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DIAS, Ana Carvalho (2010) - Trabalhos Arqueológicos prévios ao projecto de reabilitação de edifício a restaurante no Pátio dos Carrascos do Convento de Cristo. Acedido em: 27 de setembro, 2015 em:http://arqueologia.patrimoniocultural.pt/
Escavação
2011-12
Trabalhos arqueológicos nas Escadinhas de São Crispim, Lisboa
Relatório Pendente
08/04/2011
03/01/2012
As escavações realizadas resultaram da identificação de contextos arqueológicos preservados no âmbito do acompanhamento arqueológico, tendo como principal objetivo a caracterização da dinâmica ocupacional deste espaço. Foi possível identificar uma sequência cronológica que indica uma ocupação de época romana, medieval e moderna/contemporânea. Contudo os dados disponíveis são insuficientes para uma caracterização sustentada do sítio, não sendo possível aferir uma funcionalidade dos espaços.
Foi possível identificar uma sequência cronológica que indica uma ocupação deste espaço desde a época romana até à época contemporânea, não sendo, contudo, exequível uma caracterização funcional do mesmo relativa a todas as fases de ocupação (29), devido em parte aos condicionalismos impostos à escavação deste local. Quanto à ocupação romana é de referir que, ressalvando a presença de materiais de cronologia mais antiga, como seja o caso fragmentos de cerâmica da idade do ferro no depósito [295], a componente artefactual recolhida indica uma presença neste espaço entre os séculos I a III e um progressivo abandono entre o séc IV ao séc V . Neste período este local funcionou, sobretudo, como uma zona de despejos e de lixeira, sendo de referir a presença dos muros [217], [214], [215] e [216] que embora já estivessem muito destruídos por ocupações posteriores, demarcavam um compartimento de plano rectangular, de funcionalidade indefinida. Estas estruturas estavam situadas no canto SO do edifício e apesar de terem sido parcialmente destruídas pela construção dos painéis da obra, parte delas encontra-se conservada por baixo das escadinhas de S. Crispim e por baixo dos terrenos do Convento. É de indicar que a presença significativa de sigillatas tardias (séc V a VI), indicia que esta zona continuou sempre a funcionar como um pólo importador e receptor, onde chegavam ininterruptamente produtos oriundos da Gália, do Norte de Africa (sigillata e ânforas) e do Oriente (ânforas e sigillata focense), indicando tal a presença desta zona costeira numa rede de intercâmbios mesmo durante a antiguidade tardia. Este local veio, posteriormente, a ter uma ocupação medieval, comprovada pela presença de cerâmica decorada com estampilhados, incisões, vidrados (em óxido de manganês melado) e pintada com linhas brancas (séc. X a XII), tal como foi possível observar nos materiais recolhidos dos depósitos [239], [206], [237] e [234]. Durante este período foram construídos as estruturas de funcionalidade desconhecida e já muito afectadas por ocupações posteriores, como foi o caso dos muros [264], [503], [276], [228],[227/576], [615], [283], [238], [219], [221], [240], [250] e [256]. Quanto aos contextos cristãos, estes corresponderam sobretudo a aterros muito afectados por ocupações posteriores. Relativamente à ocupação de época moderna é de referir a presença das faianças nos depósitos [100], [187] e [153] com uma cronologia balizada entre os finais do séc. XVII e principio do séc. XVIII. Pertencentes a este período foram identificadas estruturas que parecem estar relacionadas com a ocupação deste espaço pelo Colégio de S. Patrício. Estas estruturas encontravam-se, contudo, muito destruídas devido à reorganização do espaço numa época posterior. Já por volta de 1929 este espaço transformou-se no tribunal de menores e, nos anos 40, veio a sofrer restauro e acrescentos com instalações sanitárias. Em 1992 foram feitas as ultimas remodelações e passou a desempenhar as funções de tribunal administrativo de Lisboa. Todo o processo de acompanhamento foi sendo intercalado com a escavação arqueológica integral do núcleo central da área afecta à empreitada de acordo com as directrizes do IGESPAR e por forma a minimizar o profundo impacto desta obra sobre o património arqueológico existente, salvaguardando pelo registo, os contextos existentes no local.
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Hugo Jorge Pereira da Silva e Iola Margarida Brito Filipe
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