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DIAS, Ana Carvalho (2010) - Trabalhos Arqueológicos prévios ao projecto de reabilitação de edifício a restaurante no Pátio dos Carrascos do Convento de Cristo. Acedido em: 27 de setembro, 2015 em:http://arqueologia.patrimoniocultural.pt/
Escavação
2013
Relatório Aprovado
14/07/2013
10/08/2013
A intervenção no Sector Q visava dar continuidade à escavação de diferentes estruturas identificadas no ano transacto, algumas das quais com escavação já iniciada. Assim, procedeu-se a conclusão da escavação da estrutura "hipogeu 1", à continuação da escavação da fossa 40 (com deposições de restos de cremações humanas) e a um conjunto de fossas localizadas na extremidade Oeste da sondagem. No Sector P procurou compreender-se a intercepção dos Fossos 7 e 8, concluir a sondagem no fosso 8 e iniciar um corte no fosso 7, por forma a determinar a respectiva cronologia e sequência de enchimentos. Já a intervenção no Sector L, procedeu-se à intervenção de três estruturas independentes: 1) Ímbrice (Sanjas 9 e 13); 2) Tirante (Sanja 11) e 3) "Fosso de Condenação" (Sanja 12) da entrada do Fosso 1. Procedeu-se ainda à abertura de uma quarta secção, correspondente aos depósitos superiores do enchimento do Fosso 1 para confirmar a possibilidade de existência de um recorte.
Os trabalhos de 2013 permitiram avançar no conhecimento das arquitecturas e dinâmicas de temporalidade de algumas das estruturas dos Perdigões, assim como continuar a documentar determinadas práticas funerárias e afe-rir da cronologia de diversas estruturas tipo fossa. No Sector P foi possível confirmar a posterioridade do Fosso 7 (Calcolítico) relativamente ao Fosso 8 (Neolítico Final). No que respeita a este último foi possível evidenciar a sua colmatação intencional por níveis intercalados de deposição horizontalizada de fragmentos cerâmicos, pedras e fauna, que se estendem da superfície até à base do fosso, que apresenta um configuração em V. Já o Fosso 7 revelou episódios de recorte e posterior preenchimento com pedras no final dos enchimentos. Foi ainda possível determinar a anterioridade da Fossa 47 (também Calcolítica) e posterioridade da fossa 36 relativamente ao mesmo Fosso 7 (cuja secção não está ainda terminada). Já no Sector Q, concluiu-se a escavação da estrutura tipo hipogeu, confirmando-se as observações estratigráficas anteriores (derrube de parte do tecto em cúpula e posterior deposição lateralizada de grandes fragmentos cerâ-micos e pedra) assim como se definiu uma deposição estruturada de cerâmicas junto à base da estrutura, que é de cronologia neolítica. À sua volta registaram-se várias fossas, algumas de cronologia indeterminada, outras de cronologia igualmente neolítica, mas a maioria de cronologia calcolítica. Numa dessas fossas (ainda em escavação, fossa 45, foi documen-tado um enterramento de canídeo. A continuação da escavação da Fossa 40 forneceu mais um importante conjunto de peças ideotécnicas e sobretudo permitiu identificar entre os depósitos de restos humanos cremados a deposição de conexões anatómicas, prova-velmente de um único indivíduo do sexo masculino sem evidências de exposição ao fogo. Esta circunstância vem adensar a complexidade do ritual funerário presente nesta estrutura, cuja escavação ainda não terminou. No Sector L, as intervenções realizadas permitiram esclarecer algumas dúvidas e detectar algumas novidades rela-tivamente às arquitecturas presentes e sua temporalidade. Assim, confirmou-se a existência de um recorte preen-chido com pedras no topo dos sedimentos de preenchimento do Fosso 1. Por seu turno, verificou-se que o ímbrice semicircular em frente da entrada é composto não por uma, mas por duas sanjas paralelas, uma de maior profun-didade e outra bem menos profunda, sugerindo um sistema de fosso/paliçada. Verificou-se que o primeiro tirante a norte oeste da entrada entre os fossos 1 e 2, arranca do fosso 2,mas é-lhe posterior (pois corta o seu enchimento) e não chega ao fosso 1. Por sua vez, confirmou-se a existência de uma estreita e profunda sanja que encerra a entrada ligando as duas extremidades do fosso1.Todas estas observações revelam a complexidade construtiva presente nesta entrada, demonstrando que a reali-dade observável é o somatório de estruturas realizadas em momentos distintos e com complexas biografias de enchimento. De um modo geral, os trabalhos de 2013 contribuíram para um significativo avanço no conhecimento das tempo-ralidades das arquitecturas e práticas sociais nos Perdigões, uma das temáticas centrais do projecto.
António Carlos Neves de Valera
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