Prospeção (2019)

Trabalho arqueológico
  • CNS

    15351

  • Tipo

    Prospeção

  • Ano do trabalho

    2019

  • Projeto

    PIPA/2019 - Povoamento em Oliveira de Azeméis 2

  • Estado

    Relatório Aprovado

  • Data de Início

    -

  • Data de Fim

    -

  • Objetivos

    -

  • Resultados

    Este monumento é, sem dúvida, um dos mais emblemáticos e importantes sepulcros da pré-história recente do concelho de Oliveira de Azeméis. Referido nas Inquirições de D. Afonso II, no séc. XIII, como "mamonam de Prazijn" (Oliveira, 1936), foi arqueologicamente intervencionado em 1987 e 1988 por Fernando Pereira da Silva. Implantada na base sul da Serra da Naia sobre uma pequena chã a uma cota de 358m, esta mamoa encontra-se limitada por relevos graníticos que conduzem a sua amplitude visual apenas no sentido norte. Do lado Norte a mamoa foi cortada para construção de um caminho. A mamoa ou tumulus, com 23m de diâmetro e 2m de altura, é constituída por terras compactas, sem carapaça pétrea superficial, delimitada pelo exterior por um anel de pedras que tinha a função de sustentação de terras. Tratava-se de uma estrutura de forma "arciforme" composta por grandes blocos que rodeava o tumulus "(...) fazendo-lhe a contenção periférica e que não afloraria à superfície da mamoa, mas, pelo contrário, ficava inserido na massa monticular (...)" (Silva, 1994b: 7). Um aspecto curioso foi a identificação de um nível de terras com carvões na base da mamoa que poderá corresponder ao ato ritual de preparação do terreno. As estruturas internas, embora bastante destruídas, aparentam corresponder a dois momentos de utilização deste sepulcro. De facto, foram identificados dois esteios em granito, um in situ e outro sobre um anel pétreo que poderão ter pertencido a um pequeno dólmen do Neolítico. Teríamos, assim, um pequeno dólmen de câmara poligonal aberta ou fechada com cerca de 2,5m de altura. Foi igualmente colocado a descoberto um anel de pedras de planta subcircular que circundava o espaço central. Inicialmente interpretado como contraforte da câmara megalítica, pensamos tratar-se antes de uma estrutura de um segundo momento de utilização deste sepulcro que terá ocorrido no Calcolítico. Este género de anéis ou cinturas líticas nos espaços centrais das mamoas têm sido registadas em toda a Plataforma Litoral do Centro/Norte de Portugal e correspondem a uma reutilização calcolítica dos espaços sepulcrais. No caso da Mamoa 1 do Castelo, esta estrutura estava assente sobre uma potência de terra de 0,41m e possuía de eixo maior 4,57m e menor 3,92m (Silva, 1994b: 36). O espólio exumado aponta igualmente para dois momentos de utilização. Assim, ao momento inicial, do Neolítico Final, deverão pertencer os 14 micrólitos geométricos em sílex, as 11 lâminas e as lamelas em sílex e quartzo, os 3 fragmentos de núcleos em sílex e alguns recipientes cerâmicos. A um momento posterior, do Calcolítico pertence um recipiente com decoração campaniforme, uma ponta de seta em sílex de base pedunculada e uma raspadeira em sílex. Este tipo de vasos, em forma de campânula invertida e com decoração impressa, são típicos das primeiras comunidades metalúrgicas da região. Aspecto curioso é ausência de material lítico polido. O espólio foi depositado no Centro de Arqueologia de Arouca, tendo sido entregue ao Município por aquela entidade após o falecimento do autor dos trabalhos. Prospetada e reidentificada no âmbito do projeto POVOAZ em 2016. Descrição de Pedro Sobral de Carvalho para o portal Memórias de OAZ.

  • Responsável

    João Tiago Rodrigues de Almeida Tavares

  • Co-Responsáveis

    -

  • Pessoas (relação)

    -

Relatórios (-)