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DIAS, Ana Carvalho (2010) - Trabalhos Arqueológicos prévios ao projecto de reabilitação de edifício a restaurante no Pátio dos Carrascos do Convento de Cristo. Acedido em: 27 de setembro, 2015 em:http://arqueologia.patrimoniocultural.pt/
Escavação
2015
Relatório Aprovado
13/07/2015
11/09/2015
Os trabalhos incidiram sobre cinco áreas de escavação, nos sectores H, O, P, Q e L.A intervenção no Sector H consistiu na abertura de uma sondagem que visiva começar a realizar uma secção no Fosso 11, ainda não intervencionado, no sentido de estabelecer a sua cronologia e caracterizar os seus enchimentos. A intervenção no sector O foi feita em continuidade com a realizada em 2014, tendo como objectivo concluir a secção iniciada no Fosso 10. A intervenção no Sector Q (Sondagem 1) visava dar continuidade à escavação da área NO onde se identificou parte de uma estrutura de cabana. Para tal foi feito um alargamento de 36m2 nessa área para norte (3x12m). No sen-tido de compreender a sequência do corte calcolítico que, na área central, afectou as estruturas neolíticas e come-çar a caracterizar um conjunto de anomalias que aparecem na geofísica nessa área dos recintos centrais, fez-se um alargamento da área da sondagem 1 para Este e Norte, num total de 106m2.
Primeiro, no Sector Q, ficou demonstrada uma maior antiguidade para a origem dos Perdigões, através de pelo menos um fosso (Fosso 13) e um conjunto de fossas que remontarão ao final do Neolítico Médio (meados do 4º milénio AC). Estas estruturas são em parte cortadas por estruturas do Neolítico Final e Calcolítico, apresentam uma cultura material compatível com uma fase média do Neolítico e uma delas (Fossa 48) foi datada de meados do 4º milénio AC). Esta ocupação mais antiga localiza-se na área central do anfiteatro onde se localizam os Perdigões. Por outro lado, a imagem de um progressivo crescimento dos Perdigões para atingir as suas maiores dimensões num momento avançado do Calcolítico foi agora desmontada. A intervenção no Fosso 11, revelando a sua cronologia do Neolítico Final, demonstrou que os Perdigões são um grande recinto logo desde essa época. De facto, o Fosso 11 corre pelo exterior do Fosso 1 em grande parte do seu traçado Noroeste e Oeste, para depois ser sobreposto por aquela nas áreas mais a Este. A datação obtida para o Fosso 10 revela que este será o mais antigo conhecido para a fase calcolítica, o que poderá corresponder a uma redução do tamanho do sítio durante o calcolítico inicial. A conclusão da secção no Fosso 7 permitiu confirmar a sua cronologia calcolítica e a presença de práticas de deposição estruturada no seu terço inferior (compostas por níveis horizontais de deposição de fragmentos cerâmicos, fauna e pedras. A presença documentada de restos humanos em deposição secundária integrados nestes depósitos vem reforçar a ideia de que estas práticas de manipulação de restos humanos são frequentes nos Perdigões, replicando-se aqui observações já realizadas nos Fossos 3 e 4. Registaram-se igualmente as práticas de "recutting" tardias, exercidas sobre os enchimentos dos fossos quando estais já estão totalmente ou quase totalmente colmatados. Estas observações de recutting foram documentadas no Fosso 7, mas também no Fosso 10, Fosso 1 e no Fosso 11, ocorrendo, portanto ao longo da cronologia do sítio. Já na área central, foi possível documentar uma estrutura tipo cabana datada da primeira metade do 3º milénio AC, com uma ampla abertura a Este, reproduzindo a visibilidade proporcionada pelo anfiteatro natural, o que sugere tratar-se de um espaço de forte componente simbólica. Esta estrutura é sobreposta por níveis de ocupação que datarão já da segunda metade do 3º milénio, onde ocorre já cerâmica campaniforme. No alargamento desta área para NE identificaram-se duas estruturas que poderão corresponder a estruturas de uso funerário a serem intervencionadas na próxima campanha: um possível tholos e um empedrado que poderá corresponder a uma selagem de uma sepultura. A confirmar-se o carácter funerário destas estruturas, reforça-se a utilização funerária da área central dos recintos durante meados / 2ª metade do 3º milénio AC, situação já documentada pelas estruturas de deposições de restos de cremações ali já documentadas. Já no sector L, os trabalhosos levados a cabo na campanha de 2015 pela Universidade de Málaga centraram-se no registo da fossa f137, que continha una estela pré-histórica de grandes dimensiones e vários fragmentos de menires. Os materiais associados à unidade estratigráfica localizada imediatamente sob estes elementos colmatando a base da estrutura negativa, permitem datá-la de época baixo-medieval cristã. Estes monólitos foram estudados e protegidos no próprio local. Na presente campanha foi ainda possível registar pontualmente outras pequenas estruturas localizadas no perímetro da Porta 1 do Fosso 1 e do ímbrice (sanjas 9 y 13), resultando algumas de cronologia pré-histórica e outras, concretamente uns buracos de poste, atribuídos aos momentos de ocupação da zona em altura baixo-medieval cristã. Iniciou-se a escavação do Fosso 2 numa das sondagens previstas, adjacente à porta.
António Carlos Neves de Valera
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