Anta de Arcaínha/ Seixo da Beira

Anta/Dolmen - Neolithic (668)
A Anta de Arcaínha, também designada por Seixo da Beira ou Arcaínha do Seixo, é um monumento funerário pré-histórico, situado numa zona de pinhal, junto de um local denominado de Carvalhal. Encontra-se nas proximidades do topo de uma encosta suave, sobranceira a uma ribeira afluente do rio Seia, que corre a 900 m do sítio arqueológico. Destacada na paisagem envolvente e com um amplo campo de visão, esta anta de grandes dimensões apresenta-se relativamente bem preservada, em comparação com outros monumentos do género na zona centro/norte. Foi construída em granito e é composta por uma câmara poligonal alargada de nove esteios (3,30 m x 4,00 m), coberta por uma enorme laje com 14/15 toneladas e com um corredor médio/longo, diferenciado em planta e alçado, aberto a ESE e que originalmente poderia conter seis esteios de cada lado (comprimento total de 9 m). Este estaria coberto por lajes dispostas na horizontal. Já não subsistem vestígios da laje que funcionaria como porta do túmulo, ainda intacta em meados do século XX. O contraforte, constituído por lajes de médio e grande porte, não termina nos esteios do corredor, prolongando-se cerca de 2 m para SE, possivelmente definindo uma zona de acesso, a descoberto. Toda a estrutura dolménica encontrava-se imersa num montículo artificial de terra e pedras (mamoa), com 20 m de diâmetro e com uma altura máxima de 1,20 m junto aos esteios laterais da câmara. Este monumento megalítico foi escavado por Santos Rocha em finais do séc. XIX e por Castro Nunes nos anos 60 do século XX. É também durante este período que Vera Leisner efetua o registo da planta e espólio do monumento. Em 1981, Senna Martínez procede ao estudo dos materiais oriundos da escavação realizada por Castro Nunes, bem como a um levantamento da planta e alçado. A destruição e degradação, decorrentes de atos de vandalismo, impulsionaram o Município de Oliveira do Hospital, em 2007/2008, a promover a escavação, estabilização e restauro da anta. Estes trabalhos foram realizados pela Arqueohoje, Ldª e culminaram na reprodução da aparência que o monumento terá tido aquando da sua utilização funerária primitiva. Foi possível identificar dois principais momentos temporais de utilização da anta, o primeiro marcado pela presença de espólio fúnebre, nomeadamente micrólitos, lâminas e pontas de seta em sílex, utensílios em pedra polida e vasos cerâmicos de forma globular ou em calote. Num segundo momento, o monumento é novamente utilizado com intuito funerário, sendo que o novo conjunto de indivíduos inumados encontrava-se acompanhado por espólio distinto do primeiro momento, destacando-se a presença de pontas de seta mais evolucionadas e recipientes cerâmicos de fundos planos, formas carenadas e cerâmica campaniforme. Devido aos profundos remeximentos que anta sofreu ao longo do tempo, não foi possível recolher, durante os trabalhos, amostras de material que pudesse ser datado através do método de C14. As características arquitetónicas e o espólio identificado nesta anta permitem enquadrá-la cronologicamente no Neolítico Final (primeiro terço do IV milénio a.C.) com reutilizações durante Calcolítico e, possivelmente, nos inícios da Idade do Bronze. Junto à anta, foi ainda identificada, durante a intervenção, uma estrutura pétrea em mau estado de conservação, envolta em terra com manchas indiciadoras da presença de fogo. Sobre esta observou-se uma plataforma de argila cozida e, por cima, vários fragmentos cerâmicos manuais lisos, evidências que poderão estar relacionadas com uma ocupação do espaço (habitat?) anterior à construção do monumento megalítico. Fragmentos semelhantes foram igualmente identificados na área fronteira (Perpétuo e Gomes, 2012). Nas proximidades, encontram-se outros monumentos do género com os quais a anta de Seixo da Beira partilha semelhanças arquitetónicas, nomeadamente o Dólmen da Sobreda (CNS: 669) e a Anta da Cavada/Fiães (CNS: 3980). (Atualizado SP 9.10.2020)

Overview

This archaeological site is open to public. The site is integrated in the route: "Refúgios encantados na Terra Chã.".

Visit conditions

Free entrance with information

Timetables

Contacts

Documents

    How to get there? Best practices

    Best practices

    Good practices when visiting archaeological sites

    To visit an archaeological site is to connect with our origins, to understand our path and evolution as a species integrated in the environment, and to respect and safeguard our heritage so that future generations can also visit and enjoy it.

    Walking the paths and enjoying the structures and archaeological pieces that survived over time, fosters the understanding of what is different, but also of what is common among different populations: basically, what identifies us as Homo Sapiens.

    More than just vestiges and ruins of the past, archaeological sites showcase our capacity for creative thought, adaptation, interconnection, comprehension and resilience. Without these traits we would not have been successful as cultural beings participating in an ongoing evolutionary process. These sites also allow to consider choices made in the past thus contributing for decisions in the present to be made with greater awareness and knowledge.

    Archaeological sites are unique and irreplaceable. These sites are fragile resources vulnerable to changes driven by human development. The information they keep, if destroyed, can never be recovered again.

    As such, the Directorate-General for Cultural Heritage (DGPC) invites all visitors to enjoy the beauty and authenticity of these sites, while helping to preserve them for future generations by adopting the following set of good practices:

    • Respect all signs; 
    • Do not try to access fenced areas; 
    • Do not climb, sit or walk on archaeological structures and remains; 
    • Respect areas where archaeological excavations are being carried out, not disturbing them; 
    • Do not collect materials or sediments;
    • Do not write or make graffiti on archaeological structures; 
    • Put the garbage in appropriate containers. If none exist, take the garbage with you until you find a suitable container; 
    • Leave the archaeological site as you found it; 
    • Do not drive bicycles or motor vehicles over archaeological sites; 
    • Respect and protect the plants and animals that live in the areas surrounding archaeological sites;
    • Report signs of vandalism or destruction to DGPC or Regional Directorates of Culture (DRC);
    • Share the visiting experience and the archaeological sites, as a way of raising awareness to their preservation and making them better known;
    • Do not buy archaeological materials and report to public security authorities, DGPC or DRC, if you suspect that archaeological materials may be for sale.

    Further information:

    AIA / ATTA (2013) – Guide to best practices for archaeological tourism. 

    Raposo, J. (2016) – Código de conduta para uma visita responsável a sítios arqueológicos. In Sítios arqueológicos portugueses revisitados: 500 arqueossítios ou conjuntos em condições de fruição pública responsável. Al-madan, 2ª série, p. 20 – 77. 

    DGPC contacts

    Phone: +351213614200 | Email: informacaoarqueologica@dgpc.pt

     


    0 Voted for this site