Citânia de Briteiros

Fortified Settlement - Iron Age, Roman Period e Middle Ages (Necrópole (alto do povoado).) (231)
A Citânia de Briteiros é um povoado fortificado de grandes dimensões e monumentalidade, localizado no topo do monte de São Romão, numa zona sobranceira ao rio Ave, em Guimarães. A sua implantação geográfica, nas proximidades desta linha de água e numa área com amplo domínio visual, tornava possível não só o aproveitamento de recursos piscícolas, como o eventual controlo de rotas comerciais pelas populações que lá residiam. As campanhas de trabalhos arqueológicos iniciadas por Francisco Martins Sarmento, em 1874, e continuadas por outros investigadores de forma descontínua até aos dias de hoje, permitiram caracterizar este icónico povoado proto-urbano, que se dispersava por uma área total de 24 hectares, sendo composto por um sistema defensivo, zonas residenciais e espaços públicos tais como a "Casa do Conselho" ou os balneários. O sistema defensivo era constituído por quatro linhas de muralhas, sendo que três convergiam para norte, e outra, considerada suplementar, situar-se-ia a nordeste. A existência de dois fossos escavados na rocha, localizados nas zonas mais vulneráveis (um situado no vale e outro sobranceiro ao rio Ave), vinha complementar este dispositivo, contribuindo para proteger o território e os seus habitantes. O interior da citânia encontrava-se organizado através de uma malha de arruamentos, tendencialmente ortogonal e marcada por dois eixos principais, onde é clara uma separação entre o espaço privado e o espaço público. No espaço privado achavam-se as zonas residenciais, com unidades familiares e núcleos habitados por famílias extensas, destacando-se a "Casa da Espiral" - um complexo habitacional familiar onde foram individualizadas três casas circulares em torno de um páteo central - e a "Casa de Auscus" - um conjunto do tipo "domus", composto por estruturas retangulares em torno de um átrio central retangular e lajeado. Associado a esta habitação foi registado um elemento arquitetónico onde constava a palavra "Auscus" (nome do proprietário? Nome da família?). A presença de elementos decorativos nestes espaços, como lintéis ornamentados, parece remeter para a existência de proprietários mais ricos e com maior distinção social. Para além das habitações, foram também identificadas estruturas que poderão ter funcionado como armazéns, estábulos ou oficinas.No centro do povoado encontrava-se uma casa circular de grande dimensão (aproximadamente 11 m de diâmetro), que no seu interior dispunha de um banco corrido em pedra. Esta foi interpretada como "Casa do Conselho", um local onde os anciãos se reuniriam. A Citânia de Briteiros dispunha ainda de dois balneários públicos, sendo possível observar, no exemplar melhor preservado, situado no sopé da encosta, a Sudoeste, as várias divisões existentes, como o átrio, que alojava os tanques, a antecâmara e a câmara, bem como um forno. No século XVIII foi recolhido uma laje amplamente decorada - a "pedra formosa"- que terá pertencido ao restante balneário. A localização destes balneários, fora das áreas residenciais, leva a crer que estariam abertos ao público, ainda que possam ter existido restrições à sua utilização. Está também por clarificar se estes equipamentos estariam associados a atividades rituais ou se serviriam para a manutenção da higiene. Entre as atividades desenvolvidas neste povoado, é de destacar a metalurgia, testemunhada pela presença objetos como fíbulas, alfinetes e objetos de adorno. A informação providenciada pelos trabalhos arqueológicos não permite ainda definir com maior exatidão as fases de ocupação deste espaço ou qual terá sido o momento de fundação do povoado fortificado. Os dados existentes revelam que terá havido presença humana durante o Neolítico/Calcolítico (ex: gravuras rupestres) e que o grande desenvolvimento da citânia terá ocorrido durante os séculos II e I a.C. A este período seguiu-se uma gradual perda de funções com o consolidar da presença romana no noroeste peninsular. No século X foi construída uma pequena ermida.

Overview

The ruins, managed by the Sociedade Martins Sarmento, are open to the public. The archaeological materials uncovered during the excavations on the site are exhibited in the Museu Arqueológico da Sociedade Martins Sarmento.

Visit conditions

Free entrance with information

Timetables

Summer: 9 am - 6 pm; Winter: 9 am - 5 pm. Closed on January 1st, Easter Sunday and December 25th.

Contacts

Documents

    How to get there? Best practices

    Best practices

    Good practices when visiting archaeological sites

    To visit an archaeological site is to connect with our origins, to understand our path and evolution as a species integrated in the environment, and to respect and safeguard our heritage so that future generations can also visit and enjoy it.

    Walking the paths and enjoying the structures and archaeological pieces that survived over time, fosters the understanding of what is different, but also of what is common among different populations: basically, what identifies us as Homo Sapiens.

    More than just vestiges and ruins of the past, archaeological sites showcase our capacity for creative thought, adaptation, interconnection, comprehension and resilience. Without these traits we would not have been successful as cultural beings participating in an ongoing evolutionary process. These sites also allow to consider choices made in the past thus contributing for decisions in the present to be made with greater awareness and knowledge.

    Archaeological sites are unique and irreplaceable. These sites are fragile resources vulnerable to changes driven by human development. The information they keep, if destroyed, can never be recovered again.

    As such, the Directorate-General for Cultural Heritage (DGPC) invites all visitors to enjoy the beauty and authenticity of these sites, while helping to preserve them for future generations by adopting the following set of good practices:

    • Respect all signs; 
    • Do not try to access fenced areas; 
    • Do not climb, sit or walk on archaeological structures and remains; 
    • Respect areas where archaeological excavations are being carried out, not disturbing them; 
    • Do not collect materials or sediments;
    • Do not write or make graffiti on archaeological structures; 
    • Put the garbage in appropriate containers. If none exist, take the garbage with you until you find a suitable container; 
    • Leave the archaeological site as you found it; 
    • Do not drive bicycles or motor vehicles over archaeological sites; 
    • Respect and protect the plants and animals that live in the areas surrounding archaeological sites;
    • Report signs of vandalism or destruction to DGPC or Regional Directorates of Culture (DRC);
    • Share the visiting experience and the archaeological sites, as a way of raising awareness to their preservation and making them better known;
    • Do not buy archaeological materials and report to public security authorities, DGPC or DRC, if you suspect that archaeological materials may be for sale.

    Further information:

    AIA / ATTA (2013) – Guide to best practices for archaeological tourism. 

    Raposo, J. (2016) – Código de conduta para uma visita responsável a sítios arqueológicos. In Sítios arqueológicos portugueses revisitados: 500 arqueossítios ou conjuntos em condições de fruição pública responsável. Al-madan, 2ª série, p. 20 – 77. 

    DGPC contacts

    Phone: +351213614200 | Email: informacaoarqueologica@dgpc.pt

     


    2 Voted for this site