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DIAS, Ana Carvalho (2010) - Trabalhos Arqueológicos prévios ao projecto de reabilitação de edifício a restaurante no Pátio dos Carrascos do Convento de Cristo. Acedido em: 27 de setembro, 2015 em:http://arqueologia.patrimoniocultural.pt/
Prospeção
2019
Relatório Aprovado
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Situado a 5 Km de Oliveira de Azeméis e a Este da sede da freguesia de S. Martinho da Gândara, numa linha de 4 outeiros alinhados em direção a Norte um deles apresenta uma configuração cónica e no topo um afloramento rochoso orientado a Norte, associado a lendas de mouros e tesouros (nomeadamente à lenda de uma grade de ouro que estaria escondida numa mina), bem como a pias escavadas na rocha. Nos outros cabeços, que pertencem à freguesia de Cucujães, há referências à existência de mamoas em Fermil, StªLuzia e Rebordões, esta última possivelmente destruída pela urbanização desse lugar. O espólio recolhido no topo do cabeço, pelo abade Arêde, foi guardado no museu da igreja paroquial, em Cucujães e consistiu em 2 machados polidos votivos, 1 amuleto fálico, mós manuais e um machado de quartzo. O abade Arede considerou a configuração do sítio tipicamente castreja. À superfície eram visíveis fragmentos de tégulas e mós. Considerou ainda que terá sido um local de fixação dos Visigodos devido ao topónimo Recarei que derivaria de Recaredo. Para alguns autores essa designação indiciaria de que se trata de um lugar de ocupação central em época Visigótica. Em artigo de 1956, baseado nos estudos do abade Arede é referido que o Castro de Recarei e o Castro de S. Martinho correspondem a um único sítio, que se distingue claramente do de Vila Cova (Santiago de Riba Ul). A mesma conclusão se pode aplicar à designação castro do Troncal, que é um topónimo associado ao monte do Crasto. A isto José Leite acrescenta que o planalto do castro foi transformado em campo e pinhal em meados do século XIX, provindo os objetos recolhidos das terras viradas e da zona de cultivo. Fernando Pereira Silva identificou três linhas de muralha das quais são visíveis os taludes e referiu a abundância de fragmentos cerâmicos à superfície. Salientou ainda a posição privilegiada do sítio que permitiria um controlo visual da linha de costa. Trabalhos de prospeção em 2012 permitiram (em locais onde tinha existido movimentação do solo para a plantação de árvores) a recolha de material de construção de época romana e de um fragmento de cerâmica estampilhada que indicia uma ocupação durante a Idade do Ferro. Trabalhos de escavação realizados em 2018, no âmbito do POVOAZ, permitiram verificar que a estratigrafia do sítio apesar de alguma perturbação não terá sido irreversivelmente afetada, possibilitando ainda uma tentativa de identificação de momentos de ocupação. Ainda que tal não tenha sido possível nesta campanha, identificaram-se algumas estruturas negativas (possíveis buracos de poste) que correspondendo a uma ocupação do sítio, não se teriam preservado caso a afetação da estratigrafia fosse muito severa. Os materiais recolhidos parecem, numa análise muito preliminar, apontar para uma ocupação entre o Bronze Final e a Idade do Ferro, não se tendo recolhido, aparentemente, materiais que corroborem uma ocupação e Época Romana. Recolheu-se, contudo, nas camadas superficiais uma pequena quantidade de cerâmica de época Medieval/ Moderna.
João Tiago Rodrigues de Almeida Tavares
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