São Paio

Fortified Settlement - Iron Age (3560)
O povoado fortificado de São Paio (também denominado de Castro de Sampaio) situa-se no lugar do Moreiró/Mota, no extremo sul do concelho de Vila do Conde, junto à Capela de S. Paio e à Praia dos Castros. Está implantado numa pequena elevação, sobranceira ao oceano Atlântico, que no seu ponto mais elevado atinge os 16,1m de altura, dominando visualmente a extensa planície costeira a Oeste, desde a praia da Amorosa até à praia de Esposende. É neste local que se situa o ponto mais elevado da linha de costa entre a Serra da Boa Viagem e a Foz do Rio Lima. O sítio arqueológico de São Paio, único povoado marítimo de cronologia proto-histórica, conhecido no território português (registam-se outros do mesmo tipo na Galiza), foi identificado anos 50 do século XX, por F. Lanhas, que relata a existência de estruturas habitacionais e de cerâmica castreja. Esta descoberta levou este investigador a publicar o sítio, em conjunto com D. de Pinho Brandão (1969). Em 1973, São Paio é alvo de uma escavação ilegal, sobre a qual se desconhecem a maioria dos resultados. Com a finalidade de salvaguardar o castro da destruição e de sensibilizar para a sua importância patrimonial, foram efectuados trabalhos de escavação entre 1993-1996, sob a responsabilidade de C. A. Brochado de Almeida e P. J. L. Costa Pinto. É novamente intervencionado em 2004, no seguimento de uma proposta de instalação de um bar e de um centro interpretativo no local. Em 2013 foi inaugurado o Centro Interpretativo do Castro de S. Paio integrando os vestígios arqueológicos do povoado, bem como a Reserva Ornitológica do Mindelo existente no seu entorno, nos circuitos turísticos do concelho de Vila do Conde. Não obstante os estragos infligidos ao povoado ao longo dos anos, resultantes da ação da erosão marítima, do vandalismo e do uso inadequado do espaço, foi possível, através dos trabalhos de escavação realizados, identificar algumas estruturas e materiais associados. Individualizaram-se duas fases de ocupação, temporalmente sequenciais, com cronologia da Idade do Ferro. A mais antiga, para a qual não existem muitos dados, terá decorrido entre meados do século VI a.C. e meados do século II a.C. A fase mais recente terá terminado durante o século I a.C., sendo que a inexistência de vestígios de material de construção romano leva a supor que o povoado terá sido abandonado imediatamente antes ou durante o início da ocupação romana daquele território. O estudo das realidades identificadas permitiu concluir que São Paio terá sido um povoado de dimensões reduzidas (contrastando com outros castros localizados no interior), protegido por um sistema defensivo, composto por um talude coroado por uma muralha de pedra, da qual apenas permanecem os vestígios do alicerce. Dado o seu tamanho reduzido, é possível que o povoado tivesse apenas uma entrada. Foram igualmente identificadas habitações de forma circular, destacando-se numa delas a presença de um piso exterior, onde se registou a presença de uma mó manual e de uma lareira central, decorada com pequenos círculos. Entre os materiais identificados encontram-se cerâmica castreja, cerâmica manual, um fragmento de ânfora, um cossoiro, uma mó manual, pesos de rede, uma fíbula em bronze e contas de colar em vidro azul. Na zona do castro e na sua envolvente foram identificados materiais líticos talhados, nomeadamente lascas e um pico. (Actualizado por S. Pereira 08-11-2019)

Overview

\O sítio está preparado para receber visitas, possui centro interpretativo - Centro Interpretativo do Castro de S. Paio - e circuito pedonal na envolvente. Está integrado na Rota do Castro de S. Paio. Está integrado na Paisagem Protegida Regional do Litoral de Vila do Conde e Reserva Ornitológica de Mindelo, e está na área de um dos caminhos de Santiago. O Gabinete de Arqueologia Municipal organiza visitas guiadas, mediante marcação prévia.

Visit conditions

Free entrance associated with a museological structure

Timetables

Contacts

Documents

    How to get there? Best practices

    Best practices

    Good practices when visiting archaeological sites

    To visit an archaeological site is to connect with our origins, to understand our path and evolution as a species integrated in the environment, and to respect and safeguard our heritage so that future generations can also visit and enjoy it.

    Walking the paths and enjoying the structures and archaeological pieces that survived over time, fosters the understanding of what is different, but also of what is common among different populations: basically, what identifies us as Homo Sapiens.

    More than just vestiges and ruins of the past, archaeological sites showcase our capacity for creative thought, adaptation, interconnection, comprehension and resilience. Without these traits we would not have been successful as cultural beings participating in an ongoing evolutionary process. These sites also allow to consider choices made in the past thus contributing for decisions in the present to be made with greater awareness and knowledge.

    Archaeological sites are unique and irreplaceable. These sites are fragile resources vulnerable to changes driven by human development. The information they keep, if destroyed, can never be recovered again.

    As such, the Directorate-General for Cultural Heritage (DGPC) invites all visitors to enjoy the beauty and authenticity of these sites, while helping to preserve them for future generations by adopting the following set of good practices:

    • Respect all signs; 
    • Do not try to access fenced areas; 
    • Do not climb, sit or walk on archaeological structures and remains; 
    • Respect areas where archaeological excavations are being carried out, not disturbing them; 
    • Do not collect materials or sediments;
    • Do not write or make graffiti on archaeological structures; 
    • Put the garbage in appropriate containers. If none exist, take the garbage with you until you find a suitable container; 
    • Leave the archaeological site as you found it; 
    • Do not drive bicycles or motor vehicles over archaeological sites; 
    • Respect and protect the plants and animals that live in the areas surrounding archaeological sites;
    • Report signs of vandalism or destruction to DGPC or Regional Directorates of Culture (DRC);
    • Share the visiting experience and the archaeological sites, as a way of raising awareness to their preservation and making them better known;
    • Do not buy archaeological materials and report to public security authorities, DGPC or DRC, if you suspect that archaeological materials may be for sale.

    Further information:

    AIA / ATTA (2013) – Guide to best practices for archaeological tourism. 

    Raposo, J. (2016) – Código de conduta para uma visita responsável a sítios arqueológicos. In Sítios arqueológicos portugueses revisitados: 500 arqueossítios ou conjuntos em condições de fruição pública responsável. Al-madan, 2ª série, p. 20 – 77. 

    DGPC contacts

    Phone: +351213614200 | Email: informacaoarqueologica@dgpc.pt

     


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