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DIAS, Ana Carvalho (2010) - Trabalhos Arqueológicos prévios ao projecto de reabilitação de edifício a restaurante no Pátio dos Carrascos do Convento de Cristo. Acedido em: 27 de setembro, 2015 em:http://arqueologia.patrimoniocultural.pt/
Escavação
2014
Trabalhos Arqueológicos na Capela da Senhora do Desterro - Montemor-o-Velho
Relatório Aprovado
12/05/2014
12/12/2014
A realização das sondagens arqueológicas de diagnóstico destinava-se a aferir do estado de conservação e importância dos vestígios que ainda subsistem no local, depois da grande destruição operada em finais do séc. XIX e de outras verificadas em épocas mais recentes (anos 80 e 90 do séc. XX). Estes dados permitiriam recolher informação arqueológica do local, revelando o real interesse e potencialidade do sítio arqueológico, dotando os decisores políticos de dados para que se possa decidir acerca duma eventual aquisição, conservação e musealização, criando mais um pólo de atracção turística no Concelho.
Confirmou-se que estávamos perante um sítio arqueológico muito destruído em finais do séc. XIX por intervenção do proprietário. Por isso, na maior parte da área escavada não foi possível obter uma estratigrafia significativa da ocupação antiga do sítio, visto que a referida destruição chegou ao nível das fundações. Os materiais encontrados apontam para uma ocupação do sítio entre, pelo menos, o séc. I d.C. ("terrae sigillatae" sudgálicas) e meados do séc. IV (moeda de Magnêncio datada de 350 d.C.). Apesar de tudo, numa pequena área do quadrado N8 conseguimos escavar uma zona de estratigrafia selada por pavimento de "opus signinum", sendo precisamente daqui originários os fragmentos de "terra sigillata" sudgálica, o que permite a datação desta unidade estratigráfica. O aparecimento de poucos fragmentos cerâmicos (de cozinha, comum e "terra sigillata") fica-se a dever ao facto de a área escavada corresponder às termas privadas da "villa". No que concerne a estruturas, apesar de muito destruídas, é de salientar o muro 1, de boa qualidade (com muita argamassa, talvez por estar ao nível das fundações, ou pouco mais do que isso), com 50 cm de largura e já com cerca de 8 metros de extensão (é de certeza maior, pois em ambos os extremos ainda continua para a área não escavada). Um muro desta dimensão será certamente definidor das estruturas desta área, o que aliás se comprova pelo facto de a ele em tempos se ter adossado uma ábside (da qual apenas restou o negativo - elemento interfacial vertical) e dele partir um outro muro em direcção a nascente). A ábside era dotada de "praefurnium", do qual restaram poucos vestígios e ainda se mantinha também parte de um pavimento de terra batida junto à esquina dos muros 1 e 2. Na sondagem N8 pusemos a descoberto o que restou de um pavimento de "opus signinum", provavelmente também relacionado com o ambiente termal. Apesar da destruição constatada, ainda se verificam estruturas e unidades estratigráficas de época romana intactas, pelo que pensamos que qualquer intervenção futura neste local carecerá sempre de escavação arqueológica prévia na sua totalidade.
Flávio Nuno Leite Ferreira Imperial
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