Castelo Velho de Alcoutim

Castelo - Medieval Islâmico ((século VIII - XIII ou 711 - 1249 - conquista definitiva do Algarve - o limite superior deste período varia de acordo com a data da Reconquista cristã das diferentes regiões de Portugal)) (2649)
O Castelo Velho de Alcoutim localiza-se no topo do cerro de Santa Bárbara, numa posição destacada sobre o rio Guadiana, a cerca de 1,0 km para norte da vila de Alcoutim. Esta implantação dotava-o de um importante papel no controlo das atividades fluviais no rio Guadiana (sensivelmente a meio do percurso entre a cidade de Mértola e o litoral), bem como na exploração mineira da região envolvente. Os trabalhos arqueológicos desenvolvidos no local por Helena Catarino, desde 1985, permitiram identificar estruturas fortificadas, edifícios habitacionais e um conjunto diversificado de materiais, cronologicamente enquadrados entre o século VIII e o século XII (período Medieval Islâmico: Emiral / Califal / Reinos Taifas). O conjunto fortificado é constituído por três linhas de muralhas, ajustadas à topografia do terreno, integrando-se assim na tipologia dos castelos omíadas, com paralelos nas construções sírio-palestinianas do mesmo período. Os dois recintos fortificados intervencionados apresentam plantas de morfologia retangular de traçado retilíneo, sendo constituídas por blocos de xisto e grauvaque misturados com terra e argila. O fortim superior, que corresponde ao alcácer rural (hisn / pequeno palácio) delimita uma área de 704 m2, apresenta muralhas com cerca de 2,0 m de espessura e integra um conjunto de torres maciças de morfologia retangular e quadrangular. A segunda linha de muralhas, aparentemente mais antiga, delimita o fortim superior e um pequeno núcleo urbano, apresentando igualmente uma planta retangular, torres quadrangulares e uma porta em cotovelo. As escavações arqueológicas realizadas no interior dos recintos permitiram identificar várias áreas habitacionais e / ou de armazenagem, arruamentos e uma pequena mesquita, localizada próximo da porta do recinto inferior. A mesquita do Castelo Velho de Alcoutim é um edifício isolado, de nave única e planta retangular, constituída por paredes de xisto, que delimitam um espaço de 22,8 m2. Na parede orientada a Sudeste (quibla - que indica a direção de Meca) identifica-se o mihrab (nicho de oração de planta retangular e forma de abside) e a porta, que comunica com um pequeno pátio. As características deste espaço de oração enquadram-se nas remodelações do período califal (século X),evidenciando um novo discurso de poder e o acentuar da islamização dos espaços rurais algarvios. O abandono do Castelo Velho de Alcoutim terá ocorrido, de forma pouco clara, no final do século XI ou inícios do século XII (período de instabilidade dos reinos de Taifas). A importância estratégica deste sítio decaiu após a (Re) conquista cristã do Algarve, com a construção de um novo castelo na vila de Alcoutim. (actualizado por C. Costeira, 16/04/18).

Informação

O sítio arqueológico encontra-se protegido por uma vedação, sendo possível realizar visitas guiadas por marcação na Câmara Municipal de Alcoutim. O Castelo Velho de Alcoutim está integrado na Rota da Dieta Mediterrânea e na Rota Omíada do Algarve.

Condições da visita

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    Como chegar lá? Boas Práticas

    Boas Práticas

    Boas práticas ao visitar sítios arqueológicos

    Visitar um sítio arqueológico é conectarmos com as nossas origens; é percebermos o nosso percurso e evolução como espécie Humana integrada no meio ambiente; é respeitar o património que é nosso e dele cuidarmos para que as gerações futuras também o possam visitar e desfrutar. 

    Percorrer os caminhos e apreciar as estruturas e peças arqueológicas que sobreviveram ao passar dos tempos, permite-nos compreender aquilo que é diferente, mas também aquilo que é comum entre as diferentes populações: no fundo, aquilo que nos identifica como Homo Sapiens. 

    Mais do que simples vestígios e ruínas do passado, os sítios arqueológicos evidenciam a nossa capacidade criativa, de adaptação, de interconexão, de compreensão e resiliência, sem as quais não teríamos tido sucesso como seres culturais em constante processo evolutivo. Estes sítios permitem-nos ainda refletir sobre as escolhas feitas no passado e contribuir assim para que as decisões no presente possam ser realizadas com maior consciência e conhecimento.

    Os sítios arqueológicos são recursos frágeis e vulneráveis às mudanças potenciadas pelo desenvolvimento humano sendo únicos e insubstituíveis. A informação que guardam, se destruída, nunca mais poderá ser recuperada. 

    Como tal, a Direção-Geral do Património Cultural (DGPC) convida todos os visitantes de sítios arqueológicos a desfrutarem da sua beleza e autenticidade, ajudando ao mesmo tempo a preservá-los para as futuras gerações, adotando desde logo as boas práticas que aqui indicamos:   

    • Respeitar todas as sinalizações;
    • Não aceder a zonas vedadas;
    • Não subir, sentar ou permanecer sobre estruturas e vestígios arqueológicos;
    • Respeitar as áreas que estão a ser alvo de intervenções arqueológicas, não as perturbando;
    • Não recolher materiais nem sedimentos (terra);
    • Não escrever ou realizar grafitos nas estruturas arqueológicas;
    • Deitar o lixo em contentores próprios. Se não existirem no local, leve o lixo consigo até encontrar contentor adequado para o efeito;
    • Deixar o sítio arqueológico tal como o encontrou;
    • Não passar com bicicletas ou veículos motorizados sobre os sítios arqueológicos;
    • Respeitar e proteger as plantas e os animais que habitam na envolvente do sítio arqueológico;
    • Reportar sinais de vandalismo ou destruição à DGPC ou às Direções Regionais de Cultura (DRC);
    • Partilhar experiências de visita e os sítios arqueológicos, como forma de os tornar mais conhecidos e apelar à sua preservação;
    • Não comprar materiais arqueológicos e reportar às autoridades de segurança pública, à DGPC ou às DRC, caso venha a suspeitar de que materiais/peças arqueológicas possam estar à venda.

    Para saber mais:

    AIA / ATTA (2013) – Guide to best practices for archaeological tourism. 

    Raposo, J. (2016) – Código de conduta para uma visita responsável a sítios arqueológicos. In Sítios arqueológicos portugueses revisitados: 500 arqueossítios ou conjuntos em condições de fruição pública responsável. Al-madan, 2ª série, p. 20 – 77. 

    Contactos DGPC

    Telefone: +351213614200 | Email: informacaoarqueologica@dgpc.pt

     

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