Sondagem (2018)

Trabalho arqueológico
  • CNS

    37926

  • Tipo

    Sondagem

  • Ano do trabalho

    2018

  • Projeto

    Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano de Torres Novas - PEDU

  • Estado

    Relatório Aprovado

  • Data de Início

    14/05/2018

  • Data de Fim

    25/05/2018

  • Objetivos

    O principal objetivo deste trabalho foi avaliar o potencial arqueológico e patrimonial do sítio a reabilitar, nomeadamente a altimetria média dos contextos com relevância patrimonial, reunindo dados que permitam sustentar decisões futuras que visem compatibilizar projetos de obra com a intenção de reabilitar as estruturas existentes, bem como as necessidades legais de preservação, proteção e salvaguarda do património. A possibilidade da preservação in situ de contextos arqueológicos foi sempre uma das prioridades da intervenção, de modo a que atempadamente se pudessem estudar e projectar soluções técnicas que permitam a sua integração e / ou valorização. Do mesmo modo, pretendeu-se também fornecer elementos que permitam minimizar os impactes negativos que as obras possam provocar em eventuais vestígios arqueológicos ou arquitectónicos, procedendo-se assim à sua salvaguarda pelo registo.

  • Resultados

    No volume do edifício em estudo surgiram vestígios materiais e estruturais que admitem estarmos em presença de um Lagar de Vara. O complexo lagareiro exibe um conjunto uniforme e regular de unidades de prensagem (3) e decantação (4), que em conjunto formam uma bateria. A zona alvo de intervenção da Sondagem 1 situa-se no plano normal do lagar, na plataforma de laboração onde estavam as tarefas e onde se recolhia o azeite proveniente da prensagem e concomitantemente se fazia a evacuação ou drenagem das águas ruças. Aqui, os achados permitem revelar tanto os vestígios do lagar que chegaram à época contemporânea, como outras evidências ocupacionais lagareiras (denunciadas por fragmentos de mós, por exemplo) ou pré-industriais que se implantaram no território em estudo em épocas sucessivas, com um período de vida maior ou menor, deixando com o seu desaparecimento pré-existências soterradas. Se inicialmente estava previsto sondar uma área de 2m x 1m até aos 2m de profundidade - ou seja 4m3, como definido em Caderno de Encargos - com a identificação das estruturas anteriormente descritas foi intervencionada uma área de 2m x 2m, mas a uma profundidade média de 50cm, o que perfaz cerca de 2m3. Já no local da Sondagem 2, os resultados obtidos permitem perspectivar que houve pelo menos três momentos distintos de ocupação do espaço. Assim, numa primeira fase, a cota desta zona terá sido alteada em período Baixo-medieval / Moderno através de depósitos de aterro, mais ou menos potentes, a que se sobrepõe um piso de circulação. Após essa data, a ocupação do espaço é denunciada por outros níveis de aterro, ou até mesmo de um eventual derrube de uma estrutura em adobe, que cobrem o referido piso, aterros esses efectuados já em período Moderno e encerrados por nova superfície de circulação em terra batida. Uma terceira fase, já de época Contemporânea, é marcada, uma vez mais, por uma subida da cota de circulação, efectuada com aterros que, entre outras características, parecem ser provenientes de remodelações de um espaço pavimentado com tijoleiras, que culmina num piso fruste em terra batida que corresponderá ao da última utilização deste espaço enquanto unidade lagareira. Apesar de terem sido reconhecidos estes momentos diferenciados, não foi possível discernir qual a funcionalidade / tipo de utilização do lugar, uma vez que não foram identificadas estruturas ou realidades materiais que permitam inferir outras conclusões. De um modo geral, pode comprovar-se que, tal como relatado na documentação, a ocupação deste espaço deve remontar à Baixa Idade Média / Época Moderna, sem que no entanto seja possível afirmar com certezas qual a sua funcionalidade. A cronologia das estruturas actualmente visíveis, ainda que não tenha sido possível aferir meticulosamente, parece ser já Moderna ou mesmo Contemporânea, a avaliar pelas associações materiais efectuadas.

  • Responsável

    -

  • Co-Responsáveis

    Helena Marina Pereira Santos e Nuno Filipe Sousa Santos

  • Pessoas (relação)

    -

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