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DIAS, Ana Carvalho (2010) - Trabalhos Arqueológicos prévios ao projecto de reabilitação de edifício a restaurante no Pátio dos Carrascos do Convento de Cristo. Acedido em: 27 de setembro, 2015 em:http://arqueologia.patrimoniocultural.pt/
Escavação
2010
Relatório Aprovado
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A escavação arqueológica do Forte da Casa insere-se no âmbito do projecto Intermunicipal «Rota Histórica das Linhas Defensivas de Torres Vedras» que tem como objectivo de criar uma Plataforma para a Defesa e Valorização das Linhas de Torres. Esta plataforma é constituída pelos municípios de Arruda dos Vinhos, Loures, Mafra, Sobral de Monte Agraço, Torres Vedras e Vila Franca de Xira. No âmbito deste projecto prevê-se a recuperação e limpeza de alguns dos fortes do município de Vila Franca de Xira. Na sequência do projecto da rota histórica das Linhas de Torres, estava previsto para as ruínas do obra militar n.º 38 na povoação do Forte da Casa, uma requalificação paisagista da área envolvente e a construção de um núcleo museológico nas suas imediações. O projecto candidatado ao Mecanismo Financeiro do espaço Económico Europeu, previa um estudo e escavação arqueológica deste monumento. Esta escavação tinha como objectivos tentar efectuar uma leitura do estado de conservação das estrutur
As investigações a decorrer no interior do Forte, atestam as suas múltiplas utilizações ao longo dos dois últimos séculos. Contudo apesar dessas variadas vivências e reutilizações do espaço, permanecem preservadas estruturas correlacionadas com a sua primeira ocupação de cariz militar. Numa primeira fase, a escavação efetuada entre Abril e Julho de 2008 incidiu em algumas sondagens. A sua leitura permitiu verificar a planta do antigo paiol e de uma ampla muralha de apoio às canhonheiras da plataforma superior. Foi em torno destas realidades de índole patrimonial, a par com o pouco que se encontra visível da estrutura das muralhas do antigo forte, que se desenvolveu o projeto de arquitetura de reabilitação deste monumento. A segunda fase dos trabalhos arqueológicos, devidamente aprovados pelo Ministério da Cultura, iniciou-se a 20 de Janeiro de 2010. Perante um projeto desta natureza numa área tão sensível, ficou claro que seria necessário, um acompanhamento constante e presencial por parte do Serviço de Arqueologia do Museu Municipal. Este acompanhamento que se desenvolveu posteriormente em escavação arqueológica, permitiu aduzir novas valências ao conhecimento desta obra militar vindo conduzir a alterações e adaptações ao projeto inicial. Entre estas novas valências, descobriu-se na plataforma inferior do forte os vestígios de duas das estruturas pétreas, onde se implantavam as peças de artilharia do exército luso-britânico, destinadas a cruzar fogo com a estrada real e o rio Tejo. As duas canhoneiras, descobertas através de apuradas escavações arqueológicas, apresentam-se construídas em alvenaria seca de bom aparelho, ostentando uma dimensão de cerca 3.50m de largura. O pavimento original era provavelmente de tabuado de madeira, tendo chegado até nós apenas as suas bases de apoio. Para conferir a drenagem constante da área foi planeado um eficiente sistema de escoamento de águas. Este sistema foi construído com canalizações e caixas de derivação em blocos calcários, que chegavam pré-fabricados ao local, deixando antever uma verdadeira "linha de montagem" de materiais de construção para estas edificações. Concluída a escavação, os arqueólogos adstritos ao Museu Municipal de Vila Franca de Xira, continuaram acompanhar a obra com o objetivo de integrar da melhor maneira possível os diversificados vestígios arqueológicos entretanto colocados a descoberto. O corolar deste processo foi a inauguração do projeto de valorização das ruinas arqueológicas, assim como do centro interpretativo das Linhas Defensivas de Torres a 5 de Novembro de 2010.
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Henrique Manuel de Oliveira Teixeira Calé Mendes e João Paulo Pimenta Marques
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