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DIAS, Ana Carvalho (2010) - Trabalhos Arqueológicos prévios ao projecto de reabilitação de edifício a restaurante no Pátio dos Carrascos do Convento de Cristo. Acedido em: 27 de setembro, 2015 em:http://arqueologia.patrimoniocultural.pt/
Escavação
2011
Relatório Aprovado
16/07/2011
13/08/2011
a) Sector Q: continuidade em profundidade da escavação das estruturas negativas aí identificadas e alargamento para entendimento em plano da estrutura de pedra aparentemente circular, que se localiza no centro do complexo de recintos. Como principal objectivo, está a caracterização do desenvolvimento diacrónico das sucessivas estruturas ali identificadas, a sua caracterização cultural e funcional e a sua relação espacial e diacrónica com as restantes estruturas e espaços do complexo de recintos. O alargamento deverá abranger igualmente uma eventual estrutura, com o depósito superficial definido em 2011, a qual revela a presença de abundantes restos humanos queimados. A escavação desta estrutura é outro dos objectivos da campanha deste ano. b) Sector L: Alargamento, com recurso a meios mecânicos nos depósitos surribados até 60 cm de profundidade e continuação manual até a contextos preservados) da zona da sondagem L1 para uma área de cerca de 400m2, de modo a apanhar em planta a zona
Os diferentes contextos intervencionados permitiram avançar no domínio da temporalidade do sítio e na determinação da complexidade das práticas funerárias que nele tiveram lugar, sobretudo no sector Q, e na definição estrutural da Porta NE, assim como na recolha de informação para elaboração posterior de uma microtopografia do sítio. Assim, no sector Q, com o aprofundamento da escavação confirma-se que o fosso mais central é de cronologia neolítica, assim como a Vala 1 (possivelmente para implantação de uma paliçada) e o possivel hipogeu que esta corta, assim como as fossas que se localizaram no espaço entre a Vala 1 e o Fosso 6. Datações de radiocarbono colocam estas estruturas na 2ª metade do 4º milénio e primeira centúria do 3º a.n.e. Pode também confirmar-se que estas estruturas eram sobrepostas por contextos Calcolíticos e cortadas por algumas fossas e uma grande depressão circular durante aquele período, contexto esses que foram mais afectados pela surriba de 1996. Os contextos situaos fora de estruturas negativas quase que desapareceram no pacote revolvido com excepção de alguns depósitos e restos estruturais. Mas estes existem e demonstram ocupações fora de contextos negativos. De facto, durante o Calcolítico esta área central foi densamente ocupada, ocorrendo a escavação de fossas (algumas cortando depósitos e estruturas neolíticas) e de uma grande depressão circular que cortou o geológico até cerca de 80cm/1m de profundidade (e parte da parede interior do Fosso 6 neolítico). Essa depressão foi depois sendo colmatada por vários depósitos e estruturas em pedra e nos próprios sedimentos dessa colmatação foram abertas outras estruturas, como a Fossa 4 que revelou a deposição de restos funerários de cremações humanas radiometricamente datadas de meados do 3º milénio. Nessa mesma altura, e prolongando-se pelo terceiro quartel do 3º milénio, em pleno momento que poderemos considerar em que o Campaniforme faz a sua aparição nos Perdigões, terásido contruída a estrutura em pedra eventualmente circular (UE169) e realizadas as várias deposições de restos de cremações humanas que a envolviam e cobriam parcialmente. Assim, a prática de cremações e de deposição dos seus restos em fossa ou em espaços mais ou menos abertos fica atestada em meados/terceiro quartel desse milénio, ao mesmo tempo que se reutilizava o sepulcro 2 com deposições secundárias e se depositavam ossos humanos no fosso 4 (como o radiocarbono igualmente já documenta). A estrutura envolta por depósitos com cremações não está, contudo, compreendida, pelo que o alargamento da escavação se impõe para a próxima campanha, no sentido de a abranger na sua totalidade espacial e contextual. Já no sector L, o alargamento da área escavada através da remoção do pacote sedimentar revolvido pela surrida de 1996 permitiu visualizar ao nível do geológico a quase totalidade da entrada NE (Porta 1) definida pelos Fosso 1 (exterior) e 2 (interior), assim como documentar um onjunto de fossas circulares, cuja cronologia é ainda indeterminada (pois não foram intervencionadas). Foi igualmente possível identificar um fosso semi circular que arranca do Fosso 1 pelo exterior e em frente à Porta 1, o qual poderá corresponder ao design registado nas entradas 2 e 4, demonstrando que, muito provavelmente, as entradas deste recinto maior apresentariam todas uma planat semelhante, com uma complexidade arquitectónica elevada. De destacar a possível associação a esta entrada NE de um eventual estela em granito, de grandes dimensões.
António Carlos Neves de Valera
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