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DIAS, Ana Carvalho (2010) - Trabalhos Arqueológicos prévios ao projecto de reabilitação de edifício a restaurante no Pátio dos Carrascos do Convento de Cristo. Acedido em: 27 de setembro, 2015 em:http://arqueologia.patrimoniocultural.pt/
Escavação
2016
Relatório Aprovado
09/05/2016
13/08/2016
A intervenção no Sector H consistiu na conclusão da secção iniciada anteriormente no Fosso 11, no sentido de esta-belecer a sua cronologia e caracterizar os seus enchimentos. A intervenção no Sector Q (Sondagem 1) visava dar continuidade, na área NO, ao registo em planta de um fosso mais antigo (Fosso 13). Para tal foi feito um alargamento para norte de duas fiadas de nove metros (18 m2). A inter-venção seria, contudo, sobretudo centrada no início de escavação do alargamento realizado na campanha de 2015 para Este e Nordeste, no sentido de começar a caracterizar um conjunto de anomalias que aparecem na geofísica nessa área dos recintos centrais. Para o Sector L, os principais objectivos da presente campanha foram a realização de uma secção no Fosso 2 e de sondagens em três outras estruturas: Sanja 10 e Fossas 108 e 188.
A campanha de 2016 produziu importantes avanços no conhecimento de várias etapas da biografia dos Perdigões. No que respeita aos momentos mais antigos, os troços do Fosso 13 (13C1, 13C2a e 13C2b) vieram revelar uma maior complexidade da planimetria do(s) recinto(s) inicial(ais), mostrando através da sobreposição, a construção em dife-rentes momentos e a eventual construção por segmentos, fazendo recuar no tempo práticas construtivas que já haviam sido identificadas noutros recintos de fossos alentejanos. Documentou-se igualmente que a prática de deposi-ção estruturada de restos humanos em fossos e a realização de pequenos recortes para estas deposições em prévias colmatações recua igualmente a esta fase inicial. Estas circunstância sugerem uma continuidade de algumas práticas praticamente ao longo de toda a biografia do sítio. Por outro lado, verificou-se pela segunda vez (a primeira foi na Fossa 11 do Sector I) a identificação de uma estrutu-ra construída e inicialmente preenchida no Neolítico e que depois foi finalmente completamente colmatada no Calcolítico. Trata-se da Fossa 80. As maiores novidades, porém, vieram do alargamento da Sondagem 1 do Sector Q para Este, o que permitiu identificar um conjunto de estruturas positivas em pedra e depósitos associados, concretamente uma cabana circular e um conjunto de muros a ela associados pelo exterior, relembrando planimetrias conhecidas para meados / segunda metade do 3º milénio AC na região, como são o caso da fase 2 do Porto das Carretas (Soares, Silva 2010, Miguens 3 (Ca-lado, 2002) ou mesmo o Mercador (Valera, 2013). Note-se que esta é uma ocupação fora de estruturas negativas, mas que será coetânea da abertura e preenchimento inicial do Fosso 1 (de acordo com a cronologia disponível para este - Valera et al, 2014) e do preenchimento final do Fosso 7 (datas ainda inéditas), documentado-se, pela primeira vez, a abertura e colmatação de fossos em simultâneo com a construção e uso de estruturas pétreas positivas nos Perdigões. Nesta área, os vestígios metalúrgicos são abundantes, gerando uma situação de grande complexidade, já que estas estruturas e concentrações de restos metalúrgicos ocorrem junto aos contextos funerários de deposições de restos de cremações, gerando uma situação contextual de grande permeabilidade de sentidos e práticas, pouco comum nos contextos coetâneos intervencionados no Alentejo e publicados. Igualmente importante é a documentação de depósitos e estruturas que estratigraficamente cobrem as estruturas pétreas e depósitos associados e que apresentam uma cronologia tardia, dos últimos dois séculos do 3º milénio AC, e que corresponderão à fase final de ocupação dos Perdigões. Coincidentes com as datações existentes para os enchi-mentos superiores do Fosso 1, estas datações demonstram que quando aquele fosso estava em fase final de colma-tação, o centro dos Perdigões era ocupado, aparentemente sem construções positivas, mas onde ocorrem estruturas tipo lareira, a estranhe estrutura de níveis de "pavimentos" de fragmentos cerâmicos e o Cairn 1. Esta estrutura é particularmente interessante já que se observam deposições concentradas de restos faunísticos, associadas a alguns itens especiais, como um ídolo de calcário, e alguns fragmentos de campaniforme Internacional, sedo depois estas deposições encerradas por um cairn pétreo, revelando um procedimento que sugere um simbolismo específico. Po-deremos estar em presença de uma estrutura onde se depositaram restos consumidos durante um cerimonial e que mereceram uma deposição específica e estruturada. Já no Sector L, se o Fosso 2 confirmou a espectável cronologia calcolítica (agora a detalhar com a realização de datações de radiocarbono), é particularmente relevante a documentação de estruturas de um possível fosso prévio cortado por aquele. No conjunto, este sector tem vindo a documentar a grande complexidade estrutural e diacróni-ca que caracteriza a entrada NE, assim como ocupações de cronologia histór
António Carlos Neves de Valera
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