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DIAS, Ana Carvalho (2010) - Trabalhos Arqueológicos prévios ao projecto de reabilitação de edifício a restaurante no Pátio dos Carrascos do Convento de Cristo. Acedido em: 27 de setembro, 2015 em:http://arqueologia.patrimoniocultural.pt/
Sondagem
2007/08
Relatório Aprovado
11/12/2007
14/08/2008
Salvaguardar o registo e o estudo dos vestígios arqueológicos. Avaliar o impacto da execução do Bloco de Rega do Pisão e assim propor eventuais medidas complementares de mitigação.
Em Vale de Coutos 2 foram realizadas cinco sondagens no decurso da identificação de cinco contextos com interesse arqueológico. A avaliação preliminar desses contextos remetia para a eventualidade de se tratarem de estruturas em negativo, tendo as intervenções corroborado tal hipótese. Tratam-se de estruturas de planta sub-circular com um corpo que oscila entre formas cilíndricas e globulares, decorrendo daí um maior ou menor índice de abertura de boca. Dos resultados da intervenção é de salientar os seguintes aspectos: as estruturas n.º 1, 2 e 5 são distantes entre si, ao contrário das estruturas n.º 3 e n.º 4 que são espacialmente contíguas; na estrutura n.º 3 foram identificados ossos humanos; a ocorrência de elementos artefactuais é muito reduzida ou inexistente, destacando-se a estrutura n.º 5 por apresentar um conjunto constituído por 69 elementos. Estes elementos cerâmicos correspondem a fragmentos de vasos. A análise da morfologia e da decoração dos elementos cerâmicos permitem a articulação do contexto com o III.º/II.º Milénio a.C. Estas estruturas, enquanto dispositivos arquitectónicos, estariam associadas a práticas de territorialização, e inerente construção de redes sociais, concorrendo num cenário em que a coesão comunitária, decorrente desses processos, é permanentemente negociada. O carácter fragmentado dos elementos cerâmicos, mais do que índices de uma funcionalidade das estruturas enquanto contextos de descarte, devem ser entendidos como indiciadores de outros contextos que ligam estas estruturas nessa rede de coisas, dispositivos, territórios e pessoas. São contextos que, pela sua incompreensibilidade (de um ponto de vista da escala de análise do contexto), devem ser pensados enquanto participantes de práticas de territorialização em que são negociados o sentido do mundo e das coisas que nele participam, re-significando as relações entre a comunidade e os outros participantes. Construindo novas mundanidades, novos participantes.
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Bárbara Rafaela Pinto de Sá Carvalho e Lídia Maria Gonçalves Baptista
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