O acesso aos recursos aqui disponibilizados é gratuito.
É obrigatório aceitar os Termos e Condições de Uso; a declaração de aceitação é válida apenas para o período da sessão da navegação.
O Arquivo da Arqueologia Portuguesa integra a informação gerada pela atividade arqueológica de salvaguarda, investigação e valorização.
Os relatórios são disponibilizados através do Portal do Arqueólogo para efeitos de investigação, ensino e aprendizagem; tratam-se de relatórios de progresso, preliminares, finais e de bioarqueologia, de acordo com o previsto no Decreto-Lei n.º 164/2014, de 4 de novembro, que aprova o Regulamento de Trabalhos Arqueológicos (RTA).
A dimensão do acervo do PA depende da capacidade do serviço para a digitalização dos relatórios e do seu registo na base de dados - Endovélico.
A utilização deste serviço deve ser feita de boa-fé e exige o reconhecimento da fonte e dos direitos de autor dos redatores dos relatórios; os relatórios destinam-se apenas para uso não comercial.
Solicita-se aos utilizadores que notifiquem os serviços de quaisquer erros que detetem nos recursos disponibilizados e que, caso realizem estudos não sujeitos ao RTA, disponibilizem para registo a respetiva referência bibliográfica.
A informação deverá ser remetida para os seguintes endereços: portalarqueologo@dgpc.pt e informacaoarqueologica@dgpc.pt.
A bibliografia que tenha por fonte os recursos aqui disponibilizados deve referi-lo.
Exemplo de uma citação correta:
Autor, A.A. (2015) - Título do documento. Acedido em: dia, mês, ano em: URL.
DIAS, Ana Carvalho (2010) - Trabalhos Arqueológicos prévios ao projecto de reabilitação de edifício a restaurante no Pátio dos Carrascos do Convento de Cristo. Acedido em: 27 de setembro, 2015 em:http://arqueologia.patrimoniocultural.pt/
Prospeção
2019
Relatório Aprovado
-
-
-
Este monumento é, sem dúvida, um dos mais emblemáticos e importantes sepulcros da pré-história recente do concelho de Oliveira de Azeméis. Referido nas Inquirições de D. Afonso II, no séc. XIII, como "mamonam de Prazijn" (Oliveira, 1936), foi arqueologicamente intervencionado em 1987 e 1988 por Fernando Pereira da Silva. Implantada na base sul da Serra da Naia sobre uma pequena chã a uma cota de 358m, esta mamoa encontra-se limitada por relevos graníticos que conduzem a sua amplitude visual apenas no sentido norte. Do lado Norte a mamoa foi cortada para construção de um caminho. A mamoa ou tumulus, com 23m de diâmetro e 2m de altura, é constituída por terras compactas, sem carapaça pétrea superficial, delimitada pelo exterior por um anel de pedras que tinha a função de sustentação de terras. Tratava-se de uma estrutura de forma "arciforme" composta por grandes blocos que rodeava o tumulus "(...) fazendo-lhe a contenção periférica e que não afloraria à superfície da mamoa, mas, pelo contrário, ficava inserido na massa monticular (...)" (Silva, 1994b: 7). Um aspecto curioso foi a identificação de um nível de terras com carvões na base da mamoa que poderá corresponder ao ato ritual de preparação do terreno. As estruturas internas, embora bastante destruídas, aparentam corresponder a dois momentos de utilização deste sepulcro. De facto, foram identificados dois esteios em granito, um in situ e outro sobre um anel pétreo que poderão ter pertencido a um pequeno dólmen do Neolítico. Teríamos, assim, um pequeno dólmen de câmara poligonal aberta ou fechada com cerca de 2,5m de altura. Foi igualmente colocado a descoberto um anel de pedras de planta subcircular que circundava o espaço central. Inicialmente interpretado como contraforte da câmara megalítica, pensamos tratar-se antes de uma estrutura de um segundo momento de utilização deste sepulcro que terá ocorrido no Calcolítico. Este género de anéis ou cinturas líticas nos espaços centrais das mamoas têm sido registadas em toda a Plataforma Litoral do Centro/Norte de Portugal e correspondem a uma reutilização calcolítica dos espaços sepulcrais. No caso da Mamoa 1 do Castelo, esta estrutura estava assente sobre uma potência de terra de 0,41m e possuía de eixo maior 4,57m e menor 3,92m (Silva, 1994b: 36). O espólio exumado aponta igualmente para dois momentos de utilização. Assim, ao momento inicial, do Neolítico Final, deverão pertencer os 14 micrólitos geométricos em sílex, as 11 lâminas e as lamelas em sílex e quartzo, os 3 fragmentos de núcleos em sílex e alguns recipientes cerâmicos. A um momento posterior, do Calcolítico pertence um recipiente com decoração campaniforme, uma ponta de seta em sílex de base pedunculada e uma raspadeira em sílex. Este tipo de vasos, em forma de campânula invertida e com decoração impressa, são típicos das primeiras comunidades metalúrgicas da região. Aspecto curioso é ausência de material lítico polido. O espólio foi depositado no Centro de Arqueologia de Arouca, tendo sido entregue ao Município por aquela entidade após o falecimento do autor dos trabalhos. Prospetada e reidentificada no âmbito do projeto POVOAZ em 2016. Descrição de Pedro Sobral de Carvalho para o portal Memórias de OAZ.
João Tiago Rodrigues de Almeida Tavares
-
-