Quinta de Marim 1

Complexo Industrial - Romano (7061)
O sítio arqueológico Quinta de Marim 1 localiza-se na extremidade este de uma península na margem direita da Ria Formosa, nas proximidades da foz da ribeira de Marim e em frente da Barra Grande de Armona, local onde o estuário contacta com o oceano Atlântico. Este sítio arqueológico integra-se na área da reserva do Parque Natural da Ria Formosa. Os trabalhos arqueológicos realizados nos anos oitenta do século XX, por uma equipa dirigida por Carlos Tavares da Silva, permitiram identificar nove compartimentos de planta retangular interpretados como armazéns e seis tanques (cetariae) organizados em duas fiadas (com orientação este - oeste), separadas por um corredor, que corresponderiam a uma oficina de produção de preparados de peixe. Os materiais arqueológicos identificados no interior dos tanques, nomeadamente fragmentos de ânforas e de recipientes de terra sigillata, indicam que a construção e o funcionamento deste complexo industrial terão ocorrido entre os finais do século II e a primeira metade do século III d. C. A implantação desta oficina de preparados de peixe permitia a utilização de recursos estuarinos e marítimos, bem como o fácil escoamento das suas produções. A proximidade e sintonia cronológica entre esta unidade industrial e a villa romana identificada na Quinta do Marim (583) colocam a hipótese da sua associação, o que deve ser aprofundado em futuros trabalhos arqueológicos. É igualmente importante referir que a cetária identificada nos terrenos pantanosos da Ria Formosa (CNS 2746) pode estar relacionada com este complexo de preparados de peixe, reforçando a sua dimensão e importância económica. (actualizado por C. Costeira, 27/06/2018).

Informação

O sítio arqueológico está associado ao Centro de Educação Ambiental de Marim e integrado num percurso pedestre.

Condições da visita

Entrada livre associada a estrutura museológica

Horários

Dias úteis das 8h00 às 20h00. Fins de semana e feriados das 10h00 às 20h00.

Documentos

    Como chegar lá? Boas Práticas

    Boas Práticas

    Boas práticas ao visitar sítios arqueológicos

    Visitar um sítio arqueológico é conectarmos com as nossas origens; é percebermos o nosso percurso e evolução como espécie Humana integrada no meio ambiente; é respeitar o património que é nosso e dele cuidarmos para que as gerações futuras também o possam visitar e desfrutar. 

    Percorrer os caminhos e apreciar as estruturas e peças arqueológicas que sobreviveram ao passar dos tempos, permite-nos compreender aquilo que é diferente, mas também aquilo que é comum entre as diferentes populações: no fundo, aquilo que nos identifica como Homo Sapiens. 

    Mais do que simples vestígios e ruínas do passado, os sítios arqueológicos evidenciam a nossa capacidade criativa, de adaptação, de interconexão, de compreensão e resiliência, sem as quais não teríamos tido sucesso como seres culturais em constante processo evolutivo. Estes sítios permitem-nos ainda refletir sobre as escolhas feitas no passado e contribuir assim para que as decisões no presente possam ser realizadas com maior consciência e conhecimento.

    Os sítios arqueológicos são recursos frágeis e vulneráveis às mudanças potenciadas pelo desenvolvimento humano sendo únicos e insubstituíveis. A informação que guardam, se destruída, nunca mais poderá ser recuperada. 

    Como tal, a Direção-Geral do Património Cultural (DGPC) convida todos os visitantes de sítios arqueológicos a desfrutarem da sua beleza e autenticidade, ajudando ao mesmo tempo a preservá-los para as futuras gerações, adotando desde logo as boas práticas que aqui indicamos:   

    • Respeitar todas as sinalizações;
    • Não aceder a zonas vedadas;
    • Não subir, sentar ou permanecer sobre estruturas e vestígios arqueológicos;
    • Respeitar as áreas que estão a ser alvo de intervenções arqueológicas, não as perturbando;
    • Não recolher materiais nem sedimentos (terra);
    • Não escrever ou realizar grafitos nas estruturas arqueológicas;
    • Deitar o lixo em contentores próprios. Se não existirem no local, leve o lixo consigo até encontrar contentor adequado para o efeito;
    • Deixar o sítio arqueológico tal como o encontrou;
    • Não passar com bicicletas ou veículos motorizados sobre os sítios arqueológicos;
    • Respeitar e proteger as plantas e os animais que habitam na envolvente do sítio arqueológico;
    • Reportar sinais de vandalismo ou destruição à DGPC ou às Direções Regionais de Cultura (DRC);
    • Partilhar experiências de visita e os sítios arqueológicos, como forma de os tornar mais conhecidos e apelar à sua preservação;
    • Não comprar materiais arqueológicos e reportar às autoridades de segurança pública, à DGPC ou às DRC, caso venha a suspeitar de que materiais/peças arqueológicas possam estar à venda.

    Para saber mais:

    AIA / ATTA (2013) – Guide to best practices for archaeological tourism. 

    Raposo, J. (2016) – Código de conduta para uma visita responsável a sítios arqueológicos. In Sítios arqueológicos portugueses revisitados: 500 arqueossítios ou conjuntos em condições de fruição pública responsável. Al-madan, 2ª série, p. 20 – 77. 

    Contactos DGPC

    Telefone: +351213614200 | Email: informacaoarqueologica@dgpc.pt

     

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