Castelo de Paderne

Castelo - Medieval Islâmico, Medieval Cristão e Moderno (3284)
O Castelo de Paderne localiza-se no topo de um esporão rochoso na margem esquerda da ribeira de Quarteira, a cerca de 2 km para sul da vila de Paderne, numa paisagem mediterrânea de grande beleza natural, integrada na rede Natura 2000. Esta implantação dotava-o de um bom domínio visual sobre a ribeira de Quarteira e a ponte localizada a Sudeste, permitindo-lhe assumir um papel de destaque no controlo de vias estratégicas entre o Barrocal e o Litoral algarvio. Os trabalhos arqueológicos desenvolvidos no local, desde os anos oitenta do século XX, permitiram identificar estruturas fortificadas, edifícios habitacionais, uma igreja / ermida e um conjunto diversificado de materiais, cronologicamente enquadrados entre o século XII (período Medieval Islâmico - Almóada) e o século XVIII (período moderno). O castelo de Paderne apresenta uma morfologia trapezoidal, delimitando uma área de 3.250 m2, com muralhas construídas em taipa e fundações em pedra calcária, dispostas em degraus que parecem acompanhar o declive natural do terreno. No início da plataforma de acesso ao castelo ergue-se a torre albarrã, de planta quadrangular e 9,30 m de altura conservada. A ligação entre a torre e o castelo era originalmente em taipa, sendo o arco pétreo, atualmente visível, uma reconstrução da DGEM da década de 80 do século XX. Esta torre protegia a porta em cotovelo, virada a Sudeste, e o antigo caminho de acesso ao castelo. No exterior desta entrada localiza-se uma estrutura tipo barbacã, que reforçava a sua proteção. No espaço interior do castelo identifica-se um planeamento urbanístico de traçado ortogonal, com ruas estreitas, que formavam quarteirões, com casas quadrangulares, dispostas em torno de um pátio central, com paredes de taipa ou adobe, adossadas às muralhas e um complexo sistema de drenagem de águas residuais. As características arquitetónicas do castelo de Paderne e das estruturas domésticas do seu interior integram-se na tradição construtiva almóada (meados do século XII), tendo a designação árabe de hisn Batarda, correspondendo a uma fortificação rural que aglutina a função habitacional e defensiva do território. Em meados do século XIII, no reinado de D. Afonso III, o castelo de Paderne é definitivamente conquistado pelas tropas da Ordem de Santiago, comandadas por D. Paio Peres Correia, registando-se arqueologicamente várias evidências de destruição e abandono nas estruturas militares e domésticas almóadas. No início do século XIV, o castelo de Paderne é doado por D. Dinis à Ordem de Avis, ocorrendo profundas alterações no plano urbanístico do interior do castelo, que se torna mais desordenado, com casas totalmente em pedra, afastadas das muralhas. A ermida da Nossa Senhora da Assunção localiza-se próximo da entrada do castelo, apresentando uma planta de morfologia retangular, com o altar orientado a nordeste e duas áreas de necrópole nas suas imediações. Esta ermida sobrepõe um edifício anterior, que terá correspondido à igreja edificada no século XIII, evidenciando a cristianização de um anterior espaço islâmico. A partir do século XV / XVI o castelo de Paderne perde a sua importância estratégica com a valorização dos territórios litorais, registando-se o abandono progressivo das suas estruturas militares e religiosas. (actualizado por C. Costeira, 19/04/18).

Informação

As visitas ao Castelo de Paderne implicam marcação prévia no Museu Municipal de Arqueologia de Albufeira, onde se encontram materiais arqueológicos provenientes das escavações deste sítio. O Castelo de Paderne está integrado na Rota da Dieta Mediterrânica e na Rota de al-Mutamid.

Condições da visita

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    Como chegar lá? Boas Práticas

    Boas Práticas

    Boas práticas ao visitar sítios arqueológicos

    Visitar um sítio arqueológico é conectarmos com as nossas origens; é percebermos o nosso percurso e evolução como espécie Humana integrada no meio ambiente; é respeitar o património que é nosso e dele cuidarmos para que as gerações futuras também o possam visitar e desfrutar. 

    Percorrer os caminhos e apreciar as estruturas e peças arqueológicas que sobreviveram ao passar dos tempos, permite-nos compreender aquilo que é diferente, mas também aquilo que é comum entre as diferentes populações: no fundo, aquilo que nos identifica como Homo Sapiens. 

    Mais do que simples vestígios e ruínas do passado, os sítios arqueológicos evidenciam a nossa capacidade criativa, de adaptação, de interconexão, de compreensão e resiliência, sem as quais não teríamos tido sucesso como seres culturais em constante processo evolutivo. Estes sítios permitem-nos ainda refletir sobre as escolhas feitas no passado e contribuir assim para que as decisões no presente possam ser realizadas com maior consciência e conhecimento.

    Os sítios arqueológicos são recursos frágeis e vulneráveis às mudanças potenciadas pelo desenvolvimento humano sendo únicos e insubstituíveis. A informação que guardam, se destruída, nunca mais poderá ser recuperada. 

    Como tal, a Direção-Geral do Património Cultural (DGPC) convida todos os visitantes de sítios arqueológicos a desfrutarem da sua beleza e autenticidade, ajudando ao mesmo tempo a preservá-los para as futuras gerações, adotando desde logo as boas práticas que aqui indicamos:   

    • Respeitar todas as sinalizações;
    • Não aceder a zonas vedadas;
    • Não subir, sentar ou permanecer sobre estruturas e vestígios arqueológicos;
    • Respeitar as áreas que estão a ser alvo de intervenções arqueológicas, não as perturbando;
    • Não recolher materiais nem sedimentos (terra);
    • Não escrever ou realizar grafitos nas estruturas arqueológicas;
    • Deitar o lixo em contentores próprios. Se não existirem no local, leve o lixo consigo até encontrar contentor adequado para o efeito;
    • Deixar o sítio arqueológico tal como o encontrou;
    • Não passar com bicicletas ou veículos motorizados sobre os sítios arqueológicos;
    • Respeitar e proteger as plantas e os animais que habitam na envolvente do sítio arqueológico;
    • Reportar sinais de vandalismo ou destruição à DGPC ou às Direções Regionais de Cultura (DRC);
    • Partilhar experiências de visita e os sítios arqueológicos, como forma de os tornar mais conhecidos e apelar à sua preservação;
    • Não comprar materiais arqueológicos e reportar às autoridades de segurança pública, à DGPC ou às DRC, caso venha a suspeitar de que materiais/peças arqueológicas possam estar à venda.

    Para saber mais:

    AIA / ATTA (2013) – Guide to best practices for archaeological tourism. 

    Raposo, J. (2016) – Código de conduta para uma visita responsável a sítios arqueológicos. In Sítios arqueológicos portugueses revisitados: 500 arqueossítios ou conjuntos em condições de fruição pública responsável. Al-madan, 2ª série, p. 20 – 77. 

    Contactos DGPC

    Telefone: +351213614200 | Email: informacaoarqueologica@dgpc.pt

     

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