Anta da Herdade da Candieira/ Anta da Candeeira

Anta/Dólmen - Neolítico e Calcolítico (609)
Monumento megalítico designado por Candieira, Anta da Herdade da Candieira, Anta da Candeeira, Casa da Moira ou Anta da Moura da Candeeira. A anta da Candieira localiza-se numa ligeira elevação adjacente à primeira linha de cumeada da Serra d'Ossa, próximo da ribeira do Calado, sobre um caminho natural de interligação das várias portelas que permitiam atravessar a serra, numa posição estruturante em termos de organização territorial. Integra-se numa paisagem com uma reduzida presença de monumentos megalíticos, conhecendo-se somente as referências às antas do Convento da Serra (CNS 1923; 11309). Este monumento megalítico é composto por uma câmara de planta poligonal, com cerca de 3 m de diâmetro, formada por sete esteios de xisto com 2 m de altura, e laje de cobertura, decorada com covinhas e por um corredor de média dimensão, de morfologia retangular, do qual se conservam apenas dois esteios. No exterior identificam-se alguns vestígios da mamoa, que poderia atingir cerca de 5 m de diâmetro. O esteio da cabeceira apresenta um pequeno orifício de morfologia quadrangular, conhecido localmente como o "buraco da alma", o que evidencia uma forte carga mágico-simbólica. Este orifício, que atribui unicidade a este monumento megalítico, pode ter sido realizado em época pré-histórica, ou em épocas posteriores (medieval / moderna), estando eventualmente associado à utilização desta anta como abrigo de pastores ou de ermitas. O conjunto artefactual atribuível às ocupações pré-históricas é muito reduzido, sendo composto por dois fragmentos de placas de xisto, um fragmento de recipiente cerâmico de morfologia esférica e uma conta de xisto. Os restantes matérias recolhidos consistem em fragmentos cerâmicos a torno (panelas, "tachos", tigelas de bordo simples), um percutor e um dormente de mó, cronologicamente enquadráveis na época medieval e moderna. As características arquitetónicas e os materiais recolhidos neste monumento permitem enquadrar a sua construção e utilização nos finais do 4º e no 3º milénio a. C. (3500 / 2000 a. C.), com reutilizações em época medieval (século XIV) e moderna. A anta da Candieira foi identificada na segunda metade do século XIX, sendo publicada por F. N. Delgado, pereira da Costa (1867), Gabriel Pereia (1877, 1879), E. Cartailhac (1886), J. L. Vasconcellos (1897) e por Georg e Vera Leisner (1959). Os trabalhos de escavação nesta anta realizaram-se no início do século XXI (2013/ 2014), sob a direção de Rui Boaventura e Rui Mataloto, enquadrando-se num projeto de investigação MEGAGEO. (atualizado por C. Costeira, 05/11/18).

Informação

Monumento integrado na Rota dos Eremitas da Serra d'Ossa - Percursos Pedestres do Alqueva.

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Acesso livre

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Como chegar lá? Boas Práticas

Boas Práticas

Boas práticas ao visitar sítios arqueológicos

Visitar um sítio arqueológico é conectarmos com as nossas origens; é percebermos o nosso percurso e evolução como espécie Humana integrada no meio ambiente; é respeitar o património que é nosso e dele cuidarmos para que as gerações futuras também o possam visitar e desfrutar. 

Percorrer os caminhos e apreciar as estruturas e peças arqueológicas que sobreviveram ao passar dos tempos, permite-nos compreender aquilo que é diferente, mas também aquilo que é comum entre as diferentes populações: no fundo, aquilo que nos identifica como Homo Sapiens. 

Mais do que simples vestígios e ruínas do passado, os sítios arqueológicos evidenciam a nossa capacidade criativa, de adaptação, de interconexão, de compreensão e resiliência, sem as quais não teríamos tido sucesso como seres culturais em constante processo evolutivo. Estes sítios permitem-nos ainda refletir sobre as escolhas feitas no passado e contribuir assim para que as decisões no presente possam ser realizadas com maior consciência e conhecimento.

Os sítios arqueológicos são recursos frágeis e vulneráveis às mudanças potenciadas pelo desenvolvimento humano sendo únicos e insubstituíveis. A informação que guardam, se destruída, nunca mais poderá ser recuperada. 

Como tal, a Direção-Geral do Património Cultural (DGPC) convida todos os visitantes de sítios arqueológicos a desfrutarem da sua beleza e autenticidade, ajudando ao mesmo tempo a preservá-los para as futuras gerações, adotando desde logo as boas práticas que aqui indicamos:   

  • Respeitar todas as sinalizações;
  • Não aceder a zonas vedadas;
  • Não subir, sentar ou permanecer sobre estruturas e vestígios arqueológicos;
  • Respeitar as áreas que estão a ser alvo de intervenções arqueológicas, não as perturbando;
  • Não recolher materiais nem sedimentos (terra);
  • Não escrever ou realizar grafitos nas estruturas arqueológicas;
  • Deitar o lixo em contentores próprios. Se não existirem no local, leve o lixo consigo até encontrar contentor adequado para o efeito;
  • Deixar o sítio arqueológico tal como o encontrou;
  • Não passar com bicicletas ou veículos motorizados sobre os sítios arqueológicos;
  • Respeitar e proteger as plantas e os animais que habitam na envolvente do sítio arqueológico;
  • Reportar sinais de vandalismo ou destruição à DGPC ou às Direções Regionais de Cultura (DRC);
  • Partilhar experiências de visita e os sítios arqueológicos, como forma de os tornar mais conhecidos e apelar à sua preservação;
  • Não comprar materiais arqueológicos e reportar às autoridades de segurança pública, à DGPC ou às DRC, caso venha a suspeitar de que materiais/peças arqueológicas possam estar à venda.

Para saber mais:

AIA / ATTA (2013) – Guide to best practices for archaeological tourism. 

Raposo, J. (2016) – Código de conduta para uma visita responsável a sítios arqueológicos. In Sítios arqueológicos portugueses revisitados: 500 arqueossítios ou conjuntos em condições de fruição pública responsável. Al-madan, 2ª série, p. 20 – 77. 

Contactos DGPC

Telefone: +351213614200 | Email: informacaoarqueologica@dgpc.pt

 

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