Castro de São Lourenço

Povoado Fortificado - Idade do Bronze - Final, Idade do Ferro, Romano e Idade Média (3178)
O povoado fortificado de São Lourenço localiza-se no monte de São Lourenço, abrangendo as freguesias de Vila Chã e de Esposende, Marinhas e Gandra, concelho de Esposende, distrito de Braga. Encontra-se implantado num esporão da arriba fóssil, numa posição de elevado caráter defensivo devido às características naturais do terreno, muito marcado por vertentes escarpadas e pedregosas. As campanhas de trabalhos arqueológicos realizadas desde 1985, coordenadas por C.A. Brochado de Almeida, permitiram caracterizar este sítio arqueológico e situá-lo cronologicamente entre o final da Idade do Bronze e a Idade Média. Os testemunhos arqueológicos para o período que medeia entre os últimos sécs. do II milénio a.C. e o início do I milénio a.C. são escassos, sobressaindo o achado de um machado de bronze e de fragmentos de vasos cerâmicos. O povoado castrejo surge entre o séc. VII e o VI a.C., iniciando-se, entre séc. V e o séc. IV a.C., a construção das primeiras casas em pedra, de forma redonda e que seriam cobertas com palha e outros elementos vegetais. O número de casas aumentou no séc. II a.C., ocorrendo, na viragem do milénio, uma grande remodelação que levou à construção de novas habitações, organizadas por núcleos familiares individualizados, com um núcleo central lajeado para onde convergiam as portas das várias construções (casas de habitação, áreas de arrumos, currais ou celeiros). Entre as mudanças ocorridas durante este período nas habitações, podem também ser incluídas a disposição das casas em patamares, nalguns casos sustentados por muros de suporte; a introdução de vestíbulos (ou "caranguejos"), de fornos de cozer pão e de lareiras centrais; o rebocar e caiar das paredes; e os espaços empedrados que permitiriam uma melhor organização do espaço e facilitariam a circulação no povoado. A par das casas redondas, foram igualmente identificadas construções de forma retangular que se presume estarem ligadas a atividades artesanais e administrativas. A grande maioria destas alterações parecem estar relacionadas com a influência de Roma no castro e com a consequente adaptação a novas realidades e a novos modos de vida. O povoado era rodeado por um sistema defensivo composto por três linhas de muralhas que rodeavam o povoado no lado nascente, tendo-se registado também a presença de um fosso. O sistema terá sido construído entre a Idade do Ferro e o período Romano, sofrendo reformulações posteriores. São Lourenço terá sido transformado em vicus após o séc. I d.C., passando a adotar funções comerciais e de pequena administração, verificando-se o seu abandono no final do império/início da Alta Idade Média. Depois de um hiato temporal, o castro foi novamente ocupado entre os sécs. XII-XIV, através da construção de um castelo de pequenas dimensões, que integraria a rede de encastelamento encetada durante a "Reconquista Cristã". (atualizado SP 19/01/2022)

Informação

O sítio está preparado para receber visitas dispondo de um Centro Interpretativo - Centro Interpretativo de S. Lourenço. No website da Câmara Municipal de Esposende encontra-se disponível uma visita virtual: https://virtual.visitesposende.com/vila-cha-centro-interpretativo-de-sao-lourenco-castro-e-miradouro/

Condições da visita

Entrada livre associada a estrutura museológica

Horários

Consultar website da Câmara Municipal de Esposende.

Contactos

Documentos

    Como chegar lá? Boas Práticas

    Boas Práticas

    Boas práticas ao visitar sítios arqueológicos

    Visitar um sítio arqueológico é conectarmos com as nossas origens; é percebermos o nosso percurso e evolução como espécie Humana integrada no meio ambiente; é respeitar o património que é nosso e dele cuidarmos para que as gerações futuras também o possam visitar e desfrutar. 

    Percorrer os caminhos e apreciar as estruturas e peças arqueológicas que sobreviveram ao passar dos tempos, permite-nos compreender aquilo que é diferente, mas também aquilo que é comum entre as diferentes populações: no fundo, aquilo que nos identifica como Homo Sapiens. 

    Mais do que simples vestígios e ruínas do passado, os sítios arqueológicos evidenciam a nossa capacidade criativa, de adaptação, de interconexão, de compreensão e resiliência, sem as quais não teríamos tido sucesso como seres culturais em constante processo evolutivo. Estes sítios permitem-nos ainda refletir sobre as escolhas feitas no passado e contribuir assim para que as decisões no presente possam ser realizadas com maior consciência e conhecimento.

    Os sítios arqueológicos são recursos frágeis e vulneráveis às mudanças potenciadas pelo desenvolvimento humano sendo únicos e insubstituíveis. A informação que guardam, se destruída, nunca mais poderá ser recuperada. 

    Como tal, a Direção-Geral do Património Cultural (DGPC) convida todos os visitantes de sítios arqueológicos a desfrutarem da sua beleza e autenticidade, ajudando ao mesmo tempo a preservá-los para as futuras gerações, adotando desde logo as boas práticas que aqui indicamos:   

    • Respeitar todas as sinalizações;
    • Não aceder a zonas vedadas;
    • Não subir, sentar ou permanecer sobre estruturas e vestígios arqueológicos;
    • Respeitar as áreas que estão a ser alvo de intervenções arqueológicas, não as perturbando;
    • Não recolher materiais nem sedimentos (terra);
    • Não escrever ou realizar grafitos nas estruturas arqueológicas;
    • Deitar o lixo em contentores próprios. Se não existirem no local, leve o lixo consigo até encontrar contentor adequado para o efeito;
    • Deixar o sítio arqueológico tal como o encontrou;
    • Não passar com bicicletas ou veículos motorizados sobre os sítios arqueológicos;
    • Respeitar e proteger as plantas e os animais que habitam na envolvente do sítio arqueológico;
    • Reportar sinais de vandalismo ou destruição à DGPC ou às Direções Regionais de Cultura (DRC);
    • Partilhar experiências de visita e os sítios arqueológicos, como forma de os tornar mais conhecidos e apelar à sua preservação;
    • Não comprar materiais arqueológicos e reportar às autoridades de segurança pública, à DGPC ou às DRC, caso venha a suspeitar de que materiais/peças arqueológicas possam estar à venda.

    Para saber mais:

    AIA / ATTA (2013) – Guide to best practices for archaeological tourism. 

    Raposo, J. (2016) – Código de conduta para uma visita responsável a sítios arqueológicos. In Sítios arqueológicos portugueses revisitados: 500 arqueossítios ou conjuntos em condições de fruição pública responsável. Al-madan, 2ª série, p. 20 – 77. 

    Contactos DGPC

    Telefone: +351213614200 | Email: informacaoarqueologica@dgpc.pt

     

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