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DIAS, Ana Carvalho (2010) - Trabalhos Arqueológicos prévios ao projecto de reabilitação de edifício a restaurante no Pátio dos Carrascos do Convento de Cristo. Acedido em: 27 de setembro, 2015 em:http://arqueologia.patrimoniocultural.pt/
Sondagem
2010
Relatório Aprovado
21/09/2010
03/10/2010
O objectivo deste projecto é efectuar uma análise detalhada do sítio de Corte sobre a exploração dos recursos económicos, a arquitectura (pars rustica, pars urbana, necrópole, etc.) e as metodologias e recursos construtivos (pinturas murais, mosaicos, mármores, etc.). Procura-se assim contribuir para a integração deste sítio nas estruturas de povoamento local e regional, tendo-se como um exemplo significativo da zona barrocal mais ocidental do Algarve. Futuros trabalhos de investigação de âmbito interdisciplinar liderados pela Universidade de Jena com a colaboração da Câmara Municipal de Silves terão como preocupações fundamentais, a identificação e estudo dos vestígios arquitecturais de Corte; a cronologia do sítio; os recursos económicos e a sua integração nos padrões de assentamento local e regional; e a reconstituição paleoambiental desta zona, entre os primeiros tempos da romanização e a Alta Idade Média.
As estruturas expostas são, muito provavelmente, da zona de utilidade agrícola (pars rústica) de uma villa romana, que se desenvolve sobre os terraços T1 a T5. Segundo o material encontrado (vidro de janelas, tesselas, estuque pintado com múltiplas cores), a villa terá sido muito bem mobilada, apesar da pars urbana (zona de habitação) não ter sido descoberto até à data. As paredes exteriores da villa, muito provavelmente construídas durante a primeira metade do século AD (ilação baseada nas cerámicas detectadas na fundação), compostas por lajes massivas em pedra, fundações preenchidas com pedra, enquanto as paredes internas, construídas durante fases distintas, compostas por maçonaria menos robusta (tabique/pisé). Um canal comprova o sistemático abastecimento de água, possivelmente a villa continha um complexo de banhos, hipótese que poderá ser sustentada com base na detecção de um grampo em ferro, utilizado na fixação de painéis de cerâmica ou madeira no tecto e paredes, servindo como isolamento e também na detecção de um tijolo em forma triangular, de um hypocaustum. Ainda é incerto qual a actividade praticada na zona de actividade agrícola, que fora documentada em 2009 e em 2010. A numerosa quantidade de fauna (ca. 70-80% de ovelha e cabra) aponta para uso como estábulo. O achado mais antigo em 2010 é um fragmento de cerámica ática do tipo Castulo (ca. 440/20 a. C.) e comprova um povoamento pre-romano neste época. A maioria dos achados datam do período imperial (séculos II e III AD), enquanto a ocupação mais recente é comprovada através de cerâmica Africana de engobe vermelho, datada do início do século V AD. Enquanto a realidade da ocupação das villas romanas, situadas na orla costeira, é comparativamente bem conhecida, a villa da Corte ¿ como o edifício de Espargal ¿ manifesta-se como um dos primeiro casos sólidos do seu género localizado no Barrocal algarvio, e nesse caso de especial interesse no sentido de compreender a exploração romana do hinterland da costa sul da Lusitânia. A arquitectura específica e sub-estruturas económicas serão investigadas durante futuras campanhas de escavação.
Dennis Graen
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