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DIAS, Ana Carvalho (2010) - Trabalhos Arqueológicos prévios ao projecto de reabilitação de edifício a restaurante no Pátio dos Carrascos do Convento de Cristo. Acedido em: 27 de setembro, 2015 em:http://arqueologia.patrimoniocultural.pt/
Sondagem
2013
Relatório Pendente
31/10/2013
15/01/2015
Caracterizar e avaliar o interesse patrimonial da área considerada; analisar a estratigrafia e caracterizar o surgimento de eventuais estruturas pré-existentes; fornecer elementos para a definição de medidas de minimização de impactes negativos da execução do projeto em apreço.
Os trabalhos de escavação arqueológica realizados permitiram detecção de elementos osteológicos humanos bem como de áreas de enterramento relacionadas com o antigo cemitério do Hospital D. Lopo de Almeida, edificado entre 1604 e 1605 e desactivado em 1768, por ordenação régia. Os resultados adquiridos da presente intervenção sugerem que o terreno deverá corresponder com o adro do cemitério do Hospital D. Lopo de Almeida, adquirido para o efeito e benzido em 1619. Paralelamente foi possível documentar a existência de, pelo menos, quatro níveis de enterramento, definidos segundo a orientação e/ou alinhamento das sepulturas identificadas. No que concerne às sepulturas refira-se que correspondem a meros covachos abertos no solo, sem qualquer elemento de delimitação física ou de identificação. De acordo com os materiais arqueológicos recolhidos, estes enterramentos terão sido praticados desde o primeiro quartel do século XVII e até a meados da centúria seguinte. Saliente-se ainda, ao nível das práticas funerárias, que os indivíduos seriam depositados envoltos em uma simples mortalha, facto que a ausência de restos de vestuário e de vestígios de madeira parece confirmar. Concomitantemente foram ainda identificadas duas estruturas murárias de difícil interpretação, dada a exiguidade da área escavada, e ao facto de os mesmos se situarem no limite da intervenção arqueológica. Contudo, subsistem duas hipóteses acerca das mesmas: Serão vestígios de obras datáveis de algum momento anterior ¿ Século XVI (?) ¿ à aquisição do terreno por parte da Misericórdia para a criacção do cemitério, na segunda década de seiscentos? Ou, serão os restos construtivos de estruturas distintas, de períodos diferenciados, subsistindo nelas, eventualmente, parte do palheiro edificado em 1649? Ambas as hipóteses formuladas são válidas, neste momento, na medida que não foram identificadas as respectivas alas de fundação, nem, por seu turno, foram recolhidos quaisquer elementos arqueológicos que nos permitam estabelecer um período cronológico para a sua edificação. Do espólio recolhido destaca-se o conjunto de peças detectadas em contexto sepulcral: objectos votivos e de cariz religioso, tais como contas de rosário em madeira e azeviche; uma moeda intencionalmente depositada. Refira-se ainda o aparecimento de anéis, moedas e várias centenas de fragmentos cerâmicos enquadráveis entre os séculos XV e XX. Os resultados aqui reportados e o respectivo estudo histórico-espacial reforçam a possibilidade de os vestígios osteológicos humanos identificados anteriormente (Almeida & Soares 2012), corresponderem ao limite poente do Cemitério, conforme o Auto de 1740. Destacamos ainda o aparecimento de um fragmento de terra sigillata no enchimento de uma sepultura [149]. A este fragmento, em contexto secundário e com um certo rolamento, acresce um pequeno conjunto de materiais de fabrico manual (Idade do Ferro) e de restos de materiais de construção (imbrex?). Estes vestígios, ainda que descontextualizados sugerem a existência de níveis e/ou estruturas de cronologia romana nas plataformas superiores do morro da Vitória. Aliás este achado deverá ser adicionado à listagem de vestígios de igual cronologia, identificados no decurso das intervenções arqueológicas de cariz urbano, recentemente recenseados (Silva 2010).
Gabriel Rocha Pereira
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