Anta Grande do Zambujeiro

Anta/Dólmen - Neo-Calcolítico, Calcolítico e Idade do Bronze (62)
A anta Grande do Zambujeiro localiza-se numa área aplanada, na margem direita da ribeira de Peramanca, nas imediações da aldeia de Valverde, a cerca de 12 km a sudeste da cidade de Évora. Este monumento megalítico, o maior de Portugal e um dos maiores da Península Ibérica, é constituído por uma câmara de planta poligonal, formada por sete esteios de grandes dimensões (comprimento de 5,70 m; largura de 5,50 m e altura de 5 m) de granito, inclinados para o interior, coberta por uma grande laje, que atualmente se encontra no lado poente da estrutura e por um corredor de planta retangular alongado e baixo (comprimento de 8,8 m e largura de 2,8 m), formado por 16 esteios e coberto por lajes dispostas transversalmente. O acesso ao monumento seria precedido por um átrio, no qual se identifica uma estela de granito de grandes dimensões. Esta anta estava envolvida por um tumulus de planta circular, com cerca de 50 m de diâmetro e 9 m de altura. Na área sudeste da colina tumular identificou-se uma estela de contorno sub-retangular, com a face decorada com cerca de 70 covinhas, que poderá ter sido erguida numa fase posterior à construção da anta. No interior do monumento e em algumas áreas do exterior identificou-se um vasto e diversificado espólio, composto por artefactos líticos lascados (núcleos, lamelas, lâminas, punhais, alabardas e pontas de seta) produzidos em distintas matérias-primas como o sílex, quartzo e xisto silicioso, machados de pedra polida, recipientes cerâmicos de características morfológicas e decorativas diversificadas (pratos, taças, taças carenadas, esféricos, vasos cilíndricos, com decorações incisas, ponteadas e com elementos plásticos), tendencialmente de reduzidas dimensões, elementos idoliformes em mármore e cerâmica, conjunto significativo de placas de xisto gravadas, fragmentos de báculos, artefactos de cobre, braçal de arqueiro, elementos de colar de xisto, pedra verde e azeviche e dois fragmentos de lâmina de ouro. A anta Grande do Zambujeiro terá sido edificada numa área anteriormente ocupada para fins habitacionais (Neolítica). A construção e utilização deste monumento enquadram-se cronologicamente no Neolítico final / Calcolítico (3500 - 2000 a. C.). Identificando-se indícios de utilização e episódios de revisitação do monumento durante a Idade do Bronze. Este monumento funerário foi identificado e intensamente escavado entre 1964 - 1968 por Henrique Leonor Pina. Na década de 80 uma equipa do MAEDS dirigida por Carlos Tavares da Silva realizou uma nova intervenção arqueológica, realizando várias sondagens no interior do monumento e na área envolvente. A última fase de trabalhos de campo decorreu nos anos 90, sendo da responsabilidade de Rui Parreira e tinha como objetivos compreender a sequência construtiva e garantir a salvaguarda do monumento. Atualmente, apesar da sua imponência a anta Grande do Zambujeiro continua fragilizada devido à erosão dos seus elementos constituintes e à intensidade de alguns trabalhos de escavação, mantendo-se uma estrutura de proteção provisória e sendo interdito o acesso ao seu interior. (actualizado por C. Costeira, 06/09/2018).

Informação

A anta encontra-se protegida por estrutura metálica, mas pode ser visitada no exterior. A Anta Grande do Zambujeiro está associado ao Centro Interpretativo dos Almendres - Arqueologia e Natureza, localizado na aldeia de Guadalupe. Monumento integrado nas rotas: Évora, capital do megalitismo Ibérico; Évora Imperdível ; Évora Megalítica e Évora Rural Tour.

Condições da visita

Entrada livre associada a estrutura museológica

Horários

Centro Interpretativo: 1 de Maio a 30 de Outubro 10.00 - 19.00 1 Novembro a 31 de Abril 10.00 - 17.00
Como chegar lá? Boas Práticas

Boas Práticas

Boas práticas ao visitar sítios arqueológicos

Visitar um sítio arqueológico é conectarmos com as nossas origens; é percebermos o nosso percurso e evolução como espécie Humana integrada no meio ambiente; é respeitar o património que é nosso e dele cuidarmos para que as gerações futuras também o possam visitar e desfrutar. 

Percorrer os caminhos e apreciar as estruturas e peças arqueológicas que sobreviveram ao passar dos tempos, permite-nos compreender aquilo que é diferente, mas também aquilo que é comum entre as diferentes populações: no fundo, aquilo que nos identifica como Homo Sapiens. 

Mais do que simples vestígios e ruínas do passado, os sítios arqueológicos evidenciam a nossa capacidade criativa, de adaptação, de interconexão, de compreensão e resiliência, sem as quais não teríamos tido sucesso como seres culturais em constante processo evolutivo. Estes sítios permitem-nos ainda refletir sobre as escolhas feitas no passado e contribuir assim para que as decisões no presente possam ser realizadas com maior consciência e conhecimento.

Os sítios arqueológicos são recursos frágeis e vulneráveis às mudanças potenciadas pelo desenvolvimento humano sendo únicos e insubstituíveis. A informação que guardam, se destruída, nunca mais poderá ser recuperada. 

Como tal, a Direção-Geral do Património Cultural (DGPC) convida todos os visitantes de sítios arqueológicos a desfrutarem da sua beleza e autenticidade, ajudando ao mesmo tempo a preservá-los para as futuras gerações, adotando desde logo as boas práticas que aqui indicamos:   

  • Respeitar todas as sinalizações;
  • Não aceder a zonas vedadas;
  • Não subir, sentar ou permanecer sobre estruturas e vestígios arqueológicos;
  • Respeitar as áreas que estão a ser alvo de intervenções arqueológicas, não as perturbando;
  • Não recolher materiais nem sedimentos (terra);
  • Não escrever ou realizar grafitos nas estruturas arqueológicas;
  • Deitar o lixo em contentores próprios. Se não existirem no local, leve o lixo consigo até encontrar contentor adequado para o efeito;
  • Deixar o sítio arqueológico tal como o encontrou;
  • Não passar com bicicletas ou veículos motorizados sobre os sítios arqueológicos;
  • Respeitar e proteger as plantas e os animais que habitam na envolvente do sítio arqueológico;
  • Reportar sinais de vandalismo ou destruição à DGPC ou às Direções Regionais de Cultura (DRC);
  • Partilhar experiências de visita e os sítios arqueológicos, como forma de os tornar mais conhecidos e apelar à sua preservação;
  • Não comprar materiais arqueológicos e reportar às autoridades de segurança pública, à DGPC ou às DRC, caso venha a suspeitar de que materiais/peças arqueológicas possam estar à venda.

Para saber mais:

AIA / ATTA (2013) – Guide to best practices for archaeological tourism. 

Raposo, J. (2016) – Código de conduta para uma visita responsável a sítios arqueológicos. In Sítios arqueológicos portugueses revisitados: 500 arqueossítios ou conjuntos em condições de fruição pública responsável. Al-madan, 2ª série, p. 20 – 77. 

Contactos DGPC

Telefone: +351213614200 | Email: informacaoarqueologica@dgpc.pt

 

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