinados à armazenagem, além das habituais louças domésticas e de alguns cossoiros. Nesta análise do acervo verifica-se igualmente uma escassez quer de louças domésticas finas, designadamente terra sigilatta e de recipientes de transporte/armazenagem, nomeadamente ânforas. Atendendo ao exposto, cremos estar de facto na presença de um habitat, que se o tomarmos em linha de conta, por parecer-nos mais adequada à região, a proposta de divisão feita para os habitats em dois tipos - A, Casais e B, Villae - efectuada por Manuela Martins (1990: 224) em detrimento de outras, como de Jorge de Alarcão (1998: 94), dever-se-á considerar a Tapada, à luz do conhecimento actual e com as reservas inerentes à pouca área escavada, como um casal, na medida em que se encontra desprovida de vestígios arquitectónicos e/ou material epigráfico. Corroborando a ideia de Lino Tavares Dias para o território de Tongóbriga (1997: 290), verificamos que, também para o nosso caso, atendendo às particularidades geomorfológicas do local, tornar-se-ia muito complexa a aplicabilidade de todos os princípios clássicos definidos por Vitrúvio para as construções rurais (MACIEL 2006: 233 - 235). Tendo em consideração a localização, o meio envolvente e os resultados fornecidos pela informação arqueológica, somos levados a interpretar a Tapada, como um casal de exploração de cariz eminentemente agrícola à base das culturas mediterrânicas, como as frutas, as vinhas e os olivais, que se praticariam também nas encostas do monte, e de igual modo, de culturas cerealíferas, podendo estas ser cultivadas nas plataformas aplanadas que envolvem a zona desta exploração, nomeadamente nos Chões. Com a mesma facilidade, o casal, poderia praticar a actividade pastoril, usufruindo para isso dos recursos proporcionados pela serra de Coura. Outro contributo importante dos trabalhos realizados foi a identificação de uma grande quantidade e variedade de acervo artefactual de cronologia integrada na Pré-História Recente, nomeadamente da Idade do Bronze, exumados em níveis arqueológicos sem perturbações. Tal facto faz prever a existência de um assentamento de dimensões consideráveis, que a não estar parte fisicamente na área intervencionada, terá necessariamente de se encontrar nas imediações, em virtude do espólio se encontrar pouco erodido. Quando à Idade do Ferro e à Idade Média, os vestígios são parcos e traduzem-se em alguns fragmentos de cerâmica identificados em níveis deposicionais secundários em conjunto com espólio de outros períodos cronológicos. As evidências materiais relacionadas com a Idade Moderna, também são escassas e identificaram-se somente nos níveis de solos perturbados pela prática agrícola realizada até recentemente.
Rui Pedro Alves Barbosa
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