Arraiolos - Praça Lima e Brito

Industrial Complex - Middle Ages e Modern Age (19223)
O Hospital do Espirito Santo de Arraiolos, cuja fundação suscita algumas dúvidas, surge documentado desde o século XV. Em 1524, inicia-se a construção da capela anexa ao edifício do hospital, que já se encontrava na praça, cujo portal manuelino ainda se encontra conservado. Nas obras de construção da Capela é referida a presença de fossas nas valas de fundação dos alicerces o que confirma a pré-existência destas estruturas negativas, corroborada nas escavações levadas a cabo na Praça Lima e Brito em 2003 e durante a presente intervenção, que apontam o século XV/XVI como o momento de entulhamento e consecutivo abandono das fossas. O projeto de requalificação do edifício previa, entre outras intervenções gerais, algumas ações que implicavam revolvimento do subsolo. Neste contexto, a elevada sensibilidade arqueológica do local a intervencionar condicionou a prossecução da obra a trabalhos arqueológicos no sentido de dar cumprimento às condicionantes de licenciamento da mesma, previstas no caderno de encargos. Foi possível estabelecer uma sequência de ocupação daquele espaço, balizada entre a Idade do Bronze até à contemporaneidade. Em 2003, foi identificado um complexo de 95 fossas, interpretado como uma tinturaria associada à produção do tapete de Arraiolos, pressupunha a possibilidade da presença destas estruturas sob os alicerces do edifício, o que se veio a confirmar com esta intervenção. Neste contexto, durante os trabalhos executados em 2011 e 2012 foram detetadas um total de 38 estruturas em negativo, no espaço do edifício e na fachada principal. A escavação de algumas destas fossas possibilitou o estabelecimento de diversas tipologias distintas das identificadas na praça e a confirmação do momento de abandono, simultâneo, balizado nos finais do Séc. XV e primeira metade do Séc. XVI, coincidindo com a construção dos primeiros edifícios na Praça, nomeadamente o Hospital. O momento de construção/utilização das fossas, com tipologia semelhante às detectadas na Praça Lima e Brito em 2003, pode corresponder ao numisma da I Dinastia (1248-1325) agora identificado na fossa [1021]. Deste modo, poderemos propor uma hipótese de enquadramento cronológico para a construção e utilização deste tipo de fossas, numa fase anterior à edificação do Hospital, possivelmente nos finais do séc. XIII e inícios do séc. XIV A escavação arqueológica das fossas permitiu ainda constatar um momento de ocupação que remonta à Idade do Bronze Pleno patente na presença de duas fossas escavadas no substrato geológico que remetem para a possibilidade de fixação de um povoado aberto de planície, anterior à ocupação da Colina de São Pedro que data do Bronze Final, onde actualmente se localiza o Castelo de Arraiolos. Foi também possível confirmar a cronologia de construção do edifício do Hospital nos inícios do Séc. XVI com consecutivas remodelações do espaço que se traduziram na subida da cota dos pavimentos em diversas épocas, sendo de salientar ainda a presença de um cemitério do Séc. XVIII no espaço confinado ao quintal do hospital, que até então era desconhecido. Por fim, os trabalhos de demolição permitiram a identificação de elementos decorativos integrados na decoração original da capela associados ao portal manuelino que ainda se encontra conservado na fachada do edifício. Assim sendo foram identificados painéis de frescos e arranques de abóbada in situ, que pela sua qualidade e importância patrimonial e histórica foram alvo de restauro e conservação com vista à musealização. Face aos resultados obtidos vai ser efetuada a musealização das fossas no interior do edifício com o objetivo de integrar estas estruturas como parte fundamental no processo de produção do tapete de Arraiolos.

Overview

O sítio integra-se no Centro Interpretativo do Tapete de Arraiolos. Aquisição de bilhete no local.

Visit conditions

Free entrance associated with a museological structure

Timetables

De terça-feira a domingo das 10h00 às 13h00 e das 14h00 às 18h00. Encerra à segunda-feira.

Contacts

Documents

    How to get there? Best practices

    Best practices

    Good practices when visiting archaeological sites

    To visit an archaeological site is to connect with our origins, to understand our path and evolution as a species integrated in the environment, and to respect and safeguard our heritage so that future generations can also visit and enjoy it.

    Walking the paths and enjoying the structures and archaeological pieces that survived over time, fosters the understanding of what is different, but also of what is common among different populations: basically, what identifies us as Homo Sapiens.

    More than just vestiges and ruins of the past, archaeological sites showcase our capacity for creative thought, adaptation, interconnection, comprehension and resilience. Without these traits we would not have been successful as cultural beings participating in an ongoing evolutionary process. These sites also allow to consider choices made in the past thus contributing for decisions in the present to be made with greater awareness and knowledge.

    Archaeological sites are unique and irreplaceable. These sites are fragile resources vulnerable to changes driven by human development. The information they keep, if destroyed, can never be recovered again.

    As such, the Directorate-General for Cultural Heritage (DGPC) invites all visitors to enjoy the beauty and authenticity of these sites, while helping to preserve them for future generations by adopting the following set of good practices:

    • Respect all signs; 
    • Do not try to access fenced areas; 
    • Do not climb, sit or walk on archaeological structures and remains; 
    • Respect areas where archaeological excavations are being carried out, not disturbing them; 
    • Do not collect materials or sediments;
    • Do not write or make graffiti on archaeological structures; 
    • Put the garbage in appropriate containers. If none exist, take the garbage with you until you find a suitable container; 
    • Leave the archaeological site as you found it; 
    • Do not drive bicycles or motor vehicles over archaeological sites; 
    • Respect and protect the plants and animals that live in the areas surrounding archaeological sites;
    • Report signs of vandalism or destruction to DGPC or Regional Directorates of Culture (DRC);
    • Share the visiting experience and the archaeological sites, as a way of raising awareness to their preservation and making them better known;
    • Do not buy archaeological materials and report to public security authorities, DGPC or DRC, if you suspect that archaeological materials may be for sale.

    Further information:

    AIA / ATTA (2013) – Guide to best practices for archaeological tourism. 

    Raposo, J. (2016) – Código de conduta para uma visita responsável a sítios arqueológicos. In Sítios arqueológicos portugueses revisitados: 500 arqueossítios ou conjuntos em condições de fruição pública responsável. Al-madan, 2ª série, p. 20 – 77. 

    DGPC contacts

    Phone: +351213614200 | Email: informacaoarqueologica@dgpc.pt

     


    2 Voted for this site